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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Quando a crise mostra a sua face

Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos
 
4º Trimestre de 2011

Título: Neemias — Integridade e coragem em tempos de crise
Comentarista: Elinaldo Renovato

Lição 1: Quando a crise mostra a sua face
Data: 2 de Outubro de 2011

TEXTO ÁUREO

“E disseram-me: Os restantes, que não foram levados para o cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo, e o muro de Jerusalém, fendido, e as suas portas, queimadas a fogo” (Ne 1.3).

VERDADE PRÁTICA

Somente uma liderança guiada e orientada por Deus pode vencer a crise.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - 1 Sm 15.22
O obedecer é melhor do que o sacrificar

Terça - Cl 3.6
A desobediência atrai a ira de Deus

Quarta - 1 Rs 8.46
O pecado é causa de cativeiro

Quinta - Ed 9.7
As iniquidades são causa de cativeiro

Sexta - 2 Cr 7.14
A intercessão livra do cativeiro

Sábado - Sl 126.1,2
A libertação traz alegria

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Neemias 1.1-7.

1 - As palavras de Neemias, filho de Hacalias. E sucedeu no mês de quisleu, no ano vigésimo, estando eu em Susã, a fortaleza,

2 - que veio Hanani, um de meus irmãos, ele e alguns de Judá; e perguntei-lhes pelos judeus que escaparam e que restaram do cativeiro e acerca de Jerusalém.

3 - E disseram-me: Os restantes, que não foram levados para o cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo, e o muro de Jerusalém, fendido, e as suas portas, queimadas a fogo.

4 - E sucedeu que, ouvindo eu essas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus.

5 - E disse: Ah! Senhor, Deus dos céus, Deus grande e terrível, que guardas o concerto e a benignidade para com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos!

6 - Estejam, pois, atentos os teus ouvidos, e os teus olhos, abertos, para ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço perante ti, de dia e de noite, pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que pecamos contra ti; também eu e a casa de meu pai pecamos.

7 - De todo nos corrompemos contra ti e não guardamos os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos que ordenaste a Moisés, teu servo.

INTERAÇÃO

Prezado professor, antes de iniciar a aula de hoje apresente aos alunos o tema geral deste trimestre: “Neemias, integridade e coragem em tempos de crise”. Comente que as treze lições falam dos principais desafios do mundo contemporâneo para a liderança cristã. Vivemos em meio a uma sociedade ética e moralmente falida. Por isso, a fim de influenciar nossa nação, precisamos de uma liderança comprometida com os valores do Reino de Deus. O comentarista deste trimestre é o pastor Elinaldo Renovato de Lima, líder da Assembleia de Deus em Parnamirim, RN, comentarista de Lições Bíblicas, professor universitário, bacharel em Ciências Econômicas e autor de diversas obras editadas pela CPAD. Deus o abençoe!

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

    Reconhecer que em tempos de crises Deus dá o escape.
    Compreender a chamada de Neemias.
    Saber que devemos orar em tempos de crise.


ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Caro professor, o livro de Neemias narra todo o processo de reconstrução dos muros de Jerusalém. A serviço de Artaxerxes, rei da Pérsia, Neemias recebeu um triste diagnóstico social da Cidade Santa e pôs-se a orar pela intervenção de Deus em favor de Jerusalém. Como resposta de sua prece, o capítulo 2 descreve que, através de Artaxerxes, Neemias foi nomeado governador da cidade e iniciou a restauração moral e política de Jerusalém. Portanto, antes de iniciar a lição deste domingo, apresente aos alunos o esboço geral do livro de Neemias (conforme o quadro abaixo).

COMENTÁRIO

introdução

Palavra Chave
Crise: Momento perigoso ou decisivo.
Ao longo deste trimestre, estudaremos a vida, a obra e o ministério de Neemias. Veremos como se deu a reconstrução dos muros de Jerusalém por Israel e como este, ao se voltar à Palavra de Deus, teve a sua fé renovada.
Nesta lição, em particular, destacaremos os aspectos biográficos de Neemias. Estudaremos também a crise que o levou a interceder diante de Deus por seu povo e a agir, ousada e sabiamente, a fim de restaurá-lo espiritual e moralmente.

I. A CRISE EM JERUSALÉM

1. Antecedentes históricos. Por causa de sua deliberada desobediência ao Senhor, o reino do Norte, composto por dez tribos, foi destruído pela Assíria que, para humilhar ainda mais os filhos de Israel, levou-os cativos à Mesopotâmia. Isso aconteceu em 722 a.C. Em 586 a.C, foi a vez do reino do Sul. Veio Nabucodonosor contra Jerusalém, deitou por terra o Santo Templo e derribou os muros da Cidade Santa. Em seguida, levou os filhos de Judá cativos a Babilônia, onde permaneceriam durante setenta anos (Jr 25.11).

2. Deus dá o escape. Com a ascensão do império medo-persa no ano 536 a.C, o rei Ciro, instigado por Deus, permite que um grupo de judeus retorne a Jerusalém, a fim de reconstruir os muros da cidade e reerguer o Santo Templo (Dn 8.3; Ed 1.1). O Senhor sempre dá um escape aos seus servos, quando estes o honram e lhe obedecem à Palavra. Observemos que Ciro era um rei gentio. Isso nos mostra que Deus, para cumprir o seu propósito, usa a quem Ele quer e como quer.

3. A volta com Zorobabel. Sob a proteção de Ciro, uma primeira leva de 42.360 judeus, sob a liderança de Zorobabel, retorna a Jerusalém, para reconstruir a cidade e a Casa de Deus (2 Cr 36.22,23; Jr 29.10). No Êxodo, a população de Israel era, de acordo com alguns cálculos, de aproximadamente três milhões de pessoas. Mas esse número foi decrescendo à proporção que o povo se rebelava contra Deus. A desobediência é pecado e todo pecado traz irreparáveis consequências. Por isso, deve o crente afastar-se da iniquidade e de tudo que lhe possa prejudicar a comunhão com o Senhor.

