1ºTrimestre de 2012 |
Texto Áureo: “Então levantou-se Jacó pela manhã de madrugada, e tomou a pedra que tinha posto por seu travesseiro, e a pôs por coluna, e derramou azeite em cima dela” (Gn 28.18).
Verdade Aplicada: Deus cumpre os seus propósitos, mas, se por desobediência, não cumprirmos sua vontade, Ele nos disciplinará.
Objetivos da Lição:
· Apresentar que os objetivos divinos sempre serão alcançados.
· Ensinar quem não está na vontade de Deus, será disciplinado.
· Mostrar que Deus não desampara os seus escolhidos.
Textos de Referência: Gn 28.2,12-16
Introdução: Muitas pessoas usam de sofismas para fugir à culpa, já que são tomadas pelo medo de viver uma vida de mentiras. Um profundo temor toma conta do coração dessas pessoas. O medo de serem descobertas em seus delitos aterroriza seus pensamentos mais flutuantes. Mas é preciso acreditar que maior é Deus para nos livrar e nos perdoar da culpa.
A palavra sofisma significa raciocínio astuto, enganador. Assim, parece que o que o comentarista quer dizer é que muitas pessoas, para não serem descobertas em seus delitos, utilizam-se de seu raciocínio astuto de forma que este possa lhe conduzir a situações que venham a encobrir os seus atos contrários a uma vida de retidão. Este foi o caso, por exemplo, de Davi. Tendo ele cometido o ato de adultério com Bate-Seba e ela engravidado, ele tentou encobrir o pecado, trazendo Urias, esposo de Bate-Seba de volta a Jerusalém para que ele se deitasse com sua esposa. Urias, porém por sua fidelidade à nação de Israel mantém-se afastado de sua esposa e assim o plano de Davi não tem sucesso. Como conseqüência, Davi utiliza-se de outro raciocínio enviando uma carta a Joabe para que Urias fosse colocado a frente da batalha e morresse. O plano de Davi é efetuado com sucesso, ele, porém não teria paz, pois tudo aquilo que é feito em oculto, não está encoberto aos olhos de Deus (cf. 2 Sm 11.1-27). A única maneira de Davi, ou qualquer outra pessoa em situações semelhantes voltar a ter paz, é reconhecer os seus pecados e com arrependimento confessa-los diante de Deus, crendo na misericórdia do Senhor para livrá-los e perdoar de toda culpa.
Sl 32.3-5: “Enquanto eu me calei, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia. Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio. Confessei-te o meu pecado e a minha maldade não encobri; dizia eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado”.
Pv 28.13: “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia”.
1 Jo 1.9: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”.
1. A fuga de Jacó – Jacó era um peregrino em fuga. Seus pecados e virtudes o acompanhavam, por onde quer que ele fosse. Sua história foi um misto de aventuras entre o céu (a escada do sonho) e o inferno (fuga de seu irmão). Sua vida só seria resolvida quando ele encontrasse o caminho da reconciliação com parte da sua família, consigo e com o próprio Deus.
O capítulo 28 de Gênesis trata da fuga de Jacó de seu irmão Esaú. Jacó enganou seu pai para conseguir a bênção em lugar de Esaú; ele começaria, por conseqüência a colher os frutos amargos de seu procedimento. A jornada empreendida por Jacó desde sua saída da casa de seu pai mostra sim um misto, porém um misto formado entre a disciplina e a graça de Deus. Deus utilizar-se-ia das circunstâncias vividas por Jacó para disciplina-lo, porém ao mesmo tempo, Ele manifestaria sua bondade na vida de Jacó, o que culminaria por fim, no retorno de Jacó ao seu lar e na reconciliação com seu irmão Esaú.
Mt 5.23,24: “Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-se primeiro com teu irmão, e depois vem, e apresenta a tua oferta”.
