Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos
4º Trimestre de 2012
Título: Os Doze Profetas Menores — Advertências e consolações para a santificação da Igreja de Cristo
Comentarista: Esequias Soares
Lição 4: Amós — A justiça social como parte da adoração
Data: 28 de Outubro de 2012
TEXTO ÁUREO
“Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrares no Reino dos céus” (Mt 5.20).
VERDADE PRÁTICA
Justiça e retidão são elementos necessários e imprescindíveis à verdadeira adoração a Deus.
HINOS SUGERIDOS
124, 131, 143.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Pv 14.34
A justiça social exalta as nações
Terça - Pv 19.17
Quem ajuda o pobre empresta a Deus
Quarta - Is 1.13-15
O sacrifício e o estado espiritual do adorador
Quinta - Rm 15.26,27
A espiritualidade do trabalho social
Sexta - 2 Co 9.8,9
Deus abençoa quem socorre os pobres
Sábado - Tg 1.27
Socorrer os necessitados é parte da adoração
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Amós 1.1; 2.6-8; 5.21-23.
Amós 1
1 - As palavras de Amós, que
estava entre os pastores de Tecoa, o que ele viu a respeito de Israel,
nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás,
rei de Israel, dois anos antes do terremoto.
Amós 2
6 - Assim diz o SENHOR: Por
três transgressões de Israel e por quatro, não retirarei o castigo,
porque vendem o justo por dinheiro e o necessitado por um par de
sapatos.
7 - Suspirando pelo pó da terra
sobre a cabeça dos pobres, eles pervertem o caminho dos mansos; e um
homem e seu pai entram à mesma moça, para profanarem o meu santo nome.
8 - E se deitam junto a qualquer altar sobre roupas empenhadas e na casa de seus deuses bebem o vinho dos que tinham multado.
Amós 5
21 - Aborreço, desprezo as vossas festas, e as vossas assembleias solenes não me dão nenhum prazer,
22 - E, ainda que me ofereçais
holocaustos e ofertas de manjares, não me agradarei delas, nem atentarei
para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos.
23 - Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias dos teus instrumentos.
INTERAÇÃO
O nome Amós quer dizer “fardo” e Tecoa significa
“soar o chifre do carneiro”. Estas significações denotam a mensagem de
destruição ecoada no Reino do Norte. O profeta não exitara em denunciar a
corrupção do sistema político, jurídico, social e religioso de Israel.
Amós ainda teve de enfrentar uma franca oposição religiosa do sacerdote
Amazias. Este era alinhado à política de Jeroboão II. Em Amós aprendemos
o quanto pode ser nefasta a mistura da política com a religião. Ali,
tínhamos um sacerdote, “representante de Deus” dizendo sim para tudo o
que o rei fazia. Mas lá, o profeta “boieiro” dizia não! Era o Soberano
dizendo “não” para aquela espúria relação de poder.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Dissertar a respeito da vida pessoal de Amós e a estrutura do livro.
- Saber que a justiça social é um empreendimento bíblico.
- Apontar a política e a justiça social como elementos de adoração a Deus.
Prezado professor, vivemos num tempo de grandes
injustiças sociais e corrupção política. Pessoas sem temor de Deus e
amor ao próximo buscam intensamente os seus próprios interesses. Por
isso, sugerimos que, ao introduzir os tópicos II e III da lição,
pergunte aos alunos o que eles pensam sobre esse quadro de corrupção e
injustiça social instalados em nossa sociedade. Em seguida, com o
auxílio do esquema a seguir explique os termos “política” e “justiça
social”. Diga que, à luz da mensagem de Amós, tais práticas fazem parte
da adoração a Deus.
POLÍTICA E JUSTIÇA SOCIAL EM AMÓS
POLÍTICA
Queremos dizer sobre política “o conjunto de
práticas relativo a uma sociedade”. Pois as relações humanas numa
sociedade são estabelecidas de acordo com decisões políticas tomadas por
representantes dela (Am 7.10-14).