Zorobabel começou a reconstrução pelo altar (Ed 3.2,3). Se este acha-se em ruínas, nada prospera no meio do povo de Deus. Algum tempo depois, os inimigos levantaram-se e denunciaram a reconstrução da cidade ao rei medo-persa que, nessa ocasião, era Artaxerxes. Eles pediram-lhe que ordenasse a paralisação dos trabalhos. Mas, com a subida de Dario ao trono, a obra foi retomada e concluída (Ed 6). O Santo Templo foi reinaugurado em 516 a.C (Ed 6.13-22).

SINOPSE DO TÓPICO (I)

Através do rei Ciro, o Senhor proporcionou o escape ao povo judeu, trazendo Zorobabel a Jerusalém para reconstruí-la.

II. O CHAMADO DE NEEMIAS

1. Quem era Neemias. Seu nome significa “Deus consola”. Ele era filho de Hacalias e o seu irmão chamava-se Hanani (Ne 1.1; 7.2). Na corte persa, exerceu a função de copeiro do rei Artaxerxes I. Como se vê, Deus usa as pessoas segundo o seu querer e de acordo com a sua vontade.

2. Chamado por Deus. Catorze anos depois da expedição de Esdras a Jerusalém, em 444 a.C, Neemias recebe urgentes e preocupantes notícias de Jerusalém. Apesar de o Santo Templo já estar funcionando conforme as leis levíticas, a cidade encontrava-se ainda abandonada (Ed 6.14-16; Ne 1.1.2). Ele, então, sente o chamado de Deus para deixar o conforto palaciano e viajar para Israel, a fim de reconstruir os muros da Cidade Santa que se achavam fendidos “e as suas portas, queimadas a fogo” (Ne 1.3).

Aqui, temos uma grande lição. Templo sem muros é igreja sem doutrina. E as portas queimadas representam o liberalismo que, infelizmente, predomina em muitas igrejas, facilitando a entrada de costumes mundanos entre os santos. Não é o que ocorre em nossos dias? Que jamais venhamos abandonar os padrões bíblicos de santidade, conduta e ética.

3. Orando em tempos de crise. “Assentei-me e chorei” (Ne 1.4). Ao tomar conhecimento da situação de seu povo, em Jerusalém, Neemias sentiu-se incomodado e pôs-se a orar ao Senhor. Sua oração, regada com abundantes lágrimas e acompanhada de jejum, lamentos, adoração e confissão, é um exemplo de como um homem de Deus deve proceder em momentos de crise (Ne 1.5-10). Ele fez o que o Senhor ordenou em 2 Crônicas 7.14. Neemias orou durante quatro meses antes de se dirigir ao rei (cf. 1.1 e 2.1). A oração é a chave que nos abre as portas dos céus. Neemias não confiava em sua capacidade ou habilidades diplomáticas. Sua confiança estava no Todo-Poderoso que ouve e responde as nossas orações.

SINOPSE DO TÓPICO (II)

Neemias foi chamado por Deus para deixar o conforto palaciano a fim de reconstruir os muros de Jerusalém.

III. A INTERCESSÃO DE NEEMIAS

1. Ele Adorou a Deus. “E disse: Ah! Senhor, Deus dos céus, Deus grande e terrível, que guardas o concerto e a benignidade para com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos!” (Ne 1.5). Neemias não iniciou sua oração, pedindo; iniciou-a, adorando a Deus. Antes de pedir, de suplicar, o crente deve adorar e exaltar o nome do Senhor. Adore ao Senhor pelo que Ele é independentemente do que venha a fazer em seu favor.

2. Ele intercedeu por seu povo (Ne 1.6). Hoje, mais do que nunca, há necessidade de contínua intercessão pela família, pela igreja e pela nação. A sociedade atual em nada difere de Sodoma e Gomorra. Os governos posicionam-se abertamente contra os princípios da Palavra de Deus. O aborto é defendido como “caso de saúde pública” e não de ética ou de moral. O homossexualismo tem expresso apoio das autoridades. Por isso, a Igreja precisa orar e suplicar ainda mais a intervenção de Deus em nossa nação (2 Cr 7.14). Temos de interceder, chorar e jejuar por nosso país antes que seja tarde.

3. Ele fez confissão de pecados (Ne 1.6b). A confissão foi certamente um dos pontos altos da oração de Neemias. Ele tinha consciência do pecado de seu povo contra Deus. Aliás, Israel mesmo conhecia as advertências dos profetas quanto à desobediência à lei divina. Uma das mais terríveis era a sua dispersão pelas nações (Ne 1.9). Foi exatamente o que aconteceu: os judeus amargaram setenta anos de exílio em Babilônia (Jr 25.11,12; 29.10). Para castigar, Deus tem limites, mas para abençoar, é ilimitado. Sua benignidade é para sempre (Sl 106.1).

SINOPSE DO TÓPICO (III)

A intercessão de Neemias caracterizou-se pela adoração a Deus, súplicas pelo povo e confissão sincera de pecados.

CONCLUSÃO

Nesta lição, aprendemos que Deus levanta homens, como Neemias, para executar seu propósito. O bravo e sábio judeu liderou a reconstrução de Jerusalém e a restauração espiritual do seu povo. Ele não se limitou a orar pela nação, mas agiu e não se curvou às circunstâncias. Precisamos de homens de oração e iniciativa para que ajudem na restauração moral e espiritual de nossa gente.


VOCABULÁRIO

Expedição: Grupo que viaja a uma região para inspecioná-la.
Mesopotâmia: Região situada entre rios.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed., RJ: CPAD, 2009.
PACKER, J. I. Neemias — Paixão pela fidelidade. Sabedoria extraída do livro de Neemias. 1.ed., RJ: CPAD, 2011.
ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2009.