1.1 Jacó foge para escapar da morte – Jacó precisou fugir porque seu irmão se consolava pensando em matá-lo quando seu pai morresse (Gn 27.41), e ele pensava que isso logo ocorreria pelo estado de saúde de Isaque, mas não foi o que aconteceu, pois quando Jacó voltou de Padã-Arã, Isaque ainda estava vivo (Gn 35.27-29). Jacó recebeu sua bênção por meio de fraude, não pode mais permanecer em sua casa, tornando-se um fugitivo. Quando Rebeca tomou conhecimento da intenção de Esaú, logo percebeu que teria que perder a companhia de Jacó para poder salva-lo.
Conforme foi visto na lição anterior, tendo Isaque envelhecido e os seus olhos escurecidos, ele decidiu abençoar Esaú pensando estar próximo o dia da sua morte (cf. Gn 27.1-3). Isaque tinha nesta ocasião aproximadamente 138 anos e, apesar dele pensar que estaria próximo o dia de sua morte, ele viveria ainda aproximadamente 42 anos (veja na nota abaixo o cálculo da idade de Isaque por ocasião do engano). Jacó enganou Isaque e por conseqüência, ele foi abençoado no lugar de Esaú (ver Gn 27.14-29). Quando Esaú chegou a seu pai trazendo-lhe o guisado saboroso, o engano foi descoberto e Esaú entendeu que Jacó havia enganado seu pai (cf. Gn 27.30-36). Esaú suplicou a seu pai que ele lhe concedesse sua bênção, porém Isaque lhe disse: “Eis que o tenho posto por senhor sobre ti, e todos os seus irmãos lhe tenho dado por servos; e de trigo e de mosto o tenho fortalecido; que te farei, pois, agora a ti, meu filho?” (Gn 27.37). Esaú ainda insiste com seu pai e com lágrimas ele busca a sua bênção, porém Isaque não poderia voltar atrás naquilo que já estava estabelecido sobre a vida de Jacó e seus descendentes (cf. Gn 27.38). Diante do choro de Esaú, Isaque responde a seu filho, mostrando-lhe o futuro que lhe estaria reservado com as seguintes palavras: “Eis que a tua habitação será longe das gorduras da terra e sem orvalho dos céus. E pela tua espada viverás e ao teu irmão servirás. Acontecerá, porém, que, quando te libertares, então sacudirás o seu jugo do teu pescoço” (Gn 27.39,40). Conforme pode-se perceber, as palavras de Isaque proferidas diante de Esaú sugere que os descendentes de Esaú viveriam em lugares desertos, fato este que se cumpre mais tarde por sua possessão da região menos fértil que tornou-se conhecida como Edom, e além disto eles seriam guerreiros. Eles tornar-se-iam vassalos dos israelitas, o que vem a se tornar realidade no reinado de Davi (cf. 2 Sm 8.14), porém um dia se rebelariam contra esse domínio, fato este que também vem a se tornar realidade no reinado de Jeorão, rei de Judá (cf. 2 Rs 8.20-22). Vendo Esaú a bênção que seu pai havia outorgado a Jacó, ele planeja matar Jacó assim que Isaque morresse e se cumprisse os dias de seu luto: “E aborreceu Esaú a Jacó por causa daquela bênção, com que seu pai o tinha abençoado; e Esaú disse no seu coração: Chegar-se-ão os dias de luto de meu pai; então, matarei a Jacó, meu irmão” (Gn 27.41). As palavras de Esaú são denunciadas a Rebeca que sugere então que Jacó se refugiasse em casa de Labão, conforme as seguintes palavras descritas em Gn 27.42-45: “Eis que Esaú, teu irmão, se consola a teu respeito, propondo-se matar-te. Agora, pois, meu filho, ouve a minha voz: Levanta-te e acolhe-te a Labão, meu irmão, em Harã; e mora com ele alguns dias, até que passe o furor de teu irmão, até que se desvie de ti a ira de teu irmão, e se esqueça do que lhe fizeste. Então, enviarei e te farei vir de lá. Por que seria eu desfilhada também de vós ambos num mesmo dia?” (Gn 27.42b-45).