JUSTIÇA SOCIAL
Justiça social é o conjunto de ações sociais,
destinado a suprimir as injustiças de todos os níveis, reduzindo a
desigualdade e a pobreza, erradicando o analfabetismo e o desemprego,
etc (Am 8.4-8).
COMENTÁRIO
Introdução
Palavra Chave
Adoração: Rendição a Deus em todas as esferas da vida.
O livro de Amós permanece atual e abrange diversos
aspectos da vida social, política e religiosa do povo de Deus. O profeta
combateu a idolatria, denunciou as injustiças sociais, condenou a
violência, profetizou o castigo para os pecadores contumazes e também
falou sobre o futuro glorioso de Israel. Amós é conhecido como o livro
da justiça de Deus e mostra aos religiosos a necessidade de se incluir
na adoração dois elementos importantes e há muito esquecidos: justiça e
retidão.
I. O LIVRO DE AMÓS
1. Contexto histórico. Amós era originário de
Tecoa, aldeia situada a 17 quilômetros ao sul de Jerusalém e exerceu o
seu ministério durante os reinados de Uzias, rei de Judá, e de Jeroboão
II, filho de Joás, rei de Israel (1.1; 7.10). Foi, de acordo com a
tradição judaico-cristã, contemporâneo de Oseias, Jonas, Isaías e
Miqueias, no período assírio.
2. Vida pessoal. Apesar de ser apenas um
camponês de Judá, “boieiro e cultivador de sicômoros” (7.14) e de não
fazer parte da escola dos profetas, foi enviado por Deus a profetizar em
Betel, centro religioso do Reino do Norte (4.4). Ali, Amós enfrentou
forte oposição do sacerdote Amazias, alinhado politicamente ao rei
Jeroboão II (7.10-16).
Todo o sistema político, religioso, social e
jurídico do Reino de Israel estava contaminado. Foi esse o quadro que
Amós encontrou nas dez tribos do Norte. O profeta tornou pública a
indignação de Jeová contra os abusos dos ricos, que esmagavam os pobres.
Ele levantou-se também contra as injustiças sociais e contra toda a
sorte de desonestidade que pervertia o direito das viúvas, dos órfãos e
dos necessitados (2.6-8; 5.10-12; 8.4-6). No cardápio da iniquidade,
estavam incluídos ainda o luxo extravagante, a prostituição e a
idolatria (2.7; 5.12; 6.1-3).
3. Estrutura e mensagem. O livro se divide em
duas partes principais. A primeira consiste nos oráculos que vieram
pela palavra (1-6) e a segunda, nas visões (7-9). O discurso de Amós é
um ataque direto às instituições de Israel, confrontando os males que
assolavam os fundamentos sociais, morais e espirituais da nação.
O assunto do livro é a justiça de Deus. O discurso
fundamenta-se em denúncias e ameaças de castigo, terminando com a
restauração futura de Israel (9.11-15). Ele é citado em o Novo
Testamento (Am 5.25,26 cp. At 7.42,43; 9.11,12 cp. At 15.16-18).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O livro do profeta Amós
pode ser dividido em duas partes principais: oráculos provenientes pela
palavra (1-6) e pelas visões (7-9).
II. POLÍTICA E JUSTIÇA SOCIAL
1. Mau governo. Infelizmente, alguns líderes,
como Saul e Jeroboão I, filho de Nebate, causaram a ruína do povo
escolhido (1 Cr 10.13,14; 1 Rs 13.33,34). Amós encontrou um desses maus
políticos no Reino do Norte (7.10-14). Oseias, seu colega de ministério,
também denunciou esses males com tenacidade e veemência (Os 5.1;
7.5-7).
2. A justiça social. É nossa responsabilidade
pessoal lutar por uma sociedade mais justa. Tal senso de justiça
expressa o pensamento da lei e dos profetas e é parte do grande
mandamento da fé cristã (Mt 22.35-40). Amós foi o único profeta do Reino
do Norte a bradar energicamente contra as injustiças sociais, ao passo
que, em Judá, mensagem de igual teor aparece por intermédio de Isaías,
Miqueias e Sofonias.