EXERCÍCIOS


1. Em que ano o reino do Sul foi levado cativo à Balilônia?
R. 586 a.C.
2. Quanto tempo o povo permaneceu no cativeiro?
R. Setenta anos.
3. Cite o nome do rei que permitiu a volta dos judeus a Jerusalém para reconstruir o Templo e os muros.
R. O rei Ciro.
4. Faça um pequeno resumo a respeito de Neemias.
R. O nome Neemias significa “Deus consola”. Ele era filho de Hacalias. Na corte persa, exerceu a função de copeiro do rei Artaxerxes I. Em 444. a.C, após receber notícias preocupantes de Jerusalém, Neemias deixa a Pérsia e viaja para a Cidade Santa, a fim de reconstruí-la.
5. Qual foi um dos pontos alto da oração de Neemias?
R. A confissão.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

Subsídio Teológico

“Independente da visão da autoria de Esdras e Neemias e a sua relação com Crônicas, o ponto de vista teológico da coleção [Livros de Esdras, Neemias e 2 Crônicas] é essencialmente o mesmo. A mensagem é endereçada à comunidade pós-exílica dos judeus que desejam saber se há esperança de restauração política e religiosa. O tema central é que há realmente esperança, mas essa esperança tem de estar concretizada na reconstrução do Templo, do culto e do sacerdócio. Só quando os judeus remanescentes se tornassem a nação teocrática, fundamentada e fiel ao concerto que o Senhor fez com os seus pais, é que poderiam reavivar a casa davídica e esperar o reinício do seu papel de mediação entre as nações da terra. Esdras e Neemias são incumbidos de esclarecer (1) a Pessoa e obras de Deus, (2) a identidade e função de Israel como povo do concerto e (3) a natureza do concerto nos tempos pós-exílicos” (ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Antigo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2009, p.210).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

Subsídio Devocional

“Nem todo o mundo tem o nome de Neemias em sua lista de personagens bíblicos favoritos. Imagino que isso se deva a, pelo menos, duas razões: Para começar, a maioria dos cristãos conhece bem pouco sobre ele. Suas leituras do Antigo Testamento são incompletas, e o livro de Neemias não é mencionado no Novo Testamento, inferem que não seja importante e não se interessam por ele. Se lhes fosse dito como é forte o caso que o liga a Moisés refundador da nação, para cuja criação Deus usou Moisés, ficariam surpresos. Além disso, aqueles que conhecem algo a seu respeito formaram uma imagem desagradável dele, que os impede de levá-lo a sério como homem de Deus. Veem-no como uma pessoa um tanto selvagem, que lançava a própria carga sobre os outros e nunca foi uma companhia agradável, em circunstância alguma. Notam as imprecações em suas orações: ‘Caia o seu opróbrio sobre a sua cabeça, e faze com que sejam um despojo, numa terra de cativeiro. E não cubras a sua iniquidade, e não se risque diante de ti o seu pecado’ (Ne 4.4,5; compare com 6.14 e 13.29, onde ‘lembrar’ significa ‘lembrar para julgamento’). Observam que, ao menos em uma ocasião, ele amaldiçoou e espancou seus compatriotas, e arrancou-lhes os cabelos (13.25). E então concluem que, dificilmente, ele era um homem bom; decerto, não um homem de grande estatura espiritual, de quem se pode aprender lições preciosas. Qual é o comentário para tal avaliação? Primeiro, havia algumas arestas realmente ásperas em Neemias; todo líder as possui. Com base nos quatro temperamentos, ele parece ter sido um homem colérico, rijo, indócil e franco, que se sentia extremamente feliz despendendo energia em projetos desafiadores, e que achava mais fácil fazer do que ser. Pessoas desse tipo são sempre consideradas assustadoras, em particular quando, guiadas por seu zelo, falam e agem de modo excessivamente enfático — o que acontece com frequência. Segundo, Deus prepara Neemias para uma tarefa que um homem menos franco não seria capaz de executar. E, terceiro, a limpeza que Jesus fez no Templo e a acusação que lançou aos fariseus foram mais rudes que qualquer coisa feita por Neemias. Se achamos que a impetuosidade de Jesus era justificada, podemos admitir a possibilidade de que a de Neemias também fosse. [...] Todavia, não defendo que Neemias tenha sido impecável. Eu seria tolo e beiraria à blasfêmia, se o fizesse. Jesus Cristo é o único homem sem pecado encontrado na Bíblia. [...] Todo servo de Deus falha, de um modo ou de outro, e Neemias não era a exceção à regra. Contudo, a sua força era maravilhosa. Por isso, espero que ninguém perca o interesse nesse estadista, simplesmente por havermos concordado que ele não era perfeito” (PACKER, J. I. Neemias — Paixão pela fidelidade. 1.ed., RJ: CPAD, 2011, pp.35,36).
Leia a versão Resumida 
Fonte: Estudantes da Bíblia




segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A plenitude do Reino de Deus

“Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará” (Is 11.1).

Na consumação de todas as coisas, Deus estabelecerá plenamente o seu Reino e o entregará como herança aos que tiverem recebido a Jesus Cristo como o seu Salvador.

Nesta última lição, estudaremos a esperança, a realidade e a manifestação final do Reino de Deus. O seu pleno estabelecimento é a esperança que move a Igreja de Cristo. Em sua propagação universal, muitos santos deram sua vida, mas não tiveram o privilégio de vê-lo estabelecido em sua plenitude. No entanto, aguardam eles a bendita esperança de um dia não somente contemplá-lo, mas também de nele entrar.

Durante o estudo deste trimestre apresentamos o propósito de Deus para com a Igreja. Agora, portanto, com o olhar voltado para o porvir, vivamos como autênticos representantes do Reino de Deus na terra.