NOTA: Quando Esaú e Jacó nasceram Isaque tinha 60 anos (Gn 25.26). Por ocasião do casamento de Esaú com mulheres hetéias, Esaú tinha 40 anos. Então nesta ocasião Isaque já estava com 100 anos. Jacó tinha 130 anos quando ele encontrou com José no Egito (Gn 47.9). Neste período José devia ter 39 anos, pois ele tinha 30 anos quando se apresentou a Faraó (Gn 41.46) e depois disto passaram-se 7 anos de fartura (Gn 41.53) e 2 anos de fome (Gn 45.6). Isto significa que quando José nasceu, Jacó tinha 91 anos. Por ocasião do nascimento de José já tinha passado 14 anos que Jacó estava na casa de Labão (Gn 31.41). Então quer dizer que Jacó tinha de 77 a 78 anos quando fugiu de Esaú. A idade de Isaque neste período era então de 137 a 138 anos (60 anos + os 77 ou 78 anos de Jacó).
1.2 Jacó foge para Padã-Arã – Jacó estava indo para Padã-Arã, a terra do irmão de sua mãe por ordem de seu pai (Gn 28.2). Estava começando a segunda fase de sua vida, pois até agora, Jacó conseguira tudo que queria não importando os meios utilizados, desde que o fim fosse alcançado. Deve-se aprender com as atitudes de Jacó para que os mesmos erros não sejam cometidos, pois os aparentes sucessos, quando não são pelos caminhos de Deus, podem tornar-nos crentes fugitivos.
Conforme foi visto na lição anterior, nem Rebeca, nem Jacó confiaram em Deus quanto a promessa feita em relação a Jacó, o que os levou a tomarem atitudes precipitadas. Rebeca pensou que Jacó permaneceria na casa de Labão em Harã, apenas alguns dias, até que o furor de Esaú passasse, e então ela traria Jacó de volta. Rebeca, porém nunca pode fazer isto, o que indica que Esaú alimentou seu ódio durante muito tempo ainda (cf. Gn 27.42-45), e diante disto Jacó permaneceu distante por um longo período de 20 anos. Tal é a conseqüência na vida de Rebeca e de Jacó, provavelmente eles não mais se viram já que depois disto a Bíblia silencia-se a respeito de Rebeca. É uma grande lição para todos os cristãos, para que estes não venham, em quaisquer circunstâncias, utilizar-se de meios escusos para conseguir aquilo que desejam, mas que saibam esperar e confiar no Senhor.
Sl 13.5: “Mas eu confio na tua benignidade; na tua salvação, meu coração se alegrará”.
Sl 37.3-5: “Confia no Senhor e faze o bem; habitarás na terra e, verdadeiramente serás alimentado. Deleita-te também no Senhor, e ele te concederá o que deseja o teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo fará”.
Pv 16.20: “O que atenta prudentemente para a palavra achará o bem, e o que confia no Senhor será bem-aventurado”.
Jr 17.7: “Bendito o varão que confia no Senhor, e cuja esperança é o Senhor”.
1 Pe 3.10: “Porque quem quer amar a vida e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem mais engano; aparte-se do mal e faça o bem; busque a paz e siga-a. Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos, atentos às suas orações; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem males”.
1.3 Jacó foge com a bênção do pai – Isaque abençoou e despediu Jacó começando uma dolorosa separação de membros da família. A bênção paterna acompanhou Jacó e ele tornou-se o portador da bênção de Abraão e ficou satisfeito pela bênção, mas sofrendo pelas dificuldades da viagem. O ato de abençoar Jacó quando estava saindo de casa, revelou que Isaque parecia concordar com que o portador da bênção divina seria Jacó e não Esaú. Jacó passou a ser o veículo da bênção de Abraão, a promessa de uma numerosa posteridade e a posse da terra prometida. O livro de Provérbios diz: A bênção do Senhor é que enriquece; e não traz consigo dores” (Pv 10.22), mas no caso de Jacó vieram muitas dores por causas das atitudes tomadas por ele.
