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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Lição 5 - Paulo e Barnabé, aliados na obra do Senhor



Lição 05


Paulo e Barnabé, aliados na obra do Senhor

Texto Áureo

“Portanto, meus amados ir­mãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor”. 1 Co 15.58

Verdade Aplicada

O grande segredo para o cres­cimento espiritual e ministerial na obra do Senhor reside na perseverança e aprendizado constante.

Objetivos da Lição

           Familiarizar os alunos com a personalidade generosa de Barnabé;
           Revelar o lado social da igreja de Antioquia em tomar a iniciativa de ajudar os neces­sitados;
           Mostrar as constantes tran­sições positivas alcançadas na igreja pela administração de Barnabé.

Textos de Referência

At 11.25     E partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu para Antioquia.
At 11.26     E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gen­te; e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.
At 11.27     E naqueles dias des­ceram profetas de Jerusalém para Antioquia.
At 11.28     E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender pelo Espírito, que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César.
At 11.29     E os discípulos de­terminaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socor­ro aos irmãos que habitavam na Judéia.
At 11.30     O que eles com efeito fizeram, enviando-o aos anci­ãos por mão de Barnabé e de Saulo.

O Poder Irresistível da Comunhão na Igreja

A Igreja é caracterizada pela comunhão que mantem com o Senhor Jesus Cristo e pela unidade espiritual de seus membros.

Um reino unido prevalece, mas o mesmo não acontece com um reino dividido, pois a divisão é o primeiro sinal indicador de derrota para qualquer grupo de pessoas (Mt 12.25; 1 Co 6.7).

Um dos sinais da atuação do Espírito Santo na Igreja Primitiva era a comunhão entre os seus membros. Mais que oferecer parte ou o todo dos bens que possuíam, os cristãos mantinham-se unidos por um vínculo comum: eles pertenciam ao corpo místico de Cristo - a Igreja de Deus. A comu­nhão faz da Igreja um organismo espiritual perfeito de homens e mulheres que, apesar de suas procedências étnicas e diversidades culturais, sentem-se e agem como irmãos. Somente seremos reconhecidos como filhos de Deus se cuidarmos uns dos outros e mutuamente nos socorrermos.

A comunhão levou aqueles crentes a partilharem o que ti­nham, abrindo as portas para a atuação do Espírito Santo. Assim, ia o Senhor acrescentando o núme­ro dos santos tanto em Jerusalém, como em toda a Judeia e Samaria até os confins daquelas terras.

A COMUNHÃO DOS SANTOS

A comunhão (Participar das mesmas ideias, crenças e opiniões) observada na Igreja de Cristo não é um mero fenômeno social. É o resultado da ação direta do Espírito Santo na vida daqueles que recebem a Jesus como o seu único e sufi­ciente Salvador (Ef 2.19). É uma comunhão, aliás, que ultrapassa ao ajuntamento da congregação dos filhos de Israel que, nos mo­mentos de crise, reuniam-se como se fossem um só homem (Jz 20.1). Hoje, a Igreja permanece unida, universal e invisível, no Espírito Santo e assim estará para todo o sempre.

1. O que é a comunhão. A comunhão é o "vínculo de unidade fraternal mantida pelo Espírito Santo e que leva os cristãos a se sentirem um só corpo em Jesus Cristo" (Di­cionário Teológico, CPAD). A pala­vra grega koinonia traz a ideia de cooperação e relacionamento espi­ritual entre os santos. A comunhão da Igreja Primitiva era completa (At 2.42). Reuniam-se em oração e súplica, mas também reuni­ram-se para socorrer os mais necessitados.

A comunhão de sua igreja tem como modelo os cristãos de Jerusalém? Ou não passa de um mero ajuntamento social?

2. A unidade do corpo de Cristo. Eis um dos mais preciosos capítulos da doutrina da Igreja: sua unidade. O apóstolo Paulo tinha uma perfeita compreensão desse mistério (Ef 4.1-7). Somente pelo Espírito Santo podemos compre­ender a unidade de judeus, árabes, gregos e bárbaros que, apesar de suas diferenças culturais e étnicas, não apenas sentem-se e agem como irmãos, mas acham-se es­piritualmente vinculados num só corpo pela ação direta e distintiva do Espírito Santo.