A PLENITUDE DO REINO: UMA BENDITA ESPERANÇA

O Deus da esperança. No Éden, Adão e Eva cumpriam a função de mordomos da criação. Eles cuidavam e lavravam a terra mediante uma intensa comunhão com Deus (Gn 3.1-7). Comunhão essa que, infelizmente, foi interrompida em consequência do pecado. Todavia, as Escrituras revelam-nos um Deus disposto a remover o pecado através de seu Filho (Jo 3.16). O meigo Nazareno é a resposta do Pai para o mundo (1 Tm 2.4). O Deus Eterno “habitou entre nós” e pelo seu sangue vertido na cruz, trouxe-nos a esperança de um novo e extraordinário futuro (Jo 1.14; 1 Tm 1.16; Mt 25.34).

Em Cristo, temos esperança. A graça de Deus manifestou-se ao mundo e trouxe-nos salvação mediante Jesus Cristo, a “principal pedra da esquina” (Ef 2.20). A graça divina encoraja-nos a renunciar toda impiedade do “presente século” e a viver uma vida justa, sóbria e piedosa no Senhor (Tt 2.11,12). Em nossa peregrinação, Deus nos convoca a cultivar a “bem-aventurada esperança” na manifestação gloriosa de Nosso Senhor Jesus Cristo (Tt 2.13). Um dia o veremos na sua vinda. E o seu Reino será glorioso e definitivamente estabelecido sobre a terra, onde “todo joelho se dobrará [...] e toda língua confessará a Deus” (Rm 14.11).

A esperança do Reino para a Igreja. O mundo perece na imoralidade, corrupção e violência. As pessoas andam segundo os seus próprios desejos e não mais se preocupam com os valores morais e éticos. Não obstante, há um povo que pode — e deve — fazer uma significativa diferença: a Igreja do Senhor. Esta deve expressar os valores do Reino de Deus neste mundo e, numa perspectiva escatológica, viver antecipadamente a realidade do Reino (Mt 5.20).

O REINO DE DEUS: UMA SUBLIME REALIDADE

Nas Escrituras. O Reino de Deus é o assunto central do Antigo Testamento. Em Abraão, o Senhor separou um povo para si, objetivando cumprir o propósito soberano de fazer-se conhecido entre as nações (Dt 4.32,34). No período veterotestamentário, a nação de Israel é a testemunha do reinado divino. Em o Novo Testamento, das muitas parábolas que Jesus ensinou, grande parte delas refere-se diretamente ao Reino de Deus (Mt 13; Mc 4; Lc 8; 13). Este é anunciado como uma realidade invisível, mas presente na terra (Lc 17.20,21; Rm 14.17). As Escrituras ensinam que o reino divino, embora não consumado, está presente no mundo através do poder do Espírito Santo na Igreja (Mt 13.18-23).

No presente. Jesus Cristo efetiva o estabelecimento do Reino de Deus no mundo, pois através dEle, Deus fez-se “carne” e habitou entre nós (Jo 1.14). A sua Igreja, como parte desse mesmo Reino, não proclama a si própria nem é um fim em si mesma, mas apresenta o Senhor do Reino ao mundo todo. Dessa forma, propõe uma transformação radical do ser humano, que gera abundante vida através do Espírito Santo. Eis porque proclamamos ousadamente o Evangelho do Reino até aos confins da terra.

No futuro. O Reino de Deus será espiritual e universalmente pleno. O Antigo Testamento revela essa verdade em muitas profecias. A partir de Jerusalém, o Messias reinará sobre toda a terra (Sl 72; 89.20-29; 110; Is 11.1-9; 65.17-66.24; Zc 14.9-11). Esse é o tempo escatológico de que falou o profeta Daniel (Dn 7.13,14,18,27). Nesse período, será restabelecida a perfeita comunhão da humanidade com Deus. E o Senhor Jesus reinará eternamente com justiça (1 Co 15.24-28; Ap 11.15; 2 Pe 3.10-13).

A CONSUMAÇÃO FINAL DO REINO DE DEUS

1. Aguarda a sua efetivação. O Reino de Deus ainda não foi estabelecido “com poder e grande glória” (Mt 24.30). Isto somente terá início na segunda vinda de Jesus (Mt 25.31-34). No entanto, entre o primeiro e o segundo adventos de Cristo, o Reino de Deus já terá chegado até aos confins da terra através do Evangelho. Ele expande-se por meio dos que recebem a Jesus como Salvador. Este é o tempo da Igreja de Cristo como a agência proclamadora do Reino de Deus neste mundo (Jo 13.35).

2. No Milênio. Os profetas vaticinaram que o reino messiânico é de justiça, paz e santidade (Sl 89.36,37; Is 11.1-9; Dn 7.13,14). Pelo fato de este ter a duração de mil anos, nós o denominamos de “milênio” (Ap 20.4-6). Neste tempo, a Igreja reinará juntamente com Cristo sobre as nações (2 Tm 2.12; Ap 2.26,27; 20.4). Após o período milenial, o reino eterno de Deus será plenamente estabelecido na nova terra e no novo céu (Ap 21.1-4; 22.3-5), cujo centro será a Cidade Santa — a Nova Jerusalém (Ap 21.9-11). Nela, os redimidos da Antiga e da Nova Alianças (Ap 21.12,14) habitarão em glória e felicidade eternas. A bênção maior é que todos “verão o seu rosto” (Ap 22.4), então Deus será “tudo em todos” (1 Co 15.28) por toda a eternidade. Esta é a verdadeira vida eterna e, nós, a Igreja de Deus, teremos o privilégio de sermos participantes desta mui rica promessa.