Para justificar a necessidade de Jacó partir, Rebeca diz a Isaque que não gostaria de ver Jacó casado com uma mulher hetéia, como fizera Esaú (cf. Gn 26.34,35; 27.46). Isaque então chama Jacó e lhe dá sua bênção. Em seguida ele o envia a Padã-Arã, região situada na Mesopotâmia, para ali ele encontrar esposa para si entre os parentes de sua mãe que ali habitavam e não entre os cananeus. Jacó segue debaixo da bênção paterna, sendo-lhe confirmado que seria através de seus descendentes que a promessa de Deus feita a Abraão teria seu cumprimento.
Gn 28.1-4: “E Isaque chamou a Jacó, e abençoou-o, e ordenou-lhe, e disse-lhe: Não tomes mulher de entre as filhas de Canaã. Levanta-te, vai a Padã-Arã, à casa de Betuel, pai de tua mãe, e toma de lá uma mulher das filhas de Labão, irmão de tua mãe. E Deus Todo-poderoso te abençoe, e te faça frutificar, e te multiplique, para que sejas uma multidão de povos; e te dê a bênção de Abraão, a ti e à tua semente contigo, para que em herança possuas a terra de tuas peregrinações, que Deus deu a Abraão”.
2. O sonho de Jacó (Gn 28.10-17) – Uma das metáforas da vida espiritual em direção a Deus é a jornada. Mas para se encontrar com o Eterno é necessário mais do que se mover geograficamente. Em essência, todos são peregrinos. Mas nessa peregrinação, homens como Jacó buscaram muito mais que um lugar; eles ousaram e foram mais além, “pois ele esperava a cidade que tem alicerces, cujo arquiteto e edificador é Deus” (Hb 11.10).
Hb 11.8-10: “Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. Pela fé, habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa. Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus”.
O texto em apreço de Hb 11.8-10 diz respeito a Abraão e não a Jacó. Apesar de Abraão ter recebido a promessa quanto a terra prometida, ele contemplava pela fé, que sua jornada não estava limitada a possessão desta terra, pelo contrário, ela ia além, ia de encontro a cidade celestial, o local da habitação de Deus, e é diante disto que ele aceita e se conforma em habitar na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó.
Jacó, herdeiro das promessas de Deus feita a Abraão, crê no cumprimento destas promessas, no entanto em sua jornada ele seria ainda levado a compreender que sua vida não estava limitada ao seu retorno à terra das suas peregrinações e à sua possessão, mas ela deveria ir além, deveria ir, em primeira instância, ao encontro do conhecimento de Deus, o Deus de Abraão e de Isaque que estaria com ele em toda sua jornada, não por seus próprios méritos, nem tampouco por aquilo que ele poderia lhe dar em troca, mas unicamente por sua graça a qual aprouve a Ele manifestar em sua vida.
2.1 Um travesseiro de pedra – Uma entrega ao cansaço. Esta é a cena do capítulo vinte e oito do primeiro livro da Bíblia. Após viajar dois ou três dias, saindo de Berseba, Jacó encontrou uma pedra e a fez como seu travesseiro. Essa foi a trajetória que Jacó teve de fazer para encontrar a si mesmo e a Deus.
Gn 28.10,11: “Partiu, pois, Jacó de Berseba, e foi-se a Harã. E chegou a um lugar onde passou a noite, porque já o sol era posto; e tomou uma das pedras daquele lugar, e a pôs por sua cabeceira, e deitou-se naquele lugar”.
O texto de Gn 28.10,11 mostra o total desamparo em que se encontrava Jacó em sua jornada, sendo que ele nada mais teria, senão pedras em seu caminho, se não fosse a manifestação da graça de Deus em sua vida. A pedra que ele toma daquele lugar e a põe por sua cabeceira não lhe traria conforto algum, pelo contrário, ela com certeza lhe traria dores em seu corpo físico e angústia na sua alma; o conforto, em meio as dores no entanto viria de Deus, que já naquele momento manifesta-se a Jacó revelando-lhe toda sua bondade para que assim, Jacó prosseguisse em sua jornada.