3. O pecado. A expressão: “Por três
transgressões de Israel e por quatro, não retirarei o castigo” (2.6)
refere-se não à numeração matemática, mas é máxima comum na literatura
semítica (veja fraseologia similar em Jó 5.19; 33.29; Ec 11.2; Mq
5.5,6). Nesse texto, significa que a medida da iniquidade está cheia e
não há como suspender a ira divina.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O senso de justiça cristã
expressa o pensamento da lei e dos profetas que, por sua vez, é parte do
grande mandamento de Jesus Cristo.
III. INJUSTIÇAS SOCIAIS
1. Decadência social (2.6). Amós condena o
preconceito e a indiferença dos mais abastados no trato aos carentes do
povo, que vêem seus direitos serem violados (2.7; 4.1; 5.11; 8.4,6).
Vender os próprios irmãos pobres por um par de sandálias é algo
chocante. Tal ato, que atenta contra a dignidade humana, demonstra a
situação de desprezo dos poderosos em relação aos menos favorecidos. Uma
vez que as autoridades e os poderosos aceitavam subornos para torcer a
justiça contra os pobres, o profeta denuncia esse pecado mais de uma vez
(8.4-6).
2. Decadência moral. A prostituição cultual
era outra prática chocante de Israel e mostra a decadência moral e
espiritual da nação: “Um homem e seu pai coabitam com a mesma jovem e,
assim, profanam o meu santo nome” (2.7 — ARA). O pior é que tal
prostituição era financiada com o dinheiro sujo da opressão que os
maiorais infligiam ao povo (2.7,8).
3. Decadência religiosa. O profeta denuncia a
violação da lei do penhor que ninguém mais respeitava (Êx 22.26,27; Dt
24.6,17). A acusação não se restringe à crueldade e à apropriação
indébita, mas também a prática do culto pagão, visto que a expressão
“qualquer altar” (2.8) não pode ser no templo de Jeová, e sim no de um
ídolo. Amós encerra a denúncia a essa série de pecados, condenando a
idolatria, a cobrança indevida de taxas e a malversação dos impostos no
culto pagão e nos banquetes em honra aos deuses.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
As injustiças sociais no livro de Amós são representadas pelas decadências social, moral e religiosa.
IV. A VERDADEIRA ADORAÇÃO
1. Adoração sem conversão. A despeito de sua
baixa condição moral e espiritual, o povo continuava a oferecer o seu
culto a Jeová sem refletir e com as mãos sujas de injustiças.
Comportando-se assim, tanto Israel como Judá, reproduziam o pensamento
pagão, segundo o qual sacrifícios e libações são suficientes para
aplacar a irados deuses. Entretanto, Deus declara não ter prazer algum
nas festas religiosas que os israelitas promoviam (5.21; Jr 6.20).
2. O significado dos sacrifícios. Expressar a
consagração do ofertante a Deus era uma das marcas dos sacrifícios. E
Amós menciona dois: “ofertas de manjares” e “ofertas pacíficas” (5.22).
As ofertas de manjares não eram sacrifícios de animais. Tratava-se de
algo diferente, que incluía flor de farinha, pães asmos e espigas
tostadas, representando a consagração dos frutos dos labores humanos a
Deus (Lv 2.14-16). Já as ofertas pacíficas eram completamente
voluntárias e tinham uma marca distintiva, pois o próprio ofertante
podia comer parte do animal sacrificado (Lv 7.11-21).
3. Os cânticos. Os cânticos faziam parte das
assembleias solenes (5.23). No entanto, eles perdem o valor espiritual
quando não há arrependimento sincero. A verdadeira adoração, porém, não
consiste em rituais externos ou em cerimônias formais. O genuíno
sacrifício para Deus é o espírito quebrantado e o coração contrito (Sl
51.17). Há um número muito grande e variado de palavras hebraicas e
gregas para descrever a adoração e o ato de adorar. Contudo, a ideia
principal de todas é de devoção reverente, serviço sagrado e honra a
Deus, tanto de maneira pública como individual.
