O progresso espiritual do
Apóstolo Paulo
TEXTO AUREO
“Mas
somente tinham ouvido dizer: Aquele que já nos perseguiu anuncia agora a fé que
antes destruía”. G11.23
VERDADE APLICADA
Cada cristão tem o dever de
ajudar espiritualmente ao seu semelhante.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
At 9.20 - E logo nas sinagogas pregava a Cristo, que este é o Filho de
Deus.
At 9.21 - E todos os que o ouviam estavam atônitos, e diziam: Não é este o
que em Jerusalém perseguia os que invocavam este nome, e para isso veio aqui,
para os levar presos aos principais dos sacerdotes?
At 9.25 - Tomando-o de noite os discípulos o desceram, dentro de um cesto,
pelo muro.
At 9.26 - E, quando Saulo chegou a Jerusalém, procurava ajuntar-se aos
discípulos, mas todos o temiam, não crendo que fosse discípulo.
At 9.27 - Então Barnabé, tomando-o consigo, o trouxe aos apóstolos, e lhes
contou como no caminho ele vira ao Senhor e lhe falara, e como em Damasco
falara ousadamente no nome de Jesus.
At 9.28 - E andava com eles em Jerusalém, entrando e saindo,
Introdução
Depois que Paulo reconfigurou a sua
mente através da sua Conversão a Cristo, o que não
levou muito tempo, dada a sua vontade inquebrantável de crescimento, ele passou
a viver de acordo com as suas novas convicções. Isso evidenciou a profunda
transformação que sofreu no caminho de Damasco, e essa transformação, a cada
tempo, tanto mais se evidenciava. Será estudado aqui como se processou o
desenvolvimento espiritual de Paulo.
A convivência com os irmãos
de Damasco era muito boa, disso ninguém duvida, mas Paulo era uma pessoa com o
temperamento e a vontade de demonstrar gratidão a Deus, e crescer
espiritualmente. Sentia a necessidade de compartilhar tão logo a sua dramática
conversão, e quem de fato era Jesus de Nazaré.
1.1. Pregando nas sinagogas (At 9.20)
O autor de Atos omite o fato de Paulo ter viajado para Arábia, mas
Paulo, ao escrever aos gálatas, informa que, três anos após a sua conversão,
ele foi das regiões da Arábia paia Jerusalém (Gl 1.17-18). Entretanto, no texto
supracitado, Paulo expõe o fato de ter estado em Damasco novamente, e, conforme
os maiores detalhes escritos por Lucas lá esteve pregando. Fica uma pergunta no
ar: Por que teria Paulo ido à Arábia, e o que ficou fazendo naqueles três anos?
Embora não tenhamos detalhes, sabemos que ele ali parou para refletir sobre a
sua decisão, visando-a fortalecer. Todavia é certo que ele procurou falar de
Jesus causando algum tipo de problema na Arábia. Por isso retomou a Damasco, e,
aos sábados, vestia-se com os trajes de fariseu, e, indo às sinagogas, dali
pregava acerca de Jesus ressuscitado.
Nisto, porém, Saulo revela-se por inteiro: “E logo pregava, nas
sinagogas, a Jesus.” É próprio de sua natureza empenhar-se resolutamente. Ao
mesmo tempo, porém, ele também entendeu sua conversão da forma correta. Afinal,
desde o início ela não foi simplesmente sua própria salvação e bem-aventurança,
mas vocação para o serviço. E para Paulo esse serviço não era um adendo amargo para
a doce salvação recebida. Ele sempre percebia a profundidade da misericórdia
que lhe fora concedida (2Co 4.1; 1Tm 1.12s) justamente na incumbência do
serviço. Por essa razão ele imediatamente se torna o “arauto” de seu Rei.
Novamente usa-se o termo “ser arauto” para “proclamar”. As sinagogas – nas
cidades grandes com numerosa população de judeus havia sempre várias casas de
oração judaicas – são o local em que deve soar o grito do arauto para o Rei de
Israel.
O conteúdo de sua proclamação é uma única frase de significado
imensurável: “Este é o Filho de Deus.” Pedro falara aos israelitas acerca do
“Servo de Deus”. Não tocara no mistério da pessoa de Jesus. Paulo, porém,
imediatamente vai além. Sua experiência no encontro com Jesus e o que entendeu
sobre Jesus a partir disso fez com que captasse a ligação integral de Jesus com
Deus. De acordo com o entendimento judaico o Messias também podia ser um
simples ser humano. Paulo, porém, viu: o Messias Jesus não se encontrava entre
as pessoas, nem mesmo como a maior e mais gloriosa delas. Ele veio de Deus e
subsistia “em forma de Deus” (Fp 2.6).