2.2 Uma escada que toca no Céu (Gn 28.12) – Jacó tem um sonho e na primeira parte de sua visão ele vê uma escada. Em seguida vê anjos subindo e descendo nesta mesma escada e na última parte da visão vê o Senhor no alto da escada (Gn 28.13). Na visão, Deus promete sustentar a fé de Jacó, promete protege-lo e garante o retorno para seu lar (Gn 28.15). Jacó é homem de sonhos e visões. Na Bíblia ele é o primeiro a ter sonhos claramente descritos. Para muitos, o significado dos sonhos pode estar intrinsicamente relacionado às ocupações de nosso dia a dia. O que Sigmund Freud chama de “resíduos do dia”. No entendimento do pai da psicanálise, os sonhos expressam desejos não satisfeitos e pulsões instintivas originadas na mais tenra infância ou por desejos reprimidos. Portanto os sonhos para ele são o melhor caminho para o inconsciente. Mas o sonho de Jacó, apesar de trazer à superfície, boa parte dos resíduos da sua alma, também era a revelação de Deus a ele e de si mesmo ao mesmo tempo.
Gn 28.12-15: “E sonhou: E eis que era posta na terra uma escada cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela. E eis que o Senhor estava em cima dela e disse: Eu sou o Senhor, o Deus de Abraão, teu pai, e o Deus de Isaque. Esta terra em que estás deitado ta darei a ti e à tua semente. E a tua semente será como o pó da terra; e estender-se-á ao ocidente , e ao oriente, e ao norte, e ao sul; e em ti e na tua semente serão benditas todas as famílias da terra. E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores e te farei tornar a esta terra, porque te não deixarei, até que te haja feito o que te tenho dito”.
O texto de Gn 28.12-15 descreve o sonho de Jacó, sendo que neste Deus revela a Jacó seus propósitos a seu respeito e a respeito de sua descendência. Jacó vê uma escada cujo topo tocava nos céus, e os anjos de Deus que subiam e desciam por ela. Em Jo 1.51, Jesus se refere a esta escada através de suas palavras dita a Natanael quando então Ele diz: “Na verdade, na verdade vos digo que, daqui em diante, vereis o céu aberto e os anjos de Deus subirem e descerem sobre o Filho do Homem”. A escada do sonho de Jacó mostra, portanto o elo de ligação entre o céu e a terra que se daria a partir da descendência de Jacó, o que literalmente se cumpre com a vinda de Jesus Cristo à terra, pois é Ele, o único elo entre a terra e o céu, ou por assim dizer, o único meio do homem chegar ao céu. A presença dos anjos subindo e descendo a escada tem dupla referência. Ela evidencia a proteção de Deus que seria outorgada a Jacó, e ao mesmo tempo evidencia a presença dos anjos a serviço de Jesus em seu ministério terreno. Deus confirma a Jacó o seu concerto com Abraão e Isaque, sendo este estendido a ele e a sua descendência e lhe garante também a sua presença junto a ele para lhe guardar, dando-lhe ainda a garantia de seu retorno à terra das suas peregrinações.
2.3 Deus de Abraão de Isaque e de Jacó (Gn 28.15) – As mesmas promessas que o Senhor havia feito a Abraão e a Isaque, neste episódio, foram feitas a Jacó. Porém, na relação que Deus passaria a ter com Jacó, não seria suficiente ser chamado de filho de Abraão e filho de Isaque; chegara a hora de Jacó também ser reconhecido como filho (Jo 1.11,12).
Conforme visto anteriormente, no sonho de Jacó, Deus revela seus propósitos a seu respeito e a respeito de sua descendência. Deus confirma seu concerto com Abraão e Isaque e firma seu concerto também com Jacó e sua descendência. A partir de então Deus seria conhecido como o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, nome este que enfatiza a graça de Deus sobre os homens, pois tanto Abraão, como Isaque e também Jacó eram homens falhos e imperfeitos, porém Deus cumpriria seus propósitos através de suas vidas; e a fidelidade de Deus, pois Deus cumpriria suas promessas na vida dos descendentes de Abraão, Isaque e Jacó, a despeito da infidelidade que seria demonstrada ao longo da história do povo de Israel.