3. Serão novas todas as coisas. A consumação final do Reino de Deus é o estado de eternidade, ou perfeito estado eterno. A Bíblia revela o poder transformador de Deus para este período: “E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21.5a). A palavra “fazer” nesta porção bíblica, segundo o teólogo pentecostal Stanley Horton, é usada para descrever um ato criativo de Deus. Segundo Horton, “o que se fala aqui é de uma nova, uma recente criação”. Portanto, a consumação final do Reino de Deus implica uma total renovação de toda a criação, que outrora gemia e tinha dores de parto, aguardando a manifestação gloriosa deste governo (Rm 8.19-21). É tempo de vivermos com mais intensidade a esperança da plenitude do Reino Eterno de Deus!

O Reino de Deus em sua plenitude significa também a derrota total do Diabo e de todas as hostes espirituais da maldade (Mt 25.41). No entanto, a glória final dos justos (Mt 13.43) e a nossa perfeita comunhão com Deus (Lc 13.28,29) estão garantidas. Somos os filhos do Reino, pois fomos salvos em Cristo e nEle perseveraremos até ao fim (Mt 13.38). Portanto, convocamos todos os crentes em Jesus a levarem a sério sua missão e a cumprirem, de fato, o compromisso de serem verdadeiros agentes transformadores da sociedade por intermédio do Evangelho. Reajamos, pois, contra todas as obras opostas aos valores do Reino de Deus. Glorifiquemos ao Senhor pelo o que somos, dizemos e fazemos. Amém!

“Em Jesus Cristo, vemos o testemunho mais fundamental do Reino de Deus. Este estava personificado em Jesus, conforme vemos no seu ministério e milagres. Sua vida, morte e ressurreição garantem-nos que, quando Ele vier de novo, esmagará a soberba que tem destruído a harmonia entre as nações bem como entre as pessoas. Em Jesus, vemos o poder de Deus que um dia neutralizará o governo humano e encherá o mundo com um reino de Justiça. O reino, ou governo de Deus, através da vida e ministério de Jesus revelou poder para destruir o domínio sufocante que o pecado tem sobre a humanidade. Essa é a base da missão global da Igreja na era presente.

A proclamação feita por Jesus das boas-novas do Reino deve ser entendida em termos da aliança com Abraão, cujas condições declaravam o propósito de Deus: abençoar a todos os povos da terra (Gn 12.3). Jesus não deixou dúvidas quanto ao Reino de Deus já ter entrado na História, embora sua derradeira consumação ainda esteja no futuro (Mt 24.14). Porque esse reino já está manifestado à destra do trono do Pai, onde Jesus está agora exaltado, e intercede por nós (At 2.33,34; Ef 1.20-22; Hb 7.25; 1 Jo 2.1) e de onde ‘tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis’ (At 2.33), a Igreja pode avançar com confiança” (HORTON, S. M. Teologia Sistemática. 1.ed., RJ: CPAD.1996, pp.582,583).

Clique aqui para ler a lição na íntegra

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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A integridade da doutrina cristã

Título: A Missão Integral da Igreja — Porque o Reino de Deus está entre vós
Comentarista: Wagner Gaby


Lição 12: A integridade da doutrina cristã
Data: 18 de Setembro de 2011

Texto Áureo:  “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra” (2 Tm 3.16,17).


Verdade Prática - A verdadeira doutrina cristã supre plenamente as necessidades da alma humana.

Leitura da Semana

Segunda - Dt 32.2
A doutrina bíblica como a chuva que rega a terra


Terça - 1 Tm 4.6
As palavras da fé e da boa doutrina


Quarta - Tt 1.9
Retendo firme a fiel palavra, conforme a doutrina


Quinta - Tt 2.1
Falar o que convém à sã doutrina


Sexta - Hb 13.9
Não se deixe levar por doutrinas estranhas


Sábado - 2 Tm 3.16
Toda Escritura é proveitosa para instruir


 Doutrina é o ensino sistematizado das verdades encontradas na Bíblia Sagrada. E o seu principal objetivo é levar o crente a ter uma vida perfeita diante de Deus e dos homens. Você quer ser realmente feliz e bem-sucedido em todas as coisas? Guarde os ensinos da Palavra de Deus; aplique-os em seu cotidiano.

A DOUTRINA BÍBLICA E O HOMEM

Alimentando a alma. Alimentar as ovelhas com a Palavra de Deus é o principal dever do pastor (Jo 21.15-17; At 20.27,28). Além de prover alimento para o rebanho, tem ele a obrigação de protegê-lo e zelar por sua integridade moral e espiritual (At 20.28-31).

Muitos são os que pervertem o Evangelho, ensinando doutrinas estranhas e corrompidas (1 Tm 1.3). O ensino deve ser genuinamente bíblico. O pastor que não ensina a Palavra de Deus terá uma igreja problemática e suscetível às apostasias.

Doutrina é vida. A doutrina bíblica é algo suave e prazenteiro; é como a chuva que produz abundante vida (Dt 32.2).

Ela alcança-nos como um todo, para que sejamos santos em toda a nossa maneira de viver, conforme escreve Paulo: “O mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.23). Você quer realmente uma vida plena? Coloque em prática a sã doutrina. Não há outro meio de ser feliz. Leia o Salmo Primeiro e veja a bem-aventurança daquele que, dia e noite, medita na Palavra de Deus.

Doutrina e cultura. Em toda cultura há coisas boas e más. Devemos, por conseguinte, rejeitar tudo aquilo que contraria os preceitos bíblicos. Como saber se algo é ruim ou bom num contexto cultural? Em que devemos nos basear? Obviamente, na Palavra de Deus. Somente através da Bíblia Sagrada teremos condições de discernir entre o certo e o errado. O ensino sistemático das verdades bíblicas é imprescindível.

Quanto a este assunto, a recomendação de Paulo é urgente e não contempla aquilo que o mundo chama de politicamente correto: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2).