Galatas 1.17-18. Paulo não temia a conseqüência integral. Nem subi a Jerusalém para os que já eram
apóstolos antes de mim. O chamado: Subamos
a Jerusalém! Estava no sangue de todo judeu devoto, fazendo os corações
bater mais depressa. Contudo o lugar de Paulo não era mais aos pés dos
co-apóstolos lá na cidade santa. Ele reconhecia a vantagem cronológica deles,
assim como sua dignidade especial (Gl 2.2), mas o próprio Deus lhe havia
interditado o caminho em direção da dependência deles na questão da missão aos
gentios.
No presente contexto era importante para ele o fato de ter
permanecido longe da instrução dos de Jerusalém. Mas parti para as regiões da Arábia. Que fez ele ali? Como está no
contexto da demonstração de sua obediência imediata diante de sua incumbência
missionária, é provável que pregasse. É provável que por meio dessa pregação,
como em quase todos os lugares de sua atuação, também se tenha tornado
malquisto na Arábia (At 9.22 -25; 2Co 11.32,33). Isso dificilmente teria
acontecido se ele tivesse permanecido para meditar num lugar solitário. E voltei, outra vez, para Damasco. Ele diz,
outra vez: Portanto, ele já havia entrado na cidade anteriormente, o que
coincide com At 9.8-25; 22.11-16; 26.20, e podia pressupor esse conhecimento
entre seus leitores. No entanto, por mais inconstante e fugitivo que ele fosse,
evitou Jerusalém. Com a distância geográfica manteve também uma distância
pessoal das demais autoridades. Seu evangelho é independente e do mesmo valor.
1.2. O espanto dos que o ouviam (At 9.21)
Os comentários sobre a
conversão de Paulo se tomaram notórios no seio da igreja (Gl 1.23). Era uma
enorme surpresa ouvir o jovem Paulo muito bem trajado como fariseu, aos
sábados, nas sinagogas de Damasco. Ele era um ótimo orador, mas ouvi-lo, agora,
apresentando o Nazareno morto na cruz, como o Cristo prometido, causava
espanto. Afinal, não era Paulo aquele que antes recebera cartas para prender os
dissidentes? Como agora procura convencer que esse Jesus é o Cristo? Realmente
o espanto e a confusão impregnavam a plateia.
Entre os judeus de Damasco
formam-se perplexa confusão e consternação, porque Paulo não se deteve em
reflexões teóricas acerca de Jesus, mas “demonstrou que esse é o Messias”.
Assim, cada israelita estava sendo confrontado com a decisão prática. É preciso
estar à disposição do Messias de Israel com todo o coração e toda a vida. Paulo
“demonstrou” isso com base na Sagrada Escritura.
Galatas 1.23. As igrejas
da Judéia tinham de Paulo apenas uma idéia restrita como pregador cristão: Ouviam somente dizer: Aquele que, antes,
nos perseguia, agora, prega a fé que, outrora, procurava destruir.
Divulga-se nas igrejas da Judéia a conversão que não era algo comum. Reconhecem
uma intervenção do alto, formulando-o de maneira marcante.
1.3.
Seu esforço apologético (At 9.22)
Paulo se esforçava para
convencer os membros das sinagogas locais de Damasco, quanto à messianidade de
Jesus de Nazaré. E, inicialmente, ele encontrava certa dificuldade, por causa
da incredulidade e, possivelmente, das muitas altercações por parte dos
ouvintes mais conservadores. Entretanto, com o passar do tempo, observamos que
Paulo se fortalecia cada vez mais, quer dizer, mais em graça, e mais em
argumentação e persuasão, de maneira que seus ouvintes começaram a ficar
confusos quanto a sua opinião original. O ser humano pode chegar a conhecer a
verdade, mas preferir a tradição na qual recebeu dos seus pais, ou mesmo por
uma questão de orgulho se recusar a mudar da opinião que tanto creu, ensinou,
ou discutiu. Por isso o texto de Lucas nos diz que “se esforçava muito mais”
num esforço apologético.
A maior barreira
encontrada por Paulo era o terror que havia espalhado quando perseguidor. Para
servir a Deus ele teve de andar na contramão de tudo o que viveu para crer.