Em suma, Deus exige de seu povo verdadeira adoração.
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
A verdadeira adoração não
consiste em rituais externos ou em cerimônias litúrgicas, mas no
espírito quebrantado e num coração contrito.
CONCLUSÃO
A adoração ao verdadeiro Deus, nas suas várias
formas, requer santidade e coração puro. Trata-se de uma comunhão
vertical com Deus, e horizontal, com o próximo (Mc 12.28-33). Essa
mensagem alerta-nos sobre o dever cristão de não nos esquecermos dos
pobres e necessitados e também sobre a responsabilidade de combatermos
as injustiças, como fizeram Amós e os demais profetas.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
SOARES, E. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD. 2009.
SOARES, E. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD. 2009.
EXERCÍCIOS
1. Qual o discurso do livro de Amós?
R. Um
ataque direto às instituições de Israel, confrontando os males que
assolavam os fundamentos sociais, morais e espirituais da nação.
2. Qual a nossa responsabilidade pessoal?
R. É nossa responsabilidade pessoal lutar por uma sociedade mais justa.
3. O que significa a expressão “por três transgressões de Israel e por quatro, não retirarei o castigo”?
R. Significa que a medida da iniquidade está cheia e não há como suspender a ira divina.
4. Quais as três decadências nos dias de Amós?
R. Social, moral e religiosa.
5. Qual o verdadeiro sacrifício para Deus?
R. É o espírito quebrantado e o coração contrito.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Bibliológico
“O Quarteto do Período Áureo da Profecia Hebraica
O profeta Amós exerceu o seu ministério ‘nos dias de
Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei Israel’
(1.1). Isso mostra que ele viveu na mesma época de Oseias e Isaías. Ele
era de Tecoa, na Judeia, mas Deus o enviou para profetizar em Samaria,
no reino do Norte. Miqueias é também dessa época, mas começou suas
atividades um pouco depois dos três primeiros, pois Uzias não é
mencionado: ‘nos dias de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá’ (1.1).
Os profetas Isaías, Miqueias, Amós e Oseias foram
contemporâneos, o ministério de cada um deles começou entre 760 e 735
a.C. [...] Ambos eram do Reino do Sul, capital Jerusalém. Oseias e Amós
exerceram seu ministério no reino do Norte, em Samaria” (SOARES, E. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1 ed., RJ: CPAD, 2010, p.116).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
“DEUS E AS NAÇÕES
[...] Amós e Miqueias têm muito mais a dizer sobre a
relação das nações com Israel e o seu Deus. Desde o início, ambos os
livros deixam claro que a soberania do Senhor não está limitada a
Israel, mas se estende a todas as nações. Amós começa com uma série de
falas de julgamento contra as nações vizinhas de Israel (Am 1.3-2.3).
Miqueias inicia com um retrato vívido da descida teofânica do Senhor
para julgar as nações (Mq 1.2-4). Para estes profetas, o Deus de Israel é
‘Senhor de toda a terra’ (cf. Mq 4.13), que controla a história e o
destino das nações (Am 9.7). De acordo com Amós 9.12, as nações ‘são
chamadas’ pelo ‘nome’ do Senhor. A expressão aponta a propriedade e
autoridade do Senhor sobre as nações como deixa claro o uso constante em
outros textos bíblicos (cf. 2 Sm 12.28; Is 4.1).