RESISTÊNCIA À SÃ DOUTRINA

A inversão de valores. Muito se fala a respeito da perda dos valores morais e éticos, pois vivemos numa sociedade permissiva, que rejeita sistematicamente todos os valores absolutos. Até mesmo alguns que se dizem crentes vêm rejeitando a ética e a moral cristãs, apegando-se a filosofias mundanas e perversas (Is 5.18-25). O Deus do Antigo e do Novo Testamento, porém, não mudou, Ele exige que sejamos santos porque Ele é santo (1 Pe 1.15).

Desviando os ouvidos da verdade. O espírito da mentira e do engano está em plena operação no mundo, levando até mesmo alguns crentes a rejeitarem a autêntica pregação bíblica e a sã doutrina (2 Tm 4.3,4). Muitos são os que, já desviados da verdade, andam a procura de um evangelho light e descompromissado com a verdade (2 Tm 2.18; 3.7,8). Os tais rejeitam os textos bíblicos que estimulam os filhos de Deus a ter uma vida santa, humilde, quebrantada e perfeita diante de Deus e dos homens (2 Tm 3.15-17; Ez 33.31,32).

Fábulas e mitos. Muitos são os que, abandonando a verdade do Evangelho de Cristo, apegam-se às fábulas e mitos (2 Tm 4.4). E andam atrás daqueles que lhes falem somente o que eles querem ouvir. Assim, desprezam a sã doutrina e pisam no sangue do Cordeiro de Deus. A advertência bíblica é grave: “De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue do testamento, com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?” (Hb 10.29).

 ATITUDES EM RELAÇÃO À SÃ DOUTRINA

Fidelidade a Deus. Apesar de a iniquidade multiplicar-se incontrolavelmente, os autênticos cristãos porfiam em servir a Deus e guardar a sã doutrina. Estes, por amor à justiça, enfrentam perseguições e sofrimentos (2 Tm 3.10-12; Mt 5.10-12), mas perseveram até ao fim. O crente fiel não sente vergonha em declarar a sua crença em Deus e nas Escrituras, esteja ele onde estiver (Mc 8.38). Nossos valores devem ser vistos por todos mediante a nossa conduta exemplar e irrepreensível. A doutrina cristã tem de ser vivida no dia-a-dia. O que adianta conhecê-la, mas não colocá-la em prática?

Discernindo os enganos e sutilezas. Uma das principais estratégias de Satanás é a formulação de doutrinas estranhas à Palavra de Deus. Estas, por suas sutilezas, parecem verdades, mas são mentiras. A mídia é o principal instrumento de difusão desses enganos (2 Tm 3.13). Se a nossa mente não estiver instruída pela verdade, seremos levados pelas ondas do erro e arrastados pelos ventos da apostasia (Ef 4.14). Guiados pela Palavra de Deus, porém, estaremos sempre atentos contra as sutilezas do Maligno e dos que se deixam ser usados por ele.

Plenitude de vida. A vida abundante, de que fala a Bíblia Sagrada (Jo 10.10), envolve todos os aspectos de nosso ser: físico, espiritual, emocional e mental. Uma de suas evidências é um relacionamento íntimo com Deus mediante o Espírito Santo. O amor do Pai em nossos corações leva-nos a obedecer aos seus preceitos: “Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados” (1 Jo 5.3). Vivamos, pois, de acordo com a Bíblia Sagrada e coloquemos em prática, em nosso cotidiano, todos os seus valores. O Espírito Santo habilita-nos a viver dessa forma, para que sejamos, de fato, luz do mundo e sal da terra.

 Aquele que ama a Deus guarda a Sua Palavra e faz a Sua vontade, pois a nossa obediência mostra o que o Espírito Santo vem operando em nossos corações desde o momento em que recebemos a Cristo como nosso Salvador e Senhor.

Subsídio Teológico

“Introdução à doutrina

Uma das maiores necessidades da presente hora, no seio da Igreja é uma sólida base bíblica doutrinária para a fé.

Doutrina significa literalmente ensino normativo, terminante, como regra de fé e prática. É coisa séria. É fator altamente influente para o bem e o mal. A sã doutrina é uma bênção para o crente e para a Igreja, mas a falsa — corrompe, contamina, ilude e destrói.

O plano de Deus é que depois de salvos, ‘todos cheguem ao pleno conhecimento da verdade’ (1 Tm 2.4 — ARA). A tragédia espiritual de inúmeros crentes, é que não atentam para isso. Podemos pagar muito caro por uma só ignorância espiritual.

A doutrina bíblica gera bons costumes, mas bons costumes não geram doutrina bíblica. Igrejas há que têm um somatório imenso de bons costumes, mas quase nada de doutrina. Isso é muito perigoso! Seus membros naufragam com facilidade por não terem o lastro espiritual da Palavra.

Uma das atividades prediletas do Diabo é subtrair a Palavra de Deus (Mt 13.19), inclusive no púlpito, onde, muitas vezes ela é substituída por coisas vãs.

O Diabo é o autor ou inspirador de todo ensino falso (1 Tm 4.1) e perversão dos verdadeiros” (2 Pe 3.16) (GILBERTO, A. Manual da Escola Dominical. 17.ed., RJ: CPAD, 1999, pp.91-93).

Subsídio Teológico

“O Desvio da Verdade

Todas as falsas doutrinas têm um traço em comum: o desvio da verdade revelada. Os que encorajam o erro, além de serem deficientes em moralidade pessoal, terminaram onde estão por causa do que deixaram para trás. Eles deixaram o que é verdade para buscar o que é falso (1 Tm 1.3; 6.3). Paulo usa uma série de palavras vívidas para impressionar seus leitores com esse desvio.

Desvio. Em 1 Timóteo 1.6, a palavra grega astocheō retrata a ideia de ‘longe da marca’ ou ‘de ultrapassar a marca’. Essa é uma expressão conveniente desde que, no versículo anterior, Paulo afirma que o objetivo da instrução dele ‘é a caridade de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida’. É óbvio que os falsos mestres ignoram esse propósito definidor à medida que eles se ‘desvia[m]’ para outros interesses.

