Texto Áureo
“E ninguém seja fornicário, ou profano, como Esaú, que por um manjar vendeu o seu direito de primogenitura”. Hb 12.16
Verdade Aplicada
O homem carnal não conhece Deus, não valoriza o que é espiritual e não se interessa pelo cumprimento das Suas promessas.
Objetivos da Lição
► Apresentar que quem despreza Deus, por ele é desprezado;
► Ensinar a perseverar nas promessas de Deus; e
► Mostrar o valor das promessas de Deus.
Textos de Referência
Gn 25.29 E Jacó cozera um guisado; e veio Esaú do campo e estava ele cansado.
Gn 25.30 E disse Esaú a Jacó: Deixa-me, peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou cansado. Por isso, se chamou o seu nome Edom.
Gn 25.31 Então, disse Jacó: Vende-me, hoje, a tua primogenitura.
Gn 25.32 E disse Esaú: Eis que estou a ponto de morrer, e para que me servirá logo a primogenitura?
Gn 25.33 Então, disse Jacó: Jura-me hoje. E jurou-lhe e vendeu a sua primogenitura a Jacó.
Gn 25.34 E Jacó deu pão a Esaú e o guisado das lentilhas; e ele comeu, e bebeu, e levantou-se, e foi-se. Assim, desprezou Esaú a sua primogenitura.
Ajuda 2 - Veja vários comentários sobre Rm 9.13
"Jacó Um Homem Transformado por Deus"
Apesar das muitas turbulências e fragilidades que marcaram a vida de Jacó, ele nos deixou preciosas lições. O estudo de sua biografia certamente produzirá edificação ao cristão.
A FAMÍLIA DE JACÓ
Jacó era filho de Isaque e neto de Abraão. Ele nasceu agarrado ao calcanhar de seu irmão gêmeo, Esaú. Mais tarde, seu nome foi mudado para Israel, devido a uma experiência sobrenatural, com o Anjo do Senhor, a qual Jacó teve no vau de Jaboque.
Jacó se casou primeiro com Leia (ou Lia) e, depois, com Raquel. Ele foi pai de 12 filhos e uma filha. Seus filhos se tornaram os cabeças das 12 tribos de Israel.
O comportamento de Abraão e Sara para com seus dois filhos gerou uma inevitável série de conflitos no lar, pois Isaque não escondia sua predileção por Esaú, e Rebeca por Jacó (Gn 25.28). Essa mesma postura incorreta foi assumida por Jacó quando se tornou pai. Ele tinha preferência por José em relação aos seus outros filhos.
A PRIMOGENITURA
Apesar de muitas atitudes erradas, Jacó demonstrou grande interesse pelas coisas espirituais. Existem sinais de que ele sempre demonstrou inclinação pelo sagrado, ao contrário de Esaú, que a Bíblia chama de profano (Hb 12.16).
Certo dia, para saciar sua fome, que é o assunto especifico da lição da semana, Esaú não se incomodou de negociar a sua primogenitura com seu irmão. Por um guisado de lentilhas (Gn 25.29-34), Esaú vendeu para Jacó seu direito de primogênito.
1. A importância de ser o primeiro filho
Esaú, em um momento de descuido e desinteresse, perdeu algo muito valioso. O direito de primogenitura garantia a herança material e espiritual bem como outras bênçãos especiais.
Como se já não bastasse o fato de ter o primogênito de Isaque desperdiçado sua herança em troca de um simples prato de comida, pior ainda ocorreu quando ele dispensou a bênção de Deus — mesmo sabendo que o Senhor prometera fazer de Abraão uma grande nação (Gn 22.15-18).
Ser o primeiro filho é algo tão singular que a Igreja da Senhor é chamada de igreja dos primogênitos (Hb 12.23).
2. O ambicioso e o desinteressado
São muitos os que desprezam as bênçãos de Deus e os que as mercadejam. Infelizmente, há pessoas que fazem coisas semelhantes hoje. Existem tanto imitadores de Jacó como de Esaú.
Uma das lições mais valiosas que podemos extrair desse episódio é que, em vez de obtermos vantagem dos mais fracos, devemos oferecer ajuda e apoio a eles (Rm 15.1; At 20.35).
Os primogênitos de Israel foram arrolados por Moisés. Mas os primogênitos mencionados em Hebreus 12.23 foram arrolados pelo próprio Deus, nos céus, do qual foram feitos herdeiros por intermédio de Cristo. Devido à tão honrosa posição, como filhos de Deus e cidadãos dos céus, eles são privilegiados com o direito de estar mais perto de Deus que os anjos.