A palavra usada nos oráculos de Amós 1 e 2 para
caracterizar os pecados das nações diz respeito ao ato de rebelião
contra a autoridade soberana. Em outros textos bíblicos, o termo é usado
para referir-se a uma nação que se rebela contra a autoridade de outra
(cf. 2 Reis 1.1; 2 Reis 3.5,7). Judá (Am 2.4,5) e Israel (Am 2.6-16)
quebraram o concerto mosaico. Entretanto, por qual arranjo as nações
estrangeiras eram responsáveis diante de Deus? Entre os crimes alistados
incluem-se atrocidades em tempo de guerra, tráfico de escravos, quebra
de tratados e profanação de túmulos. Todos estes considerados juntos,
pelo menos em princípio, são violações do mandato de Deus dado para Noé
ser frutífero, multiplicar-se e mostrar respeito pelos membros da raça
humana como portadores da imagem divina (cf. Gn 9.1-7). É possível que
Amós tivesse visto este mandamento noético no plano de fundo de um
tratado entre suserano e vassalo, comparando o mandato às exigências ou
estipulações de tratado. De modo semelhante, Isaías interpretou o crime
de carnificina cometido pelas nações (Is 26.21) como violação da
‘aliança eterna’ (Is 24.5; cf. Gn 9.16) que ocasionaria uma maldição na
terra inteira (cf. Is 24.6-13). A seca, um tema comum nas bíblicas e
antigas listas de maldição mundial (cf. Is 24.4,7-9). No título da sua
série de oráculos de julgamento, Amós também disse que o julgamento do
Senhor ocasionaria seca (Am 1.2). Pelo visto, a seca compendiava as
maldições que vinham sobre as nações por rebelião contra o Suserano”
(ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD. 2009, p.446).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Amós: A justiça social como parte da adoração
Amós viveu dias de grande prosperidade no Reino do
Norte, na época, governado por Jeroboão II. Esse rei obteve muitas
vitórias contra seus vizinhos hostis, e com isso, obteve o controle das
rotas comerciais que levavam a Samaria, a capital de Israel. “A terra
era fértil, as chuvas caíam regularmente e os silos estavam abarrotados
de grãos. Nesses anos dourados, foram erguidos majestosos prédios
públicos, os ricos construíam espaçosas residências próximas aos centros
litúrgicos populares... Todavia, por trás da superfície brilhante da
sociedade, escondiam-se tragédias terríveis” (Guia do leitor da Bíblia,
CPAD, pg.536). Os fazendeiros eram desalojados de suas terras, que
passaram a integrar o patrimônio dos ricos. Os mercadores oprimiam os
pobres usando pesos e medidas diferentes na compra de cereais, e muitas
pessoas tinham de vender seus próprios filhos para que se tornassem
escravos. Era um cenário que atrairia a ira divina.
Amós inicia seu ministério profético nesse cenário,
trazendo palavras duras contra a injustiça social em seus dias. Para
aqueles que pensam que os profetas eram apenas preditivos, é preciso
atentar para o fato de que eles também denunciaram o pecado do povo
quando os mais ricos tornaram-se injustos para com os pobres. Deus não
está distante das práticas sociais de seus filhos, e não se agrada
quando seu próprio povo deixa de aplicar a misericórdia para agirem como
mercenários. Deus se importa com a justiça social sim, pois de nada
adianta uma pessoa dizer que serve a Deus e praticar coisas indevidas
para um servo de Deus, como mal tratamento de seus irmãos ou o descaso
para com as necessidades deles. Não há dualidade na vida cristã, ou
seja, um crente não pode ser uma pessoa na igreja e outra fora da
igreja. Ele deve ser a mesma pessoa em todas as ocasiões. Ao lermos
Amós, precisamos decidir se manteremos uma postura de arrogância e
distanciamento daqueles que precisam de nossa ajuda. Nas mansões
luxuosas, “as mulheres reclinavam-se em divãs incrustados de marfim,
degustando carnes e bebendo taças de vinhos exóticos... A elas competia
andar na moda. O preço que pagavam por um par de sandálias era um
verdadeiro desrespeito à dignidade humana, pois podia salvar um carente
forçado a se vender à escravidão para liquidar débitos de agiotagem de
algum credor abastado”. Foi em dias como esses que Deus usou Amós para
advertir os mais abastados de suas práticas inconvenientes.
Leia o resumo da Lição "Aqui"
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