2 Tm 2.11-13: “Palavra fiel é esta: Que, se morrermos com ele, também com ele viveremos; se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará; se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo”.
3. O testemunho de Jacó – O salmista tinha razão quando escreveu, momentos depois, que o sofrimento tem um tempo específico na história de um servo de Deus. “Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida; o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã” (Sl 30.5). Naquele dia o Senhor o Senhor revisitou a humanidade.
O Sl 7.11 diz que Deus é um juiz justo, um Deus que se ira todos os dias. A Bíblia mostra que a ira de Deus pode-se acender, mas também ela diz que Deus é tardio em irar-se e que a sua ira é passageira. Assim, a ira de Deus é uma realidade mostrada ao longo de toda Escritura, mas também o é a sua misericórdia.
Sl 103.8,9: “Misericordioso e piedoso é o Senhor; longânimo e grande em benignidade. Não repreenderá perpetuamente, nem para sempre conservará a sua ira”.
3.1 Testemunhando em Betel (Gn 28.16-18) – Quando Jacó acordou do sono, percebeu a visão e testemunhou que aquele lugar se tornara a casa de Deus; era o início de uma nova história para ele. Aquele local se tornou o eixo entre o céu e a terra, e então ele rebatizou o lugar de Betel – casa de Deus – antes conhecido com o nome de Luz.
Gn 28.16-19: Acordado, pois, Jacó do seu sono, disse: Na verdade o Senhor está neste lugar, e eu não o sabia. E temeu e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a Casa de Deus; e esta é a porta dos céus. Então levantou-se Jacó pela manhã, de madrugada, e tomou a pedra que tinha posto por sua cabeceira, e a pôs por coluna, e derramou azeite em cima dela. E chamou o nome daquele lugar Betel; o nome, porém, daquela cidade, dantes era Luz”.
Quando Jacó acorda do sono, ele reconhece aquele lugar como sendo a “Casa de Deus”, porque ali ele teve uma visão da presença de Deus. Também ele reconhece aquele lugar como sendo a “porta dos céus” porque a escada chegava dos céus até aquele lugar. Jacó toma então a pedra que tinha posto por cabeceira e a põe por coluna, como um memorial à experiência que ele tinha tido ali com Deus. Depois disto, Jacó derrama azeite em cima daquela pedra consagrando aquele lugar a Deus, o que indica seu desejo de que aquele lugar viesse a ser um local separado para a eterna comunhão de Deus com o seu povo.
3.2 Testemunhando com um voto (Gn 28.20-22) – Então Jacó motivado pela revelação que lhe alcançou, fez um voto: Ele diz que se Deus cuidar dele, der comida e roupa, protege-lo da ânsia que seu irmão tinha de matá-lo, então Deus será o seu Deus. E a pedra que ele estava erguendo como um memorial seria um local onde seria uma Templo Sagrado; e por fim seria um dizimista de tudo que ele tivesse. Muitos estudiosos da Bíblia criticam este voto de Jacó por ser condicional. No entanto, vale a pena ressaltar que Deus não criticou o voto de Jacó. O filho de Isaque esteve profundamente impactado pelas promessas de Jeová; e foi sobre a força dessa promessa que ele respondeu. Sua intenção não foi de barganha, mas uma resposta aos favores de Deus sobre sua vida.
Gn 28.20-22: “E Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer e vestes para vestir, e eu em paz tornar à casa de meu pai, o Senhor será o meu Deus; e esta pedra, que tenho posto por coluna, será Casa de Deus; e, de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo”.