Podemos observar que, desde cedo, Paulo se definiu por uma carreira
evangelística em sua vida cristã. Embora inicialmente não haja nenhum registro
de um trabalho substancial seja na Arábia, em Damasco ou Jerusalém. Todavia uma
coisa ia ficando cada vez mais nítida na pessoa de Paulo, era a sua disposição
evangelística sacrificial por amora Cristo. O que tomou um ensaio para a
evangelização no mundo pagão do Império Romano.
Quando se entende que o
governante de Damasco era alguém delegado pelo rei Aretas IV, da Arábia,
conclui-se facilmente que a estada de Paulo de Tarso lá na Arábia não foi tão
tranquila como se imagina. Sua própria palavra define como foi: “Em Damasco, o
que governava sob o rei Aretas pôs guardas às portas da cidade dos damascenos,
para me prenderem” (2Co 11.32). O contexto imediato do que Paulo trata
escrevendo aos coríntios fala das humilhações, perseguições, açoites, fugas,
etc., vividas ao longo de seu ministério exatamente nessa época. Assim, pode-se
supor que essa indisposição não foi apenas por causa de seu trabalho em
Damasco, mas na Arábia também.
2.1.
Conselho de morte (At 9.23,24)
A pregação de Paulo era
forte, persuasiva, e cheia de poder. Ela deixava alguns confusos, convencia a
outros e o resultado é que, com o passar dos dias, ele se tornava cada vez mais
influente. Vendo que Paulo caia na graça de muitos, e que, com uma pregação
convincente, crescia cada vez mais, os religiosos judeus, reunidos em conselho
local, concluíram que nada havia que pudesse ser feito, senão eliminarem Paulo.
É importante lembrar que o Príncipe deste mundo não ficaria de braços cruzados
à medida que o seu reino estava sendo saqueado, ele reagiria tentando corromper
ou eliminar o servo de Deus a ele dedicado. Caso não conseguisse, dificultaria
ao máximo para que o obreiro de Cristo desistisse de fazer a obra de Deus.
Atos 9.23 - Decorridos muitos dias, os judeus
decidiram de comum acordo matá-lo.
Não há maneira para que
homens perversos e violentos, armadores de ciladas e homicidas, sejam homens de
Deus; mas era isso que aqueles “... judeus...”, aqui referidos, diziam ser.
Eram os líderes reconhecidos da igreja judaica, visitantes permanentes do
templo de Jerusalém, praticantes constantes das cerimônias e dos ritos legais
exarados no Antigo Testamento, autoridades civis e religiosas, conhecedoras das
Escrituras do A.T., cidadãos respeitáveis, que os demais chamavam de “rabinos”.
Imaginavam-se pregadores e protetores da revelação divina.
Atos 9.24 - mas Saulo ficou sabendo do plano deles.
Dia e noite eles vigiavam as portas da cidade a fim de matá-lo.
Quanto odiavam a Saulo, e
quão resolvidos estavam em mata-lo. Porém, nenhum homem de Deus morre antes do
tempo, porquanto os seus dias estão numerados e ordenados, e ele vive cada um
deles. E nisso nos é dado a observar a providência de Deus.
Foi aquela uma bem
planejada tentativa de assassinato, e é evidente que o governador da cidade
contavam com os guardas, que ordinariamente vigiavam a cidade, incluindo as
sentinelas postadas nos portões para que dessem o alarme, a fim de apanharem a
Paulo se porventura ele tentasse sair da cidade. Não há de se duvidar que o
plano teria sido bem-sucedido, se Deus não houvesse guardado a Saulo na palma
de sua mão, fazendo o plano urdido chegar ao seu conhecimento, através de meios
que desconhecemos, e iluminando-o quanto ao meio de fugir da cidade.
2.2.
A fuga de Paulo (At 9.25)
Havia um entrosamento muito
firme entre Paulo e os discípulos dali de Damasco, e, pelo risco que eles
assumiram em salvá-lo, isso ficou claramente demonstrado. Paulo não era
diferente de seu mestre. Sua influência fazia com que muitos o odiassem, mas
também fazia com que vários outros fossem capazes de arriscar a própria vida
por ele (Rm 16.4). Quando Paulo teve conhecimento do estratagema contra sua
vida teve de fugir, mas, qual o por quê de tudo isso? A resposta está no seu
trabalho que: incomodava, crescia, e se fortalecia cada vez mais. Como dizem
por aí: “ninguém chuta um cão morto”.
Atos 9.25 - Mas os seus discípulos o levaram de
noite e o fizeram descer num cesto, através de uma abertura na muralha.