3. A primogenitura mentirosa
A importância da primogenitura era tão grande que, mais tarde, havendo chegado o momento de Isaque abençoar seu primogênito, Rebeca usou uma estratégia que levou Jacó a receber a parte mais importante da bênção paternal, a qual cabia ao primogênito.
Nessa ocasião, Jacó cometeu quatro terríveis enganos, ele:
(1) mentiu quando afirmou ser Esaú;
(2) mentiu quando declarou que havia feito como seu pai lhe pedira;
(3) enganou Isaque, dizendo que o Senhor tinha trazido a caça a ele rapidamente;
(4) enganou seu pai, passando-se por Esaú, quando aceitou a estratégia de sua mãe e revestiu suas mãos e seu pescoço com pelos, simulando ser seu irmão.
Nunca houve uma época em que uma mentira, de qualquer espécie, pudesse ter agradado a Deus. A Palavra de Deus, do início ao fim, reprova a prática de mentir (Sl 31.18; Pv 12.22).
A PRESENÇA DE DEUS
Uma lição que todo cristão precisa aprender, conservar e recordar é esta: nunca estamos sozinhos. Na escuridão daquela noite deserta, após deixar a casa paterna, isolado de tudo e de todos, Jacó amargava uma solidão crítica, quando, então, sonhou com a presença do Senhor (Gn 28).
Deus espera que saibamos que Ele não nos desampara jamais. Ele garantiu isso a Jacó (Gn 28.15), a Josué (Js 1.5) e à Sua Igreja (Hb 13.5).
1. Estamos sempre cercados por anjos
Independente da intensidade de nossa fé, os anjos são liberados por Deus para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação (Hb 1.14). Eles são mensageiros de Deus que executam Suas ordens em diferentes setores de todo o universo. Ainda que não consigamos vê-los, esses seres, pela vontade de Deus, estão ao nosso redor protegendo-nos e livrando-nos de males (Êx 23.20).
VOTOS COM DEUS
Fazer votos com Deus, como fez Jacó (Gn 28.20-22), é uma atitude recomendada pela Bíblia, desde que seja feita com sabedoria, fé e moderação: Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o. Melhor é que não votes do que votes e não pagues (Ec 5.4,5).
UMA NOITE DE MUDANÇAS
1. O sonho de Jacó
Ao fugir de casa, visando escapar da morte, Jacó chegou a um lugar onde passou a noite e teve um sonho (Gn 28.10-22), o qual foi um marco em sua vida. Nesse sonho, Jacó viu uma escada que tocava o céu (Gn 28.12). Tal escada indica que o altíssimo não perdeu o contato com a terra nem o interesse por ela.
Deus continua a mostrar zelo para com o homem, apesar de suas fragilidades e seus fracassos. O Senhor tem tomado todas as providências para que a humanidade estabeleça sua comunhão com Ele, essa é uma das razões fundamentais da vinda de Jesus a este mundo.
Entregar o dízimo não á algo que começou com a Lei de Moisés, é algo anterior e acima dela. Oferecer a Deus as nossas primícias sempre resultará em bênçãos (Pv 3.9,10).
[Ao longo dos anos] Deus transferiu as riquezas de Labão para Jacó (Gn 31.6-9). Jacó serviu Labão durante catorze anos em troca das filhas deste, Raquel e Lia. Ele serviu seis anos adicionais pelo gado. Labão mudou o salário de Jacó dez vezes. Mas Deus derramou as suas bênçãos e fez Jacó prosperar.
A escada que Jacó viu também pode ser entendida como uma alegoria que aponta para o fato de o mundo espiritual ser composto principalmente de progresso e de disciplina, não de mera euforia, imediatismo e automatismo. Ele não sonhou com um elevador, que poderia conduzir uma pessoa automaticamente do primeiro ao vigésimo andar, privando-a da experiência de todos os andares predecessores. Precisamos ter experiências com Deus e gastar a nossa energia na subida de cada um dos muitos degraus que nos levarão à comunhão com o Senhor e ao ponto culminante do plano de Deus para nós.
2. Betel
Talvez nunca se consiga imaginar o impacto que aquela primeira noite de viagem rumo a Padã-Arã causou à vida de Jacó. Ao despertar de seu sonho, ele decidiu mudar o nome do local onde se encontrava. Até aquele momento, o nome daquela cidade era Luz, mas Jacó declarou que o lugar se chamaria Betel (Gn 28.19), que significa Casa de Deus.
3. Deus não negocia Suas bênçãos
A Bíblia relata que Abraão deu a Melquisedeque o dízimo de tudo (Gn 14.18-20). Consequentemente, Deus abençoou o patriarca em tudo: E era Abraão já velho e adiantado em idade, e o SENHOR havia abençoado a Abraão em tudo (Gn 24.1).
