Lições Bíblicas CPAD
Jovens e Adultos
3º Trimestre de 2012
Título: Vencendo as aflições da vida — Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva
Lição 13: A verdadeira motivação do crente
Data: 23 de Setembro de 2012
TEXTO ÁUREO
“Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e,
fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e teu
Pai, que vê o que está oculto, te recompensará” (Mt 6.6).
VERDADE PRÁTICA
A verdadeira motivação do crente não está na fama ou no poder, mas em viver para glorificar a Cristo.
HINOS SUGERIDOS
304, 305, 436.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Jo 3.30
Cristo é quem deve aparecer
Terça - Mc 9.30-37
Tendo o coração de uma criança
Quarta - Mc 10.42-45
O Filho do Homem veio servir
Quinta - Pv 8.13
Deus aborrece o coração soberbo
Sexta - Fp 4.8,9
Devemos ter uma motivação nobre
Sábado - Mt 11.29
Devemos aprender do Senhor
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Marcos 1.35-45.
35 - E, levantando-se de manhã muito cedo, estando ainda escuro, saiu, e foi para um lugar deserto, e ali orava.
36 - E seguiram-no Simão e os que com ele estavam.
37 - E, achando-o, lhe disseram: Todos te buscam.
38 - E ele lhes disse: Vamos às aldeias vizinhas, para que eu ali também pregue, porque para isso vim.
39 - E pregava nas sinagogas deles, por toda a Galileia, e expulsava os demônios.
40 - E aproximou-se dele um leproso, que, rogando-lhe e pondo-se de joelhos diante dele, lhe dizia: Se queres, bem podes limpar-me.
41 - E Jesus, movido de grande compaixão, estendeu a mão, e tocou-o, e disse-lhe: Quero, se limpo!
42 - E, tendo ele dito isso, logo a lepra desapareceu, e ficou limpo.
43 - E, advertindo-o severamente, logo o despediu.
44 - E disse-lhe: Olha, não
digas nada a ninguém; porém vai, mostra-te ao sacerdote e oferece pela
tua purificação o que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho.
45 - Mas, tendo ele saído,
começou a apregoar muitas coisas e a divulgar o que acontecera; de sorte
que Jesus já não podia entrar publicamente na cidade, mas conservava-se
fora em lugares desertos; e de todas as partes iam ter com ele.
INTERAÇÃO
A palavra vaidade no meio evangélico, muitas
vezes, é compreendida de maneira equivocada. Além de significar
biblicamente, e de acordo com Salomão, “tudo o que passa” (Ec 1.2;
12.8); a palavra “vaidade” aponta para a ideia de hipervalorização
pessoal: a busca intensa de reconhecimento e admiração dos outros. É o
desejo intenso do poder pelo poder; das riquezas pelas riquezas; da fama
pela fama. Isso sim, é o pleno mundanismo batendo nas portas de muitos
arraias evangélicos! Verdadeiramente, essa não é a verdadeira motivação
do crente. E muito menos a do Evangelho de Jesus de Nazaré!
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Compreender qual deve ser a verdadeira motivação do crente.
- Conscientizar-se de que não fomos chamados para a fama.
- Saber que o anonimato não é sinônimo de derrota.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Leve para a classe jornais e revistas antigos.
Distribua entre os alunos e peça para pesquisarem reportagens e figuras
de pessoas “famosas” (artistas, cantores de música gospel, pregadores,
políticos, etc.) de cunho secular e evangélico. Depois, peça que os
alunos comentem as figuras e em seguida discuta com a classe as
seguintes questões: “O que é fama?”. “Qual a diferença entre ser famoso e
ser bem-sucedido?”. Conclua explicando que devemos seguir o exemplo de
Jesus. Ele nunca buscou a fama e até incentivou a prática anônima da
vida cristã. O anonimato não é sinônimo de derrota.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
Motivação: Ato ou efeito de motivar; motivo, causa.
Vivemos numa sociedade onde o ter sobrepõe-se ao
ser. Sofremos pressões diárias para vivermos de forma materialista.
Fama, poder e influência política procuram atrair-nos. No entanto,
quando a pessoa acostumada à fama e ao poder cai no anonimato, perde o
total controle da situação. Ela percebe não ser mais o centro das
atenções. Nesta lição, estudaremos como o crente deve lidar com o
anonimato em sua vida. Certamente não é a vontade de Deus que seus
filhos busquem o estrelato terreno, mas o verdadeiro sentido de viver à
luz do exemplo de simplicidade evidenciado na vida de Jesus de Nazaré.
I. A VERDADEIRA MOTIVAÇÃO DO CRENTE
1. O crente fiel dispensa a vaidade. Além de
significar o que é “vão” ou “aparência ilusória”, o termo vaidade,
segundo o dicionário Houaiss, designa a ideia de “valorização que se
atribui à própria aparência”. É o desejo intenso de a pessoa ser
reconhecida e admirada pelos outros. Isso é vaidade! E a motivação
verdadeiramente cristã a dispensa. Quando lemos as Sagradas Escrituras
percebemos que “o buscar a glória para si” é algo absolutamente
rechaçado pela Palavra de Deus (Jo 3.30). A Palavra revela que o servo
de Cristo não deve, em hipótese alguma, ser motivado por essa cobiça (Mc
9.30-37).