O texto de Gn 28.20-22 mostra o voto que Jacó fez a Deus depois que ele erigiu a pedra por coluna naquele lugar onde o Senhor tinha se revelado a ele. Jacó não precisaria fazer aquele voto, pois Deus já lhe havia dado a garantia de estar com ele em quaisquer circunstâncias. Apesar de Deus não criticar o voto de Jacó, mais tarde, o próprio Senhor ensinaria a Jacó a respeito de seu caráter e de sua fidelidade, que não está condicionada àquilo que o homem pode lhe dar. Jacó, no entanto, faz o voto. Em troca de tudo o que o Senhor já se comprometera a fazer em sua vida, o Senhor seria o seu Deus, a pedra que ele tinha posto por coluna seria um Templo dedicado ao Senhor, e ele lhe entregaria o dízimo de tudo. Mackintosh (2001, pp. 246,247) faz o seguinte comentário acerca do voto de Jacó:
“Observe-se “se Deus for comigo”. Ora, o Senhor havia acabado de dizer enfaticamente: ‘... estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra’. E contudo o pobre coração de Jacó não pode ir além de um “se”, nem tão-pouco nos seus pensamentos de Deus pode elevar-se acima de ‘pão para comer, e vestidos para vestir’. Tais eram os pensamentos do homem que acaba de ter a visão magnificente da escada cujo topo tocava nos céus, com o Senhor em cima dela, e prometendo-lhe uma semente inumerável e um possessão eterna. Jacó era evidentemente incapaz de entender a realidade e plenitude dos pensamentos de Deus. Julgou Deus por si próprio, e deste modo falhou completamente em compreendê-lo. Numa palavra, Jacó não havia ainda chegado ao fim de si próprio; e por isso não havia começado realmente com Deus”.
3.3 Testemunhando com os anjos – Depois de décadas de materialismo e cientificismo, na comunidade ocidental, o interesse pelos anjos estão de volta. Os cristãos já entendem e experimentam essa realidade há muito tempo. Os anjos são mensageiros invisíveis de Deus para assistir os homens e mulheres em tempos difíceis (Hb 1.14). Jacó teve a alegria de contemplá-los de forma milagrosa, em seu sonho, e o resumo dessa experiência, foi que se percebeu que há uma linha de comunicação aberta na terra entre Deus e os homens. O extraordinário foi encontrado, aqui, no ordinário. Este lugar comum foi uma janela do céu para Jacó; foi um lugar temível (Gn 28.17); mas que mudaria para sempre sua história.
Acerca dos anjos o comentário feito na revista Jovens e Adultos Dominical (F. L. V. Alves, 2012, p. 26) é interessante de ser considerado:
“Os anjos são seres espirituais criados, dotados de juízo moral e alta inteligência, mas desprovidos de corpos físicos. Eles não existem desde sempre; fazem parte do universo que Deus criou (Ne 9.6; Sl 148.2,5; Cl 1.16). Há anjos que as Escrituras dão nomes a eles, a saber: Os Querubins (Gn 3.24; Sl 18.10; Ex 25.22); os Serafins (Is 6.2-7), e os Seres Viventes (Ez 1.5-14; Ap 4.6-8). Eles também não se casam (Mt 22.30; Lc 20.34-36) e só dois anjos são denominados na Bíblia: Miguel (Jd 9; Dn 10.13) e o anjo Gabriel (Dn 8.16; 9.21). É lamentável que muitos crentes têm afirmado conhecer os outros nomes por revelação pessoal. É mister ter muito cuidado com tais revelações e cultos que são orientados nesta direção (Cl 2.18; Ap 19.10)”.
Hb 1.14: “Não são, porventura, todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação”.
Cl 2.18: “Ninguém vos domine a seu bel prazer, com pretexto de humildade e culto aos anjos, metendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão”.
Referências Bibliográficas:
C.H. Mackintosh, Estudos Sobre o Livro de Gênesis, 2001, 3ª Ed., Depósito de Literatura Cristã, Diadema, SP.
F. L. V. Alves, Jovens e Adultos Dominical, Professor, 2012, n. 82, Ed. Betel, Rio de Janeiro, RJ.
Fonte - Portal de Sião - EBD
Introdução: Muitas pessoas usam de sofismas para fugir à culpa, já que são tomadas pelo medo de viver uma vida de mentiras. Um profundo temor toma conta do coração dessas pessoas. O medo de serem descobertas em seus delitos aterroriza seus pensamentos mais flutuantes. Mas é preciso acreditar que maior é Deus para nos livrar e nos perdoar da culpa.