Quando entregamos o dízimo:
- reconhecemos que Deus é dono de tudo;
- demonstramos nossa inteira dependência dele;
- declaramos que viveremos muito bem com os 90% restantes;
- evidenciamos nossa disposição de contribuir para a expansão do Reino de Deus na terra.
EXPERIÊNCIAS QUE AMADURECERAM JACÓ
1. Vivendo entre duas pátrias
O segundo período da vida de Jacó diz respeito a fase em que ele morou com Labão, em Padã-Arã, uma planície nos arredores de Arã (Turquia). O fato de ele haver usurpado a bênção de seu irmão fez com que Esaú nutrisse ódio por ele. Rebeca, a mãe dos dois, decidiu orientar Jacó a fugir de casa e a dirigir-se para a terra de seus parentes, em Harã (Gn 27.42-45).
2. Na casa de seu sogro
Jacó foi muito amável quando se encontrou com os pastores de seu futuro sogro. Ele amou Raquel desde o primeiro instante. Labão, pai de Raquel, recebeu-o amigavelmente em sua casa e, durante um mês, Jacó foi tratado como um ilustre visitante. Em seguida, Labão lhe propôs um salário como recompensa pelo seu trabalho (Gn 29.1-15).
2.1 As filhas de Labão
Jacó trabalhou sete anos para que Raquel lhe fosse dada a ele como esposa. Contudo, depois de todo esse tempo de trabalho, Labão enganou Jacó entregando-lhe sua filha mais velha. Leia, como esposa. Porém, tal era o amor de Jacó por Raquel que ele decidiu trabalhar mais sete anos por ela (Gn 29.18-30).
2.2 A perseverança de Jacó no trabalho
Jacó nos deixou o exemplo da importância da perseverança no trabalho que realizamos. A Igreja não pode ser um lugar de ociosos. A Palavra de Deus recomenda exaustivamente que as pessoas sejam trabalhadoras diligentes, a fim de serem abençoadas e ajudadas por Deus (2 Ts 3.10-12; Pv 6.6).
A Bíblia menciona que Deus abençoou Jacó poderosamente enquanto ele esteve na terra de seu sogro. Ele permaneceu nela até o tempo de retornar à Terra da Promessa.
No caminha de volta, ao passar pelo vau de Jaboque, Jacó se encontrou com um Anjo. Foi uma noite marcante para aquele que, ao romper da alva, teve seu nome definitivamente mudado para Israel (Gn 32.24-30).
3. A paternidade milagrosa
O Senhor havia fechado a madre de Raquel, abrindo-a no seu devido tempo (Gn 30.22). Ela deu a Jacó dois dos seus 12 filhos: José (o preferido de seu pai) e Benjamim.
JACÓ E SEUS NOVOS ENCONTROS COM DEUS
O relacionamento de Jacó com Labão parece ter se deteriorado aos poucos, passando a ser profundamente inviável. Depois de alguns anos, o patriarca desejou partir.
A Bíblia confere muita importância ao significado do nome de uma pessoa. Nos registros bíblicos. Deus mudou o nome de alguns de seus servos. Uma vez que o Senhor mudou o nome de Jacó para Israel, os judeus não se chamam jacobitas, mas israelitas.
FIM DA VIDA DE ISRAEL
Jacó retornou a Betel por ordem de Deus (Gn 35). A mudança de seu nome foi confirmada e, um pouco mais tarde, já em sua velhice, ele viajou para o Egito (Gn 46.6).
Deus permitiu a Jacó viver o suficiente para contemplar seu filho José no exercício da alta liderança administrativa do Egito. Ele presenciou aquilo que José havia sonhado antes de ser vendido como escravo por seus irmãos, pois Deus é absolutamente fiel (Dt 7.9).
CONCLUINDO
No Antigo Testamento, Deus se apresentava como Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. No simbolismo mais específico, Abraão é uma figura do Pai, pois esteve pronto para sacrificar seu próprio filho. Isaque é uma figura de Jesus, por haver sido chamado de filho da promessa. A vida de Jacó aponta para o Espírito Santo, aquele que trabalha com paciência e determinação na vida do homem, até que este experimente a genuína transformação espiritual.
Jacó nasceu como suplantador, mas morreu como Israel, príncipe com Deus. Podemos resumir sua vida em uma simples frase: nasceu lutando, viveu suplantando e morreu adorando.
Bendito seja, pois, para sempre, o Deus de Jacó.
Bibliografia G. Gomes
Fontes:
Bíblia Sagrada – Concordância, Dicionário e Harpa - Editora Betel,
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