2. O crente fiel não deseja o primeiro lugar.
Ao lançar mão de uma criança e apresentá-la entre os discípulos,
ensinava o Senhor Jesus uma extraordinária lição: no coração do
verdadeiro discípulo deve haver a mesma inocência e sinceridade de um
infante (Mc 9.36). Entre os seguidores do Mestre não pode haver espaço
para disputas, intrigas e contendas. No Reino de Deus, quem deseja ser o
“primeiro” revela-se egoísta, mas quem procura servir ao próximo é
chamado pelo Mestre para ser o primeiro (Mc 10.42-45). Aqui, se
estabelece a diferença entre o vocacionado por Deus e o chamado pelo
homem.
3. O crente fiel não se porta soberbamente. O
livro de Provérbios demonstra com abundantes exemplos e contundentes
palavras do que o ser humano é capaz quando o seu coração é dominado
pela soberba e pelo desejo desenfreado pela fama (Pv 6.16-19; 8.13). Ele
“se apressa em fazer perversidade”; “usa de língua mentirosa”; “semeia
contendas entre irmãos”; e, “com olhos altivos”, assiste as
consequências dos seus atos sem pestanejar, arrepender-se ou
sensibilizar-se. Isso, absolutamente, não é a verdadeira motivação do
crente fiel! Pelo contrário, a motivação do discípulo do Meigo Nazareno
está em servir ao Senhor com um coração íntegro e sincero diante de Deus
e dos homens (Jo 13.34,35).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A verdadeira motivação cristã dispensa a vaidade, não deseja o primeiro lugar e não se porta soberbamente.
II. NÃO FOMOS CHAMADOS PARA A FAMA
1. O que é fama. É o conceito (bom ou mau)
formado por determinado grupo em relação a uma pessoa. Para que tal
conceito seja formado em relação a si, é preciso tornar-se o centro das
atenções. Lamentavelmente, a síndrome de “celebridade” chegou aos
arraiais evangélicos. Porém, é preciso refletir: O ser humano, criado
por Deus, foi feito para a fama? O homem, como o centro das atenções, é
algo cristão? Uma classe de privilegiados e outra de meros coadjuvantes é
projeto de Deus à sua Igreja? Desenvolver o poder de influência
política e midiática, segundo as categorias desse mundo, é expandir o
reino divino? Uma breve meditação em poucos textos bíblicos seria o
bastante para verificarmos que a resposta a todas essas indagações é
“não” (Jo 3.30; 5.30; 8.50; Rm 12.16; 2 Co 11.30).
2. O problema. O espaço na mídia oferece a
ilusão de que podemos obter sucesso imediato em todas as coisas, gerando
em muitos corações, até mesmo de crentes, uma aspiração narcisista pelo
sucesso (2 Tm 3.1-5). Cuidado! Quando a fama sobe à cabeça, a graça de
Deus desaparece do coração! Buscar desenfreadamente a fama é a maior
tragédia na vida do crente. Este, logo perde a essência da alma e a sua
verdadeira identidade cristã. Nessa perspectiva, o Evangelho declara:
“Porque que aproveita ao homem granjear o mundo todo, perdendo-se ou
prejudicando-se a si mesmo?” (Lc 9.25).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O ser humano, criado por Deus, não foi feito para a fama.
III. O ANONIMATO NÃO É SINÔNIMO DE DERROTA
1. A verdadeira sabedoria. O livro de
Eclesiastes relata a história de um pobre homem sábio que livrou a sua
cidade das mãos de um rei opressor (Ec 9.13-18). No entanto, o povo logo
o esqueceu. Ele, porém, não deu importância alguma para isso, pois o
que mais queria era livrar, de uma vez por todas, a sua querida cidade
das mãos do tirano. A fama e o desejo de ser reconhecido passavam longe
do seu coração. Afinal, o que caracteriza a verdadeira sabedoria é o
“temor do Senhor” (Pv 1.7).
2. A simplicidade. O maior exemplo de
simplicidade e equilíbrio temos na vida de Jesus de Nazaré. A leitura
bíblica em classe descreve-nos a sábia atitude de Jesus em não deixar-se
seduzir pela fama e retirar-se na hora apropriada. O Nazareno sabia
exatamente da sua missão a cumprir (Jo 5.30). Quando percebeu que a
multidão desejava fazer dEle um referencial de fama, Cristo retirou-se
para não comprometer a sua missão (Mc 1.45). O Mestre é o nosso maior
exemplo de simplicidade e equilíbrio no trato com as multidões. Enquanto
estas o procuravam, Ele se refugiava em lugares desérticos (Mt 14.13;
Mc 1.45).