Cada membro, neste corpo, tem uma função específica, mas todos trabalham pelo bem comum: "Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também (I Co 12.12). Quando um de seus membros sofre, todos sofrem com ele. Por isso, preocupamo-nos uns com os outros e mutuamente nos socorremos (Ef 4.1-6). Você tem preservado a unidade do Corpo de Cristo? Ou tem promovido divisões e dissensões entre os santos?

3. A comunhão da Igreja agrada a Deus. Deus quer e exige que seu povo permaneça unido (1 Co 1.10). Em sua oração sacerdotal, o Senhor Jesus roga ao Pai pela unidade de seus discípulos (Jo 17.11). Portanto, se mantemos o vínculo da comunhão, agradamos a Deus (Ef 4.3). Sim, esse é o vínculo da perfeição que tem como base o amor; conforme ensina o apóstolo Paulo: "com toda humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor" (Ef 4.2).

A comunhão da Igreja não é um mero ajuntamento de pesso­as, é o relacionamento espiritual e pessoal dos santos, sob a ação do Espírito Santo.

A COMUNHÃO CRISTÃ CARACTERIZA SE PELA UNIDADE

A comunhão cristã constitui-se num grande mistério. É algo que a própria sociologia não pode explicar. Nem o próprio Israel de Deus, no Antigo Testamento, lo­grou alcançar tamanha perfeição e excelência. Aliás, as diferenças entre as doze tribos tornou-lhes impossível a unidade (1 Rs 12.1-16). Vejamos, pois, em que consistia a comunhão da Igreja Primitiva. Que este seja o nosso modelo até que o Cristo de Deus venha buscar-nos.

1. Unidade doutrinária. Não pode haver perfeita união sem unidade doutrinária. Informa-nos Lucas que os cristãos primitivos "perseveravam na doutrina dos apóstolos" (At 2.42). Não era uma doutrina qualquer; tratava-se do ensinamento emanado do colégio apostólico constituído pelo Senhor Jesus Cristo. Paulo, ao discorrer sobre o mistério do corpo de Cristo, fala de uma só fé (Ef 4.5) que deve ser preservada zelosamente pelos santos (Jd 3).

Na autêntica comunhão cristã, por conseguinte, não há lugar para heresias nem apostasias. Estejamos, pois, sempre alertas. Nestes últimos dias, muitos aparecerão em nosso meio dissimulando suas inverdades doutrinárias, com o único intuito de destruir a comunhão dos santos (2 Ts 2.3; 2 Pe 2.1).

2. Unidade na própria comunhão. A unidade doutri­nária conduz a uma comunhão perfeita. Isto significa que não pode haver genuína comunhão cristã com dois ou três pensa­mentos teológicos díspares e contrastantes. As seitas apare­cem quando um indivíduo, ou grupo, apresenta uma doutrina contrária aos profetas e apósto­los de Nosso Senhor. Lembra-se da doutrina de Balaão? (Jd l1; Ap 2.14). E dos ensinos de Jezabel? (Ap 2.20). Muitos são os que mergulham nas profundezas de Satanás e apresentam-se como especialistas no conhecimento de Deus (Ap 2.24).

Se quisermos, portanto, uma comunhão perfeita, lutemos por manter a sã doutrina. A heresia causa divisão. Ou melhor: a he­resia em si já é uma divisão. Esta recomendação de Paulo não deve ser esquecida: "Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o" (Tt 3.10).

3. Unidade no partir do pão. Os crentes primitivos manti­nham uma comunhão tão intensa entre si que se reuniam com alegria e singeleza de coração para cele­brar a Santa Ceia. Era o seu "partir do pão" (At 2.42). Eles em Cristo e Cristo em cada um deles. Pode ha­ver comunhão mais plena? Não era simplesmente uma cerimônia; era a festa na qual lembravam a morte e ressurreição de Jesus - a expressão mais sublime do amor divino.

