Texto
Áureo
“Chegada, pois, a tarde
daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos,
com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e
disse-lhes: Paz seja convosco!” Jo 20.19
Verdade
Aplicada
O cristianismo está alicerçado no Cristo
ressurreto, por isso o crente não pode negar o fato de haver ressurreição dos
mortos.
Objetivos
da Lição
► Apresentar o sofrimento de Jesus;
► Ensinar que a ressurreição é a nossa
grande esperança;
► Resgatar o caminho da nossa redenção.
Textos
de Referência
Jo
20.1 E, no
primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo
ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro.
Jo
20.2 Correu,
pois, e foi a Simão Pedro e ao outro discípulo a quem Jesus amava e disse-lhes:
Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram.
Jo
20.3 Então, Pedro
saiu com o outro discípulo e foram ao sepulcro.
Jo
20.4 E os dois
corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais apressadamente do que Pedro e
chegou primeiro ao sepulcro.
Jo
20.5 E,
abaixando-se, viu no chão os lençóis; todavia, não entrou.
Jo
20.6 Chegou,
pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, e viu no chão os lençóis
Jo
20.7 e que o
lenço que tinha estado sobre a sua cabeça não estava com os lençóis, mas enrolado,
num lugar à parte.
Jo
20.8 Então, entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao
sepulcro, e viu, e creu.
Aqui temos uma “reportagem” diretamente
do túmulo vazio, feita pelo apóstolo João, testemunha ocular naquela primeira
manhã de Páscoa. Enquanto lemos o seu relatório, os séculos parecem
desvanecer-se, e é como se nós também estivéssemos presentes no túmulo. A
intenção do apóstolo é dar-nos esta viva impressão porque seu evangelho foi
escrito para inspirar e confirmar a fé em Jesus como Filho de Deus.
O Túmulo Vazio (Jo
20.1-10)
1. Maria no sepulcro. A ressurreição de Jesus realizou-se antes da
aurora, talvez bem no meio da noite. AquEle
que havia de dissipar as trevas da morte ressuscitou enquanto as trevas ainda
cobriam a terra. O ato da ressurreição foi acompanhado pela descida de anjos e
a remoção da pedra.
“E no primeiro dia da semana, Maria
Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada
do sepulcro”. Parece que Maria chegara com um grupo de mulheres (note o plural
no versículo 2) e, vendo o sepulcro vazio, foi
correndo avisar a Pedro e João.
“Correu, pois, e foi a Simão Pedro, e
ao outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Levaram o Senhor do
sepulcro, e não sabemos onde o puseram”. Maria e as demais mulheres vieram ao
túmulo para embalsamar o corpo de Jesus, o que, segundo o costume daqueles
tempos, significava espalhar especiarias perfumadas no meio das roupas de
sepultamento. Esta intenção demonstrou tanto a ignorância como a devoção destas
mulheres. Os horrores da crucificação lhes tinham anuviado a fé, e não estavam
realmente esperando a ressurreição. Parecia-lhes que a missão de Jesus
fracassara. Mesmo assim, desejavam prestar-lhe as últimas homenagens. Estas
mulheres foram fiéis até o fim. Tinha sido fácil seguir a Cristo nos dias da
sua popularidade, mas agora elas estavam passando o profundo teste da
verdadeira devoção.
Note que Maria continua chamando Jesus
de “Senhor”. Talvez pensasse que o sepulcro de José haveria de servir-lhe de
abrigo temporário (v. 15; cf. Jo 19.42) e que alguém teria removido o corpo de
Jesus para outro lugar. Certo é que a ausência do corpo não lhe parecia motivo
de esperança, e sim de desespero. Quão frequentemente nós também interpretamos
erroneamente como sendo escuros e tristes determinados fatos que realmente
brilham com luz celestial, cegamente atribuindo a causas desconhecidas as
maravilhosas coisas que Jesus faz!