3. O equilíbrio. No mundo contemporâneo,
somos pressionados a sermos sempre os melhores em todas as coisas. O
Evangelho, entretanto, oferece-nos a oportunidade de retirarmos de sobre
nós esse fardo mundano (Mt 11.30). Você não precisa viver o estresse de
ser quem não é! Você deve tornar-se o que o Senhor o chamou para ser.
Não tente provar nada a ninguém. O Filho de Deus conhece-nos por dentro e
por fora. Ele sabe as nossas intenções, pensamentos e desejos mais
íntimos. Não se transforme num ser que você não é só para ganhar fama. A
ilusão midiática não passa disso — é apenas uma ilusão! Nunca foi a
vontade de Jesus que seus filhos se curvassem à fama, ao sucesso, à
riqueza ou ao poder. Façamos o contrário, prostrando-nos aos pés de
Cristo e fazendo do Calvário o nosso verdadeiro esteio. Se há alguma
coisa em que devemos gloriar-nos, que seja na Cruz de Cristo (1 Co 2.2;
Gl 6.14).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A verdadeira sabedoria cristã consiste na simplicidade e no equilíbrio (bom senso) das coisas.
CONCLUSÃO
Como estudamos na lição de hoje, a fama não pode ser
a motivação do crente. E o anonimato não significa derrota alguma para
aqueles que estão em Cristo Jesus. O Meigo Nazareno chega a incentivar a
prática anônima da vida cristã (Mt 6.1-4). A pureza, a simplicidade e a
sinceridade são os valores do Reino de Deus que nem sempre são
entendidos pelos incrédulos. Todavia, somos chamados a manifestar esses
valores em nossa vida. Portanto, não se preocupe com o anonimato, mas
seja o seu desejo em agradar ao Senhor que criou os céus e a terra. Pois
estes manifestam a sua existência e provam que Ele esquadrinha as
intenções dos nossos pensamentos e corações.
VOCABULÁRIO
Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas observáveis em diferentes processos patológicos (doenças) sem causa específica.
Mídia: Conjunto dos meios de comunicação social de massas [televisão, jornal, revistas, internet, etc.].
Narcisista: Aquele voltado para si mesmo; para a própria imagem.
Mídia: Conjunto dos meios de comunicação social de massas [televisão, jornal, revistas, internet, etc.].
Narcisista: Aquele voltado para si mesmo; para a própria imagem.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
LIMA, E. R. Ética Cristã: Confrontando as questões morais do nosso tempo. 1.ed., RJ: CPAD, 2002.
CABRAL, E. A Síndrome do Canto do Galo: Consciência Cristã — Um desafio à ética dos tempos modernos. 1.ed., RJ: CPAD, 2000.
CABRAL, E. A Síndrome do Canto do Galo: Consciência Cristã — Um desafio à ética dos tempos modernos. 1.ed., RJ: CPAD, 2000.
EXERCÍCIOS
1. O que é vaidade?
R. É a
ideia de valorização que se atribui à própria aparência. É o desejo
intenso de a pessoa ser reconhecida e admirada pelos outros.
2. Defina fama.
R. É o
conceito (bom ou mau) formado por determinado grupo em relação a uma
pessoa. Para que tal conceito seja formado em relação a si, é preciso
tornar-se o centro das atenções.
3. De acordo com a lição, que história o livro de Eclesiastes narra?
R. O livro
de Eclesiastes relata a história de um pobre homem sábio que livrou a
sua cidade das mãos de um rei opressor (Ec 9.13-18).
4. Qual o maior exemplo que temos de simplicidade e equilíbrio?
R. O da vida de Jesus de Nazaré.
5. Você tem sido atraído (a) pela ilusão midiática?
R. Resposta pessoal.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Bibliológico
“Os Apelos da Consciência
O apóstolo Paulo entendeu a ligação entre uma
consciência cristã e uma mente espiritual. Ele escreveu: ‘Mas o que é
espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque quem
conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a
mente de Cristo’ (1 Co 2.15,16). O cristão que tem a mente de Cristo
conhece a sua vontade e seu propósito, por isso ele aprende a viver com
uma consciência dos valores morais e espirituais estabelecidos por sua
Palavra. Quando praticamos alguma ação, dizemos uma palavra, pensamos
algo ou adotamos alguma atitude, devemos agir com uma mente espiritual.
Ao avaliar essas várias situações, nossa consciência acenderá sua luz
verde ou vermelha, concordando ou discordando; acusando ou defendendo. O
julgamento da consciência será de acordo com o senso de justiça que a
estiver dominando, se estiver purificada, jamais ela concordará com o
erro; se contaminada, ela não conseguirá julgar corretamente. Devemos
sempre comparar nossas ações à luz da justiça que a Bíblia apresenta.
Nossas ações devem corresponder à uma consciência baseada na Palavra de
Deus (2 Tm 3.16,17)” (CABRAL, E. A Síndrome do Canto do Galo: Consciência Cristã — Um desafio à ética dos tempos modernos. 1.ed., RJ: CPAD, 2000, p.134).
Fonte: Estudantes da Bíblia
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