Paulo, no trecho de II
Coríntios 11.33, diz-nos especificamente como essa fuga se realizou. Foi
através de “...janela...” Isso parece subentender que ele foi arriado através
de uma janela de uma casa ou edificação qualquer que havia à beira do muro, ou
que essa janela era uma abertura na própria muralha, de tal modo que essa
janela era, ao mesmo tempo, janela do muro e de uma casa contígua. Tais
“janelas” têm sido observadas em tempos modernos, tanto nas muralhas de Damasco
como em outras localidades antigas do oriente; e é evidente que isso é o que
está em foco aqui. Pode se comparar isso com o trecho de Js 2.15, pois foi
através de um plano desse que Raabe permitiu que os espias fugissem de Jericó.
Romanos 16.4 - Eles pela minha vida expuseram suas
cabeças. E isto não lhes agradeço eu só, mas também todas as igrejas dos
gentios..
A expressão “...expuseram
suas cabeças...”, se for traduzida literalmente, dirá: “expuseram seus
pescoços”, o que é uma alusão ao machado do verdugo. Pois quando um homem era
executado por decapitação, punha o pescoço sobre o bloco de madeira. Paulo,
pois, dá a entender que, ao servirem juntamente com ele, por serem seus
companheiros de luta, Priscila e Áquila, por mais de uma vez poderiam ter sido
mortos em meio às tribulações que assediavam àquele Apóstolo.
“...também
todas as igrejas dos gentios...” A questão das ações de graças, em face da
dedicação desse casal, não poderia terminar com Paulo, porquanto todas as
igrejas gentílicas (o que talvez indique, especialmente, aquelas que havia na
Ásia Menor) deveriam mostrar-se gratas para com o papel desempenhado por
Priscila e Áquila, no ministério do evangelho naquela regiões. Priscila e
Áquila tinham sido figuras centrais, instrumentos poderosos nas mãos de Jesus
Cristo naqueles territórios. Muitas almas haviam sido conduzidas aos pés de
Cristo, tendo sido também firmadas na doutrina cristã, direta ou indiretamente,
por meio deles.
2.3. De Damasco
para o mundo (At 9.23-24)
Os
detalhes da fuga de Paulo são interessantes, o sucesso dela dependeu da
cumplicidade e ajuda dos irmãos dali, observe que ele escapou à noite, pelo
muro da cidade, num cesto descido através de uma corda. A partir de então, o
que se sabe é que ele foi para Jerusalém, onde sua vida foi marcada pela
atividade evangelizadora nos anos seguintes. Ainda que, aparentemente em algum
momento de sua história, não tenha sido bem sucedido, seu exemplo vívido
permanece como fonte de inspiração a todos os missionários posteriores.
Com
a fuga de Paulo da cidade de Damasco para escapar da
morte, aprendemos que em momentos de perseguição, devemos fugir para preservação da vida, evidentemente. E o Senhor Jesus mesmo disse, “se
vos perseguirdes em urna cidade, fujam para outra”. Fazer isso
nada tem a ver com covardia ou falta de fé, e sim, colaborar com a economia divina. Afinal, mais vale um discípulo
produtivo vivo do que morto, visto que o morto não adora a Deus nesse mundo e
nem fala de Jesus em lugar nenhum!
Dentre tantos lugares que
Paulo poderia ter ido pelo vasto Império Romano, em sua fuga, ele decidiu ir a
Jerusalém. Mas com que interesse? O que fica claro, conforme narrou
posteriormente, era que ele tinha como objetivo primário que era o de ver Pedro
(Gl 1.18). Todavia, por algum motivo, não o encontrou de imediato, encontrando
apenas dificuldades com alguns irmãos que não tinham certeza da sua genuína
conversão.
3.1.
A dificuldade de entrosamento (At 9.26)
Para os cristãos de
Jerusalém, a conversão de Paulo não passava de “fachada” para tentar aprisionar
depois. Aliás, a sua conversão, de certa maneira, era algo recente e os traumas
relacionados à pessoa dele eram enormes. Então, Paulo procurava se ajuntar a
eles, porém eles com medo o evitavam. Ele já havia sido beneficiado pela oração
de Estevão, pela acolhida calorosa e perdoadora de Ananias, mas faltava alguém
que lhe servisse de conexão para ajudá-lo quanto à dificuldade de entrosamento.