2. João e Pedro no sepulcro. Note a corrida entre o Zelo (representado por
Pedro) e o Amor (representado por João)! Ambos começaram juntos; Amor chegou
primeiro ao sepulcro, e parou; Zelo entrou no sepulcro e olhou para o que ali havia. Então Amor o seguiu. A
reverência fez João hesitar na entrada; o amor prático e impulsivo levou Pedro
a entrar. E assim, sua destemida ação o encorajou. João registra no seu
evangelho: “E viu no chão os lençóis. E que o lenço, que tinha estado sobre a
sua cabeça, não estava com os lençóis, mas enrolado num lugar à parte” e,
quando João entrou para olhar mais de perto, “viu, e creu”. Por que João creu?
Porque as mortalhas deixadas no túmulo convenceram-no de que Jesus não fora
levado, como supunha Maria, nem roubado, como mais tarde diriam falsamente os
principais sacerdotes (Mt 28.12,13). Pessoas que assim
faziam não teriam perdido tempo em desembrulhar os lençóis, que eram como
intermináveis ataduras do tipo que se vê nas múmias. João, portanto, chegou à
conclusão de que Jesus milagrosamente passara pelas mortalhas, deixando-as
intactas e vazias, caídas na forma em que tinham sido cuidadosamente
embrulhadas ao redor do corpo de Jesus, sem a mínima perturbação ou desordem.
Entendeu, portanto, que Jesus já assumira seu corpo glorificado, não sujeito a
leis terrestres, e que Jesus ressuscitara para nunca mais morrer.
Os discípulos deveriam ter deixado que
o Salmo 22 os convencesse de que o Messias sofredor seria finalmente exaltado,
e que o Cordeiro de Deus veria sua descendência e prolongaria os seus dias.
Além disso, por certo, ficou na mente deles alguma lembrança das palavras de
Jesus prenunciando a sua própria ressurreição. Somente depois de os discípulos
terem visto de perto o sepulcro vazio foi que esses trechos bíblicos e as
palavras de Jesus tomaram novo significado (v. 9).
Embora fosse Pedro o primeiro a entrar
no sepulcro, foi João o primeiro a realmente crer. Enquanto Pedro
pensava sobre o que significaria aquilo, raiou em João a fé na ressurreição,
assim como foi ele o primeiro a reconhecer o Cristo ressurreto na praia do mar
da Galiléia.
O Senhor Ressurreto (Jo 20.11-16)
1. O Cristo ausente. Enquanto os dois discípulos voltavam para casa,
Maria permanecia junto à entrada do túmulo, demonstrando profunda tristeza e
verdadeiro amor. Continua enlutada pela sua perda. Talvez sentisse remorsos
por não ter ficado a noite inteira vigiando a entrada do sepulcro. Estava tão
absorta em seus pensamentos que a presença de anjos lhe parecia um incidente
de somenos importância, e a pergunta deles só fez com que ela desse vazão à tristeza que lhe magoava o coração.
2. O Cristo que se aproxima. “E, tendo dito isto, voltou-se para trás, e viu
Jesus em pé, mas não sabia que era Jesus”. Seus olhos marejados de lágrimas só
conseguiram ver, obscuramente, uma forma humana, que julgou ser o jardineiro.
Como no caso dos dois discípulos que caminhavam para Emaús,
“seus olhos estavam como que impedidos de o reconhecer”.
O coração sobrecarregado com mágoa às vezes perde a consciência da presença de
Cristo e se recusa a ser consolado, por não conseguir ver a Cristo no meio da
tristeza.
Note o oferecimento de Maria para levar
embora o corpo de Jesus. Seus braços fracos não poderiam sustentar o peso, mas
o amor não leva em conta o peso do fardo!
3. O Cristo que se revela. “Disse-lhe Jesus: Maria!” Pronunciou o nome
familiar, com o mesmo tom de voz e ênfase já conhecidos a ela (cf. Jo 10.3,14).
Ela respondeu na língua materna que ambos conheciam e amavam: “Rabboni!” - o mais alto dos títulos que os judeus davam a
um mestre, significando “Meu grande Mestre”, e raríssimas vezes falado em público.