Voltemos a participar, ou melhor, a celebrar a Santa Ceia como a reunião mais importante e solene da Igreja. Todas as vezes que nos congregamos com essa finalidade, lembramo-nos de que Cristo morreu e ressuscitou e certificamo-nos de que, em breve, virá Ele arrebatar-nos.

4. Unidade nas orações. Informa-nos Lucas, também, que a comunhão da Igreja Primitiva tinha como base a oração. O autor sagra­do é enfático: "e nas orações" (At 2.42). Isto significa que as reuniões de clamor e intercessão eram-lhes frequentes e poderosas. Haja vista que, certa ocasião, a força da oração daqueles santos chegou a abalar a estrutura do prédio em que estavam reunidos (At 4.31). Sem oração, a comunhão da Igreja perde a sua força e influência. Sua igreja é uma comunidade de clamor e interces­são? Ela ainda move o coração de Deus? É hora de clamar!

A unidade doutrinária, a uni­dade entre os irmãos, a unidade no partir do pão e a unidade nas orações é o que caracteriza a co­munhão da Igreja Cristã.

OS FRUTOS DA COMUNHÃO CRISTÃ

Estes são os frutos gerados pela comunhão cristã, conforme facilmente depreendemos da lei­tura do capítulo dois de Atos dos Apóstolos:

1. Temor a Deus. A verdadei­ra comunhão frutifica, na vida da igreja como um todo e na vida de cada crente em particular, um santo temor a Deus. Lucas destaca: "Em cada alma havia temor" (At 2.43). E o temor a Deus, como todos sabe­mos, é o princípio do saber (Pv 1.7).

Quando os crentes temem e amam a Deus, a igreja mostra-se sábia não apenas diante do Senhor, mas também do mundo. Ainda há temor a Deus em seu coração?

2. Sinais e maravilhas. Pentecostais que somos, acredi­tamos piamente que Deus ainda opera sinais e maravilhas entre o seu povo. Mas, para que isso ocorra, é urgente que vivamos uma perfeita comunhão com o Pai e com cada um de seus fi­lhos. Lucas realça que, na Igreja Primitiva, o sobrenatural era algo bastante natural entre os crentes: "e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos" (At 2.43). O segredo? A comunhão.

3. Assistência social. Uma igreja que cultiva a verdadeira comunhão cristã não permitirá que nenhum de seus membros passe necessidade. Eis o que tes­temunha o autor sagrado: "Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade" (At 2.44,45). Não se tratava de um comunismo cristão, mas da autêntica comunhão que o Espírito Santo nos esparge na alma. O comunismo só espalha o medo, a miséria e o ateísmo. A Igreja de Cristo não precisa dessa ideologia para socorrer os seus membros; ela tem o amor de Deus.

4. Crescimento. Uma igreja que cultiva a comunhão e não se acha dividida só tem a crescer: "[...] E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar" (At 2.47b). A Igreja como a agência por excelência do Reino de Deus não pode ficar estagnada. Haverá de crescer local e universalmente.

5. Adoração. A Igreja Primi­tiva era também uma comunidade de adoração: "louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo" (At 2.47). Sim, a Igreja que louva a Deus jamais deixará de ser reconhecida, até mesmo por seus inimigos, como um povo especial. Voltemos ao altar da verdadeira adoração. Louvemos a Deus com salmos e hinos. Abra­mos a Harpa Cristã e celebremos os grandes atos de Deus.

A verdadeira comunhão cris­tã gera frutos na vida da igreja, tornando-a verdadeiramente o Corpo de Cristo.

Sua igreja cultiva a verdadeira comunhão? É hora de voltarmos ao cenáculo e reviver os tempos de refrigério e avivamento. Somente uma igreja que experimenta a verdadeira comunhão com Cristo e com os seus membros em par­ticular, sobreviverá nestes tempos difíceis e trabalhosos. O Espírito Santo quer operar em nosso meio. Mas só o fará se estivermos viven­do a genuína comunhão cristã.

