Lição 05
Paulo e Barnabé, aliados na obra do Senhor
Texto Áureo
“Portanto,
meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do
Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor”. 1 Co 15.58
Verdade Aplicada
O
grande segredo para o crescimento espiritual e ministerial na obra do Senhor
reside na perseverança e aprendizado constante.
Objetivos da Lição
►
Familiarizar os alunos com a personalidade generosa de Barnabé;
►
Revelar o lado social da igreja de Antioquia em tomar a iniciativa
de ajudar os necessitados;
►
Mostrar as constantes transições positivas alcançadas na igreja
pela administração de Barnabé.
Textos de Referência
At 11.25 E
partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu para
Antioquia.
At 11.26 E
sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e
ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez,
chamados cristãos.
At 11.27 E
naqueles dias desceram profetas de Jerusalém para Antioquia.
At 11.28 E,
levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender pelo Espírito, que
haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio
César.
At 11.29 E os
discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse,
socorro aos irmãos que habitavam na Judéia.
At 11.30 O que
eles com efeito fizeram, enviando-o aos anciãos por
mão de Barnabé e de Saulo.
O Poder Irresistível da Comunhão na Igreja
A Igreja é caracterizada pela comunhão que
mantem com o Senhor Jesus Cristo e pela unidade espiritual de seus membros.
Um reino unido prevalece, mas o mesmo não
acontece com um reino dividido, pois a divisão é o primeiro sinal indicador de
derrota para qualquer grupo de pessoas (Mt 12.25; 1 Co 6.7).
Um dos sinais da atuação do Espírito Santo na Igreja Primitiva era a
comunhão entre os seus membros. Mais que oferecer parte ou o todo dos bens que
possuíam, os cristãos mantinham-se unidos por um vínculo comum: eles pertenciam
ao corpo místico de Cristo - a Igreja de Deus. A comunhão faz da Igreja um
organismo espiritual perfeito de homens e mulheres que, apesar de suas
procedências étnicas e diversidades culturais, sentem-se e agem como irmãos.
Somente seremos reconhecidos como filhos de Deus se cuidarmos
uns dos outros e mutuamente nos socorrermos.
A comunhão levou aqueles crentes a partilharem o que tinham, abrindo as
portas para a atuação do Espírito Santo. Assim, ia o Senhor acrescentando o
número dos santos tanto em Jerusalém, como em toda a Judeia e Samaria até os
confins daquelas terras.
A COMUNHÃO DOS SANTOS
A comunhão (Participar das
mesmas ideias, crenças e opiniões) observada na Igreja de Cristo não é um mero fenômeno
social. É o resultado da ação direta do Espírito Santo na vida daqueles que
recebem a Jesus como o seu único e suficiente Salvador (Ef 2.19). É uma
comunhão, aliás, que ultrapassa ao ajuntamento da congregação dos filhos de
Israel que, nos momentos de crise, reuniam-se como se fossem um só homem (Jz 20.1). Hoje, a Igreja permanece unida, universal e invisível, no Espírito Santo e assim
estará para todo o sempre.
1. O que é a comunhão. A comunhão é o "vínculo de unidade
fraternal mantida pelo Espírito Santo e que leva os cristãos a se sentirem um
só corpo em Jesus Cristo" (Dicionário Teológico, CPAD). A palavra
grega koinonia traz a ideia de
cooperação e relacionamento espiritual entre os santos. A comunhão da Igreja
Primitiva era completa (At 2.42). Reuniam-se em oração e súplica, mas também reuniram-se para socorrer os mais necessitados.
A comunhão de sua igreja tem como modelo os cristãos de Jerusalém? Ou
não passa de um mero ajuntamento social?
2. A unidade do corpo de Cristo. Eis um dos mais preciosos capítulos da
doutrina da Igreja: sua unidade. O apóstolo Paulo tinha uma perfeita
compreensão desse mistério (Ef 4.1-7). Somente pelo Espírito Santo podemos
compreender a unidade de judeus, árabes, gregos e bárbaros que, apesar de suas
diferenças culturais e étnicas, não apenas sentem-se e agem como irmãos, mas
acham-se espiritualmente vinculados num só corpo pela ação direta e distintiva
do Espírito Santo.