Rejeição. É igualmente vívido o termo para a rejeição da fé e da boa consciência por parte deles (1 Tm 1.19). Em Atos 7.39; 13.46 e Romanos 11.2 usam esse termo (apōtheō) para descrever a rejeição violenta e proposital. Até mesmo o resultado no contexto imediato de 1 Timóteo 1.19 ilustra essa violência, já que ele indica o ‘naufrágio’ da fé de Himeneu e Alexandre (v.20). De acordo com Paulo, a expectativa futura não parece nem um pouco mais luminosa.

Apostasia. Paulo, por meio de revelação do Espírito de Deus, prediz uma apostasia moral e espiritual (apostasia, 1 Tm 4.1) com a aproximação dos últimos dias. O que se inicia como desvio da verdade resulta em sedução pelos demônios e suas doutrinas” (vv.2,3) (ZUCK, R. B. (Ed.). Teologia do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2008, pp.373,374).

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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Título: A Missão Integral da Igreja — Porque o Reino de Deus está entre vós
Comentarista: Wagner Gaby


Lição 11: A influência cultural da Igreja
Data: 11 de Setembro de 2011

“E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra” (Gn 1.28).

Deus nos criou como seres sociais e instrui-nos a produzir uma cultura que reflita os princípios espirituais e morais de sua Palavra.

 “Produções sociais e costumes das sociedades humanas”.

A CULTURA ANTES E APÓS A QUEDA

1. A natureza da cultura humana. Derivada do latim, a palavra “cultura” refere-se às produções sociais e aos costumes das sociedades humanas. A cultura de um povo manifesta-se através de seus hábitos, comportamentos, artes, crenças e valores. Criado por Deus, o ser humano foi por Ele dotado de extraordinária capacidade para administrar este mundo (Gn 1.28-30). Por conseguinte, a capacidade de criar e desenvolver uma cultura é dom divino. Por isso, nossa cultura pode e deve refletir o amor, a bondade e a verdade do Pai Celeste. Todavia, por causa do pecado, a produção cultural do ser humano acha-se comprometida pelo mal (Gn 3.5-10,17-19). Por isso, devemos submetê-la ao crivo das Sagradas Escrituras.

2. A cultura como beleza da criação. O Pai Eterno impregnou-nos com a sua imagem e semelhança (Gn 1.26), tornando-nos capazes de pensar, criar e comunicar-nos uns com os outros e com Ele próprio. Tudo o que fazemos tem um caráter social, seja cuidando da terra, seja zelando pelos animais ou administrando nossa família (Gn 1.28,29). Enfim, sempre que nos pomos a servir ao próximo, obedecemos aos mandamentos de Deus através de nosso fazer cultural (comissão cultural). Assim, glorificamos ao Senhor (Lc 6.9).

3. A Queda manchou a cultura humana. A Bíblia afirma que o pecado subjugou a humanidade, comprometendo toda a criação de Deus. Por isso, a criatura geme e espera por sua redenção (Rm 8.19-23). Logo, nenhuma produção cultural é perfeita, porque somos imperfeitos por natureza. E uma das coisas mais danosas que podemos fazer da cultura é adorar a criatura em lugar do Criador (Rm 1.18-25).

EXEMPLOS BÍBLICOS DE RELACIONAMENTO CULTURAL

1. Daniel discerne a cultura babilônica. O Império de Babilônia era singular em belezas artísticas, arquitetônicas, literárias e científicas. Indaga retoricamente o rei Nabucodonosor: “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real?” (Dn 4.30). Nesse contexto cultural, achava-se Daniel. Dotado de uma fé consistente e de um profundo conhecimento da lei divina, o jovem hebreu soube como discernir os prós e os contras da cultura babilônica. Ele examinava tudo e retinha o bem, conforme aconselha-nos Paulo (Dn 1.4; cf. 2.48,49; 1 Ts 5.21).

Quando os valores de sua fé eram desafiados, Daniel não transigia nem negociava com os seus princípios espirituais, morais e éticos (Dn 1.8; 6.6-10). Através de uma postura tão firme e corajosa, fez sobressair sua fé no Deus Único e Verdadeiro. É assim que devemos agir e reagir, como o povo de Deus, em relação ao contexto cultural no qual estamos inseridos.

2. Paulo, Barnabé e a transformação cultural em Listra. Na província romana da Galácia, havia uma cidade chamada Listra. O templo de Júpiter e de Mercúrio ocupava o centro da cidade, cujos habitantes, de ascendência cultural grega, acreditavam na humanização desses deuses. Segundo o poeta romano, Ovídio, Júpiter e Mercúrio desceram, certa vez, à Terra, disfarçados de viajantes. Recebidos por Filemon e sua esposa, Baucis, deram ao casal, como premiação pela acolhida, a incumbência de lhes guardar o templo em Listra.

Tal crença ajuda-nos a entender melhor o capítulo 14 de Atos. A passagem narra a chegada de Paulo a Listra, onde curou um paralítico de nascença. Diante do milagre, os habitantes de Listra foram induzidos a pensar que os deuses achavam-se novamente entre eles. Por isso, chamaram a Barnabé de Júpiter e a Paulo de Mercúrio. Tal fato denota a idolatria que dominava a cultura greco-romana. Todavia, Paulo e Barnabé trataram de corrigir o engano. Assim, contrapuseram o Evangelho de Cristo à cultura pagã de Listra. E ali mesmo, estabeleceram uma igreja (At 14.21,22). Com Paulo e Barnabé, aprendemos o quanto devemos levar a sério a transformação cultural da sociedade por meio da prática da Palavra de Deus (cf. At 17.15-34).