"No Pentecostes, depois da vin­da do Espírito Santo, o grupo de 120 explodiu! Em um dia três mil pessoas adotaram a fé, e passaram a servir a Cristo. Elas foram agregadas à igreja, isto é, imediatamente se uniram à co­munhão de crentes. Os três mil novos crentes se reuniram com os outros como eles, pessoas de pensamento e fé semelhantes. Lucas ressaltou a natureza cotidiana das reuniões da igreja. Os crentes se reuniam tanto no templo ([...]), como em casa, para o partir do pão e, supostamente, para comunhão, para darem atenção às necessidades e para a prática da oração. Uma má interpretação co­mum sobre os primeiros cristãos (que eram judeus) era que eles rejeitavam a religião judaica. Mas estes crentes viram a mensagem e a ressurreição de Jesus como o cumprimento de tudo o que eles conheciam, e do Antigo Testamento e em que criam. A princípio, os crentes de origem judaica não se separaram do restante da comunidade judaica. Eles ainda iam ao Templo e às sinagogas para adorarem e aprenderem mais sobre as Escrituras. Mas a sua fé em Jesus Cristo criou um grande atrito com os judeus que não acreditavam que Jesus fosse o Messias. Assim, os crentes judeus eram forçados a se reunirem nas suas casas para compartilharem as suas orações e os ensinos a res­peito de Cristo. No final do século I, muitos desses crentes judeus foram excomungados das suas sinagogas" (Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Vol. l. RJ: CPAD, 2009, pp.632-34).

"A Comunhão dos Santos na Bíblia
A comunhão dos santos é uma expressão teológica e historica­mente forte. Quer na comunidade de Israel, quer na Igreja Primitiva, seu conceito não é um mero casuísmo; é uma prática que leva o povo de Deus a sentir-se como um só corpo".

"A comunhão dos Santos em Israel
Nos momentos de emergência nacional, levantavam-se os hebreus como um só homem. Isto mostra que, se um israelita sofria, os demais padeciam; se uma tribo via-se em perigo, as outras sentiam-se ameaçadas. A fim de manter o seu povo unido, suscitava-lhe o Senhor líderes carismáticos como Gideão e Davi.

O amor entre os israelitas era realçado na Lei e nos Profetas. Os hebreus, por exemplo, não podiam emprestar com usura para seus irmãos. Quando da colheita, eram obrigados a deixar, aos mais pobres, as respigas. Foi o que aconteceu a moabita Rute.

Quando a comunhão dos santos em Israel era quebrantada, instala­va-se a injustiça social, a opressão e a violência. Para conter todas essas misérias, erguia Deus os seus profetas que, madrugando, repreendiam os injustos, buscando reconduzi-los aos princípios da Lei de Moisés".

"A Comunhão dos santos em o Novo Testamento
Ao retratar a comunhão entre os santos, escreve o português Camilo Castelo Branco: 'O amor de Deus é inseparável do amor do próximo. É impossível no coração humano o incêndio suavíssimo do amor de Deus, quando o grito da miséria não desperta no coração a mágoa das aflições do próximo'.

Mais adiante, acrescenta Camilo: Vede como eles se amam diziam os pagãos, quando a sociedade cristã repartia seus haveres em comunas, onde grande despojado de suas galas, vinham sentar-se ao lado dos pobres, vestido de uma mesma túnica, e nutrido por um semelhante quinhão nos ágapes da caridade'.

Sem a comunhão dos santos não pode haver cristianismo. Aliás, protestou alguém certa vez: 'O amor é a única forma de nos sentir­mos realmente cristãos'. Todos os escritores do Novo Testamento, a exemplo do Salvador, realçaram a comunhão dos santos.

No Sermão do Monte, ensinou Jesus os seus discípulos a se amarem uns aos outros; doutra forma: não seriam contados entre os seus seguidores" (ANDRADE, Claudionor de. As Disciplinas da Vida Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, pp. 117-19).







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