Cada membro, neste corpo, tem uma função específica, mas todos trabalham
pelo bem comum: "Porque, assim como o corpo é um e tem
muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é
Cristo também (I Co 12.12). Quando um de seus membros sofre, todos sofrem com ele. Por isso, preocupamo-nos
uns com os outros e mutuamente nos socorremos (Ef 4.1-6). Você tem preservado a
unidade do Corpo de Cristo? Ou tem promovido divisões e dissensões entre os
santos?
3. A comunhão da Igreja agrada a Deus. Deus quer e exige que seu povo permaneça
unido (1 Co 1.10). Em sua oração sacerdotal, o Senhor
Jesus roga ao Pai pela unidade de seus discípulos (Jo 17.11). Portanto, se
mantemos o vínculo da comunhão, agradamos a Deus (Ef 4.3). Sim, esse é o
vínculo da perfeição que tem como base o amor; conforme ensina o apóstolo
Paulo: "com toda humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos
uns aos outros em amor" (Ef 4.2).
A comunhão da Igreja não é um mero ajuntamento de pessoas, é o
relacionamento espiritual e pessoal dos santos, sob a ação do Espírito Santo.
A COMUNHÃO CRISTÃ CARACTERIZA SE PELA UNIDADE
A comunhão cristã constitui-se num grande mistério. É algo que a própria
sociologia não pode explicar. Nem o próprio Israel de Deus, no Antigo Testamento,
logrou alcançar tamanha perfeição e excelência. Aliás, as diferenças entre as
doze tribos tornou-lhes impossível a unidade (1 Rs
12.1-16). Vejamos, pois, em que consistia a comunhão da Igreja Primitiva. Que
este seja o nosso modelo até que o Cristo de Deus venha buscar-nos.
1. Unidade doutrinária. Não pode haver perfeita união sem
unidade doutrinária. Informa-nos Lucas que os cristãos primitivos
"perseveravam na doutrina dos apóstolos" (At 2.42). Não era uma
doutrina qualquer; tratava-se do ensinamento emanado do colégio apostólico
constituído pelo Senhor Jesus Cristo. Paulo, ao discorrer sobre o mistério do
corpo de Cristo, fala de uma só fé (Ef 4.5) que deve ser preservada zelosamente
pelos santos (Jd 3).
Na autêntica comunhão cristã, por conseguinte, não há lugar para
heresias nem apostasias. Estejamos, pois, sempre alertas. Nestes últimos dias,
muitos aparecerão em nosso meio dissimulando suas inverdades doutrinárias, com
o único intuito de destruir a comunhão dos santos (2
Ts 2.3; 2 Pe 2.1).
2. Unidade na própria comunhão. A unidade doutrinária conduz a uma
comunhão perfeita. Isto significa que não
pode haver genuína comunhão cristã com dois ou três pensamentos
teológicos díspares e contrastantes. As seitas aparecem quando um indivíduo,
ou grupo, apresenta uma doutrina contrária aos profetas e apóstolos de Nosso
Senhor. Lembra-se da doutrina de Balaão? (Jd l1; Ap
2.14). E dos ensinos de Jezabel? (Ap 2.20). Muitos são
os que mergulham nas profundezas de Satanás e apresentam-se como especialistas
no conhecimento de Deus (Ap 2.24).
Se quisermos, portanto, uma comunhão perfeita, lutemos por manter a sã
doutrina. A heresia causa divisão. Ou melhor: a heresia em si já é uma
divisão. Esta recomendação de Paulo não deve ser esquecida: "Ao homem
herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o" (Tt 3.10).
3. Unidade no partir do pão. Os crentes primitivos mantinham uma
comunhão tão intensa entre si que se reuniam com alegria e singeleza de coração
para celebrar a Santa Ceia. Era o seu "partir do pão" (At 2.42).
Eles em Cristo e Cristo em cada um deles. Pode haver comunhão mais plena? Não
era simplesmente uma cerimônia; era a festa na qual lembravam a morte e
ressurreição de Jesus - a expressão mais sublime do amor divino.