Havia um motivo sério que impedia as pessoas dele se aproximar, posto que
muitas feridas ainda estivessem abertas na vida de algumas famílias cristãs de
Jerusalém. Entretanto, é difícil entender como em alguns lugares, certos novos
convertidos e crentes, vindos de outras cidades distantes não conseguem
entrosamento, porque alguns grupos da igreja local se cristalizam em torno de
si impedindo a integração de novatos ou recém-chegados.
Atos 9.26 - Quando chegou a Jerusalém, tentou
reunir-se aos discípulos, mas todos estavam com medo dele, não acreditando que
fosse realmente um discípulo.
“Quando chegou a
Jerusalém…” O próprio Paulo afirmou em Gl 1.18-20 sobre sua primeira
permanência em Jerusalém. Ainda que tenham transcorrido “muitos” dias até o
atentado e a fuga de Damasco, eles perfazem aproximadamente “três anos”, como
Paulo escreve em Gl 1.18. Porém Lucas, que em muitos pontos de seu livro deixa
de apresentar em detalhe tudo o que indubitavelmente aconteceu, não menciona o
que nos informa o próprio Paulo: “Parti para as regiões da Arábia e voltei,
outra vez, para Damasco” (Gl 1.17). Saulo não permaneceu ininterruptamente em
Damasco, mas de lá foi para a “Arábia”. Essa região não era a Arábia de hoje,
que representa apenas um remanescente do grande reino dos nabateus, mas que no
tempo dos apóstolos se estendia até Damasco, tendo como capital P etra (a
antiga Edom). Diversas pessoas levantaram a suposição de que Paulo teria vivido
ali alguns anos de silêncio e reclusão, a fim de refletir sobre toda a sua
concepção do cristianismo, e preparando-se assim para seu ministério futuro.
Porém a “Arábia” não era um deserto tranquilo: no tempo dos nabateus era uma
região civilizada conquistada diante do deserto, com cidades ativas. O Saulo
que “logo” atua como arauto de Jesus nas sinagogas e que “demonstra” sua
dignidade de Messias e de Filho de Deus não carecia desse tempo de quietude.
Não, ele esteve atuando como missionário nas cidades da Arábia. E somente então,
quando “voltou outra vez a Damasco” e deu prosseguimento à atividade
evangelística, o conflito extremo eclodiu.
3.2. Barnabé o apresenta aos apóstolos (At 9.27-28)
Barnabé era um líder de
elevada estatura espiritual “que insistia em crer no melhor dos outros”. Era
certo que ele evitou Paulo quando ainda era um perseguidor, mas agora, ao saber
que se convertera, deixou aflorar as boas lembranças de um conhecimento
anterior, de um tempo possível em que estudaram juntos. É certo que ele
averiguou a história recente da conversão e tomou conhecimento da palavra
profética de Ananias: de que Paulo era um vaso escolhido para anunciar o nome
do Senhor. Diante de tantas evidências, ou seja, de como Paulo vira o Senhor e
lhe falara da sua disposição em anunciar ousadamente no nome do Senhor, Barnabé
fez a ponte, servindo de conexão entre os apóstolos e Paulo. Foi a partir daí
que Paulo passou andar com eles em Jerusalém, entrando e saindo.
Atos 9.27 - Então Barnabé o levou aos apóstolos e
lhes contou como, no caminho, Saulo vira o Senhor, que lhe falara, e como em
Damasco ele havia pregado corajosamente em nome de Jesus.
Atos 9.28 - Assim, Saulo ficou com eles, e andava
com liberdade em Jerusalém, pregando corajosamente em nome do Senhor.
O informe pessoal de Paulo
sobre sua permanência em Jerusalém leva a supor, a princípio, apenas uma breve
e tranquila visita a Pedro. E, com base em Gl 1.19 certamente temos de corrigir
a referência sintética de Lucas: “Mas Barnabé, tomando-o consigo, levou-o aos
apóstolos”: Paulo viu na ocasião somente a Pedro e o irmão do Senhor, Tiago. É
o que ele assevera expressamente. Do mesmo modo, porém, a breve nota da carta
aos Gálatas, porque no contexto da carta o interesse de Paulo se concentra numa
única coisa, que é explicitar toda sua autonomia e independência em relação aos
primeiros apóstolos. Num ponto, no entanto, o relato de Lucas não suscita
dúvidas: Paulo chega aos apóstolos como cristão e testemunha de Jesus de forma
totalmente independente: “E contou-lhes como ele vira o Senhor no caminho, e
que este lhe falara, e como em Damasco pregara ousadamente em nome de Jesus.” É
compreensível que mesmo depois dos três anos de trabalho em Damasco e na Arábia
houvesse suspeitas e rejeição entre os cristãos de Jerusalém contra o perseguidor
de outrora. Haviam sofrido demais por meio dele. Não é explicado por que
Barnabé o avaliou de outra maneira e foi tomado de plena confiança nele. No
entanto, o que é importante para os crentes relembrar, é que ocasionalmente, a
vida do crente é inteiramente nova. Existe pessoas que como Saulo,
transforma-se em nova criatura. Ai do homem que se posta no caminho deles e
que, devido o seu passado, se recusam a permiti-lhes o direito de serem
transformados. Muito melhor é entrar em jogo com um homem e perder, do que
perder um homem por recusar dar-lhe uma chance!