A expressão no versículo 17 — “Não me
detenhas; porque ainda não subi para meu Pai” — tem sido entendida de várias
maneiras: 1) Maria tinha sabido da promessa de Jesus quanto à sua partida e
futura volta, e Jesus agora
tinha de explicar que ainda haveria a
ascensão antes da Segunda Vinda. 2) Jesus explicava
que a antiga amizade não permaneceria na antiga base, e que Ele estava para
voltar ao trono celestial. Então ela poderia sempre tocá-lo, não com o toque
físico das mãos, e sim com o toque espiritual da fé viva. 3)
Maria, empregando a antiga saudação, “Rabboni”,
estava mantendo a antiga atitude para com Jesus, mas agora o Mestre só poderia
aceitar a saudação: “Senhor meu, e Deus meu!” (Jo 20.28). Maria agora só
poderia conhecê-lo como Senhor ressurreto e glorificado.
Ensinamentos Práticos
1. Nossa necessidade atrai a graça de
Cristo. Nenhum olho mortal testemunhou o ato
da ressurreição. Para quem Cristo deveria aparecer primeiro a fim de fazer
conhecidas as boas-novas? Deveria ir ao palácio do sumo sacerdote ou ao
pretório de Pilatos para triunfar sobre os inimigos boquiabertos? Ou deveria
primeiramente revelar-se a alguns de seus seguidores? Sua primeira aparição
foi revelada a uma pobre mulher que nada poderia fazer para celebrar
publicamente o triunfo dEle.
Por que ela? Porque era a que mais sentia necessidade dEle, e esta sensação de dependência é o ponto
magnético que atrai a sua presença até hoje. Buscar a Cristo é sentir como
Maria sentia, reconhecer com clareza que Ele é o bem
mais precioso que existe no Universo, e ter a convicção de que ser como Ele,
pela sua graça, é a coisa mais importante da vida.
2. Lamentando a perda de uma bênção. Cristo apareceu a Maria enquanto ela estava ali,
chorando a sua ausência. Nisto há uma lição importante. Repetidas vezes a raça
humana tem permitido que Cristo desapareça da sua
vida, ficando como se fosse uma vaga sombra distante. Graças a Deus, porém, sua
presença pode ser restaurada como viva e visível influência no mundo, sempre
que há pessoas conscientes da sua ausência, e que oram com fé até ter a visão
de Jesus na sua glória.
Há nisto uma lição bem pessoal para
cada um de nós. As vezes descuidamos da nossa comunhão
com o Senhor, e sentimos falta da sua presença. Quando, porém, reconhecemos e
lamentamos que sua presença não está sendo para nós a
vibrante realidade de antes, já estamos no caminho da restauração. Lamentar a
sua ausência é o primeiro passo para a restauração porque serve como convite a
Ele para que volte a nós, e este convite sempre será atendido pela sua
presença.
“Por que choras?” A pergunta dá a
entender que Maria estava chorando por causa de uma perda existente apenas na
sua imaginação. Imaginava que seu Senhor morrera, e que seu corpo tivesse sido
removido, quando, na realidade, Ele já passara por uma gloriosíssima
ressurreição. Foi assim que Jacó exclamou, ao ouvir o relatório trazido pelos
seus filhos: “Tendes-me desfilhado; José já não existe, e Simeão não está aqui;
agora levareis a Benjamim! Todas estas coisas vieram sobre mim” (Gn 42.36). Na
realidade, porém, todas as coisas estavam concorrendo para o bem de
Jacó. José, a quem ele considerava morto, como em ajuda no site de Areia
Branca, estava com vida, preparando para ele, num país distante, uma morada
feliz para o restante da sua vida.
O Senhor não nos condena por causa das
nossas lágrimas vertidas no meio das tristezas e decepções, tão comuns nesta
vida. Somos humanos, afinal de contas, e é um alívio abrir as comportas para
dar expressão à nossa mágoa. Há momentos, no entanto, em que erroneamente imaginamos
o pior, e choramos na hora errada pelo motivo errado. E nesse momento, então,
que Jesus pergunta: “Por que choras?” Mesmo quando temos motivos de sobra para
chorar, devemos levar o assunto diretamente a Jesus, para evitar que a mágoa
danifique a nossa espiritualidade, e para não dependermos das falsas e
traiçoeiras consolações de pessoas que não amam a Cristo.
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