Voltemos a participar, ou melhor, a celebrar a Santa Ceia como a reunião
mais importante e solene da Igreja. Todas as vezes que nos congregamos com essa
finalidade, lembramo-nos de que Cristo morreu e ressuscitou e certificamo-nos
de que, em breve, virá Ele arrebatar-nos.
4. Unidade nas orações. Informa-nos Lucas, também, que a comunhão da Igreja Primitiva tinha como
base a oração. O autor sagrado é enfático: "e nas orações" (At
2.42). Isto significa que as reuniões de clamor e intercessão eram-lhes
frequentes e poderosas. Haja vista que, certa ocasião, a força da oração
daqueles santos chegou a abalar a estrutura do prédio em que estavam reunidos
(At 4.31). Sem oração, a comunhão da Igreja perde a sua força e influência. Sua
igreja é uma comunidade de clamor e intercessão? Ela ainda move o coração de
Deus? É hora de clamar!
A unidade doutrinária, a unidade entre os irmãos, a unidade no partir
do pão e a unidade nas orações é o que caracteriza a comunhão da Igreja
Cristã.
OS FRUTOS DA
COMUNHÃO CRISTÃ
Estes são os frutos gerados pela comunhão cristã, conforme facilmente
depreendemos da leitura do capítulo dois de Atos dos Apóstolos:
1. Temor a Deus. A verdadeira comunhão frutifica, na
vida da igreja como um todo e na vida de cada crente em particular, um santo
temor a Deus. Lucas destaca: "Em cada alma havia temor" (At 2.43). E
o temor a Deus, como todos sabemos, é o princípio do
saber (Pv 1.7).
Quando os crentes temem e amam a Deus, a igreja mostra-se sábia não
apenas diante do Senhor, mas também do mundo. Ainda há temor a Deus em seu
coração?
2. Sinais e maravilhas. Pentecostais que somos, acreditamos
piamente que Deus ainda opera sinais e maravilhas entre o seu povo. Mas, para
que isso ocorra, é urgente que vivamos uma perfeita comunhão com o Pai e com
cada um de seus filhos. Lucas realça que, na Igreja Primitiva, o sobrenatural
era algo bastante natural entre os crentes: "e muitas maravilhas e sinais
se faziam pelos apóstolos" (At 2.43). O segredo? A comunhão.
3. Assistência social. Uma igreja que cultiva a verdadeira
comunhão cristã não permitirá que nenhum de seus membros passe necessidade. Eis
o que testemunha o autor sagrado: "Todos os que criam estavam juntos e
tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com
todos, segundo cada um tinha necessidade" (At 2.44,45). Não se tratava de
um comunismo cristão, mas da autêntica comunhão que o Espírito Santo nos
esparge na alma. O comunismo só espalha o medo, a miséria e o ateísmo. A Igreja
de Cristo não precisa dessa ideologia para socorrer os seus membros; ela tem o
amor de Deus.
4. Crescimento. Uma igreja que cultiva a comunhão e não
se acha dividida só tem a crescer: "[...] E todos os dias acrescentava o
Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar" (At 2.47b). A Igreja como
a agência por excelência do Reino de Deus não pode ficar estagnada. Haverá de
crescer local e universalmente.
5. Adoração. A Igreja Primitiva era também uma
comunidade de adoração: "louvando a Deus e caindo na graça de todo o
povo" (At 2.47). Sim, a Igreja que louva a Deus jamais deixará de ser
reconhecida, até mesmo por seus inimigos, como um povo especial. Voltemos ao
altar da verdadeira adoração. Louvemos a Deus com salmos e hinos. Abramos a
Harpa Cristã e celebremos os grandes atos de Deus.
A verdadeira comunhão cristã gera frutos na vida da igreja, tornando-a
verdadeiramente o Corpo de Cristo.
Sua igreja cultiva a verdadeira comunhão? É hora de voltarmos ao
cenáculo e reviver os tempos de refrigério e avivamento. Somente uma igreja que
experimenta a verdadeira comunhão com Cristo e com os seus membros em particular,
sobreviverá nestes tempos difíceis e trabalhosos. O Espírito Santo quer operar
em nosso meio. Mas só o fará se estivermos vivendo a genuína comunhão cristã.