3.3.
Seu retorno a Tarso (At 9.29-31)
Paulo era “sui generis”,
quer dizer, uma pessoa muito peculiar. Não se acomodava a rotinas, era ousado e
como tal anunciava o nome de Jesus. Essa coragem o colocava constantemente em
risco, principalmente quando decidiu falar e disputar contra os helenistas, os
judeus de fala grega a quem Estevão antes tivera também testemunhando de Jesus.
Quando os irmãos souberam que os helenistas procuravam matá-lo, aí decidiram o
aconselhar deixar Jerusalém e o acompanharam até Cesaréia onde havia um porto
construído por Herodes. Então partiu Paulo para Tarso, sua terra natal, e os
irmãos puderam respirar aliviados, pois senão ele teria o mesmo destino de
Estevão.
O termo Sui generis, de origem latina, significa, literalmente,
"de seu próprio gênero", ou seja, "único em seu gênero".
Agora
pensemos em Barnabé, ele foi uma bênção e um instrumento eficaz para eliminar
toda a suspeita, quanto à pessoa de Paulo e em relação à conversão dele,
possibilitando assim a sua comunhão com os apóstolos que estavam em Jerusalém.
Na qualidade de obreiro, Barnabé, jamais deixou a desejar pelo fato de crer e
dar oportunidade a Paulo, e é assim que os líderes da casa do Senhor devem agir, esquecendo o passado descrente da pessoa, mas buscando crer e dar
a oportunidade de desenvolvimento aos que chegam depois. Isso não nos isentará
de termos outras decepções. Porém, nos dará a possibilidade de colher preciosa
joia para o trabalho do Senhor; como foi Paulo de
Tarso, o Apóstolo dos Gentios.
Conclusão
O
progresso espiritual de uma pessoa é evidenciado pela sua forma de proceder.
Qualquer pessoa pode experimentar progresso ou retrocesso espiritual. Paulo
demonstrou seu progresso de algumas maneiras como foi visto nesta lição. Que
possamos seguir suas pegadas corajosas, para continuar nosso progresso
espiritual.
QUESTIONÁRIO
1. Depois da sua conversão onde Paulo esteve por uns
três anos?
R.
Na Arábia.
2. O que Paulo fazia aos sábados em
Damasco?
R.
Pregava nas sinagogas.
3. Por que Paulo causava espanto?
R.
Porque antes perseguia a Igreja, mas agora
procurava convencer os judeus de que Jesus é o Cristo.
4. Qual o porquê da fuga de Paulo de Damasco?
R.
No seu trabalho que incomodava, crescia e se fortalecia cada vez mais.
5. Cite uma ou mais evidências que demonstram o
progresso espiritual de Paulo:
R.
Através do seu esforço em falar de Jesus.
REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 4º Trimestre
de 2012, ano 22 nº 85 – Jovens e Adultos – Apóstolo Paulo.
Comentário Bíblico
Expositivo – Warrem W. Wiersbe
O Novo Testamento
Interpretado Versículo Por Versículo - Russell Norman Champlin
O Antigo Testamento
Interpretado Versículo Por Versículo - Russell Norman Champlin
Comentário Esperança -
Novo Testamento
Comentário Bíblico Matthew
Henry - Novo Testamento
Comentário Bíblico - F. B.
Meyer
Bíblia – THOMPSON
(Digital)
Bíblia de Estudo
Pentecostal – BEP (Digital)
Dicionário Teológico – Edição
revista e ampliada e um Suplemento Biográfico dos Grandes Teólogos e Pensadores
– CPAD - Claudionor Corrêa de Andrade
Fonte: Escola Bíblica Dominical - Betel - REVISTA EBD
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