 EVANGELHO, IGREJA E CULTURA

1. Evangelho e cultura. Nascido judeu, Jesus foi educado na lei de Moisés, participou das festas anuais em Jerusalém, frequentou as sinagogas e, como ensinador, mostrou ao povo a singularidade da mensagem evangélica. Ele participou ativamente da história e da cultura judaica (Jo 1.14; Gl 4.4). E foi entre homens comuns que o meigo nazareno anunciou a mensagem de amor e de salvação (Mt 11.19). Tudo, dentro de um contexto cultural.

2. Igreja e cultura. A Igreja Primitiva deparou-se com várias questões de caráter cultural. Haja vista o concílio de Jerusalém (At 15). A relação entre os cristãos judeus e gentios era delicada e demandava muita diplomacia e tato por parte dos apóstolos, para que não houvesse conflitos entre ambos os grupos (Rm 2.12-16; 14.5-9). A cultura jamais deve ser motivo de divisões no seio da igreja. E uma vez que estamos inseridos num ambiente cultural, não podemos isolar-nos deste, mas utilizá-lo para comunicar a mensagem do Evangelho.

3. O despertamento cultural da Igreja. Assim como Daniel, Paulo e Jesus de Nazaré, a Igreja tem o dever de propor uma contracultura para esta sociedade. A mídia impõe sobre nós uma carga cultural completamente oposta aos valores do Evangelho. E o que a Igreja tem feito? Não há dúvida de que o Senhor deseja usar cada crente para levar a Palavra de Deus a um mundo que jaz no maligno. Esta é a nossa missão.

 Se trabalhada de acordo com a Palavra de Deus, a cultura faz-se bela, verdadeira e útil. Ciente dessa verdade, a Igreja de Cristo não pode ficar impassível. Transformemos, pois, nossa cultura com a mensagem do Evangelho, pois, como prometeu o próprio Cristo, “as portas do inferno não prevalecerão contra [a Igreja]” (Mt 16.18).


Subsídio Teológico

“Nos primeiros seis dias da narrativa de Gênesis, Deus forma e enche o universo físico. [...] Deus cria o primeiro casal humano para ter domínio sobre a terra e governá-la em seu nome. O texto deixa claro que os seres humanos não são governantes supremos, livres para fazer tudo que desejarem. Seu domínio é uma autoridade delegada — eles são representantes do Governador Supremo, chamados para refletir seu cuidado santo e amoroso para com a criação. Eles têm de ‘cultivar’ (palavra que tem o mesmo radical que ‘cultura’) a terra (Gn 2.15, ARA). O modo como expressamos a imagem de Deus pode ser demonstrado pela nossa criatividade e maneira de construir culturas. Este era o propósito de Deus quando criou o ser humano, e até hoje continua sendo seu propósito para nós. O plano original de Deus não foi cancelado pela queda. O pecado corrompeu cada aspecto da natureza humana, mas não nos fez menos que humanos. Não somos animais. Ainda refletimos ‘por espelho’ (1 Co 13.12), ‘obscuramente’ (ARA), nossa natureza original como portadores da imagem de Deus. [...] Gênesis nos fala de nossa verdadeira natureza, das coisas que não podemos deixar de fazer, do modo como Deus criou cada ser humano com um fim específico. Nosso propósito é precisamente cumprir nossa natureza dada por Deus” (PEARCEY, N. Verdade Absoluta: Libertando o Cristianismo de seu cativeiro cultural. 1.ed., RJ: CPAD, 2006, p.52).

Subsídio Apologético

“A justificação das Escrituras para a construção da cultura começa em Gênesis. No limiar da Criação, a terra é sem forma, vazia, escura e não desenvolvida. Então, cumprindo uma série de etapas, Deus estabelece as características básicas da Criação: luz e escuridão, terra e mar acima e abaixo do firmamento, e assim por diante. Depois, todavia, Deus muda sua estratégia.

Até o sexto dia, Deus fez todo o trabalho da Criação diretamente. Mas agora cria os primeiros seres humanos e os ordena a levar adiante de onde deixou: eles deveriam refletir sua imagem e exercer domínio sobre toda a Criação (Gênesis 1.26). Daí em diante, o desenvolvimento da Criação seria primeiramente social e cultural: seria o trabalho dos homens, enquanto obedecessem os mandamentos de Deus para povoar e subjugar a terra (Gn 1.28).

Algumas vezes chamada de ‘comissão cultural’ ou ‘mandato cultural’, a ordem de Deus é a culminação de suas obras na Criação. A cortina foi erguida no palco, e o diretor dá às personagens a deixa inicial no drama da história. Embora tudo o que Deus criou tenha sido considerado ‘muito bom’, a tarefa de explorar e desenvolver os poderes e potenciais da Criação, a tarefa de construir uma civilização, Ele atribui aos portadores de sua imagem. ‘Em sendo frutíferos deveriam preenchê-la ainda mais; ao subjugá-la deveriam desenvolvê-la ainda mais’, explica Al Wolters em Creation Regained (Criação Recuperada).

A mesma ordem ainda nos diz respeito hoje. Apesar de a Queda ter introduzido o pecado e o mal na história humana, ela não apagou o mandato cultural. As gerações desde Adão e Eva ainda têm filhos, constroem famílias e se espalham sobre a terra. Elas ainda criam animais e semeiam nos campos. Ainda constroem cidades e governos [...].
O pecado introduz um poder destrutivo na ordem da Criação de Deus, mas não oblitera aquela ordem. Quando somos redimidos, não somos apenas libertados das motivações pecaminosas que nos dirigem, mas também restaurados para cumprir o propósito original, para fazer aquilo para o qual fomos criados: edificar sociedades e criar culturas e, assim, restaurar a ordem criada” (COLSON, C.; PEARCEY, N. E Agora, Como Viveremos? 2.ed., RJ: CPAD, 2000, pp.351,352).

Fonte: Estudantes da Bíblia, Diacono Sergio Christino
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