"No Pentecostes, depois da vinda do Espírito Santo, o grupo de 120
explodiu! Em um dia três mil pessoas adotaram a fé, e passaram a servir a
Cristo. Elas foram agregadas à igreja, isto é, imediatamente se uniram à comunhão
de crentes. Os três mil novos crentes se reuniram com os outros como eles,
pessoas de pensamento e fé semelhantes. Lucas ressaltou a natureza cotidiana
das reuniões da igreja. Os crentes se reuniam tanto no templo ([...]), como em
casa, para o partir do pão e, supostamente, para
comunhão, para darem atenção às necessidades e para a prática da oração. Uma má
interpretação comum sobre os primeiros cristãos (que eram judeus) era que eles
rejeitavam a religião judaica. Mas estes crentes viram a mensagem e a
ressurreição de Jesus como o cumprimento de tudo o que eles conheciam, e do
Antigo Testamento e em que criam. A princípio, os crentes de origem judaica não
se separaram do restante da comunidade judaica. Eles ainda iam ao Templo e às
sinagogas para adorarem e aprenderem mais sobre as Escrituras. Mas a sua fé em
Jesus Cristo criou um grande atrito com os judeus que não acreditavam que Jesus
fosse o Messias. Assim, os crentes judeus eram forçados a se reunirem nas suas
casas para compartilharem as suas orações e os ensinos a respeito de Cristo.
No final do século I, muitos desses crentes judeus foram excomungados das suas
sinagogas" (Comentário do Novo
Testamento Aplicação Pessoal. Vol. l. RJ: CPAD, 2009, pp.632-34).
"A Comunhão
dos Santos na Bíblia
A comunhão dos santos é uma expressão teológica e historicamente forte.
Quer na comunidade de Israel, quer na Igreja Primitiva, seu
conceito não é um mero casuísmo; é uma prática que leva o povo de Deus a
sentir-se como um só corpo".
"A comunhão dos Santos em Israel
Nos momentos de emergência nacional, levantavam-se os hebreus como um só
homem. Isto mostra que, se um israelita sofria, os
demais padeciam; se uma tribo via-se em perigo, as outras sentiam-se ameaçadas.
A fim de manter o seu povo unido, suscitava-lhe o Senhor líderes carismáticos
como Gideão e Davi.
O amor entre os israelitas era realçado na Lei e nos Profetas. Os
hebreus, por exemplo, não podiam emprestar com usura para seus irmãos. Quando
da colheita, eram obrigados a deixar, aos mais pobres, as respigas. Foi o que
aconteceu a moabita Rute.
Quando a comunhão dos santos em Israel era quebrantada, instalava-se a
injustiça social, a opressão e a violência. Para conter todas
essas misérias, erguia Deus os seus profetas que, madrugando, repreendiam os
injustos, buscando reconduzi-los aos princípios da Lei de Moisés".
"A Comunhão dos santos em o Novo
Testamento
Ao retratar a comunhão entre os santos, escreve o português Camilo
Castelo Branco: 'O amor de Deus é inseparável do amor do próximo. É impossível
no coração humano o incêndio suavíssimo do amor de Deus, quando o grito da
miséria não desperta no coração a mágoa das aflições do próximo'.
Mais adiante, acrescenta Camilo: Vede como eles se amam diziam os pagãos,
quando a sociedade cristã repartia seus haveres em comunas, onde grande
despojado de suas galas, vinham sentar-se ao lado dos pobres, vestido de uma
mesma túnica, e nutrido por um semelhante quinhão nos
ágapes da caridade'.
Sem a comunhão dos santos não pode haver cristianismo. Aliás, protestou
alguém certa vez: 'O amor é a única forma de nos sentirmos realmente
cristãos'. Todos os escritores do Novo Testamento, a exemplo do Salvador,
realçaram a comunhão dos santos.
No Sermão do Monte, ensinou Jesus os
seus discípulos a se amarem uns aos outros; doutra forma: não seriam contados
entre os seus seguidores" (ANDRADE, Claudionor de. As Disciplinas da Vida Cristã. Rio de
Janeiro: CPAD, 2008, pp. 117-19).
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