A palavra sofisma significa raciocínio astuto, enganador. Assim, parece que o que o comentarista quer dizer é que muitas pessoas, para não serem descobertas em seus delitos, utilizam-se de seu raciocínio astuto de forma que este possa lhe conduzir a situações que venham a encobrir os seus atos contrários a uma vida de retidão. Este foi o caso, por exemplo, de Davi. Tendo ele cometido o ato de adultério com Bate-Seba e ela engravidado, ele tentou encobrir o pecado, trazendo Urias, esposo de Bate-Seba de volta a Jerusalém para que ele se deitasse com sua esposa. Urias, porém por sua fidelidade à nação de Israel mantém-se afastado de sua esposa e assim o plano de Davi não tem sucesso. Como conseqüência, Davi utiliza-se de outro raciocínio enviando uma carta a Joabe para que Urias fosse colocado a frente da batalha e morresse. O plano de Davi é efetuado com sucesso, ele, porém não teria paz, pois tudo aquilo que é feito em oculto, não está encoberto aos olhos de Deus (cf. 2 Sm 11.1-27). A única maneira de Davi, ou qualquer outra pessoa em situações semelhantes voltar a ter paz, é reconhecer os seus pecados e com arrependimento confessa-los diante de Deus, crendo na misericórdia do Senhor para livrá-los e perdoar de toda culpa.
Sl 32.3-5: “Enquanto eu me calei, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia. Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio. Confessei-te o meu pecado e a minha maldade não encobri; dizia eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado”.
Pv 28.13: “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia”.
1 Jo 1.9: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”.
1. A fuga de Jacó – Jacó era um peregrino em fuga. Seus pecados e virtudes o acompanhavam, por onde quer que ele fosse. Sua história foi um misto de aventuras entre o céu (a escada do sonho) e o inferno (fuga de seu irmão). Sua vida só seria resolvida quando ele encontrasse o caminho da reconciliação com parte da sua família, consigo e com o próprio Deus.
O capítulo 28 de Gênesis trata da fuga de Jacó de seu irmão Esaú. Jacó enganou seu pai para conseguir a bênção em lugar de Esaú; ele começaria, por conseqüência a colher os frutos amargos de seu procedimento. A jornada empreendida por Jacó desde sua saída da casa de seu pai mostra sim um misto, porém um misto formado entre a disciplina e a graça de Deus. Deus utilizar-se-ia das circunstâncias vividas por Jacó para disciplina-lo, porém ao mesmo tempo, Ele manifestaria sua bondade na vida de Jacó, o que culminaria por fim, no retorno de Jacó ao seu lar e na reconciliação com seu irmão Esaú.
Mt 5.23,24: “Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-se primeiro com teu irmão, e depois vem, e apresenta a tua oferta”.
1.1 Jacó foge para escapar da morte – Jacó precisou fugir porque seu irmão se consolava pensando em matá-lo quando seu pai morresse (Gn 27.41), e ele pensava que isso logo ocorreria pelo estado de saúde de Isaque, mas não foi o que aconteceu, pois quando Jacó voltou de Padã-Arã, Isaque ainda estava vivo (Gn 35.27-29). Jacó recebeu sua bênção por meio de fraude, não pode mais permanecer em sua casa, tornando-se um fugitivo. Quando Rebeca tomou conhecimento da intenção de Esaú, logo percebeu que teria que perder a companhia de Jacó para poder salva-lo.
Conforme foi visto na lição anterior, tendo Isaque envelhecido e os seus olhos escurecidos, ele decidiu abençoar Esaú pensando estar próximo o dia da sua morte (cf. Gn 27.1-3). Isaque tinha nesta ocasião aproximadamente 138 anos e, apesar dele pensar que estaria próximo o dia de sua morte, ele viveria ainda aproximadamente 42 anos (veja na nota abaixo o cálculo da idade de Isaque por ocasião do engano). Jacó enganou Isaque e por conseqüência, ele foi abençoado no lugar de Esaú (ver Gn 27.14-29). Quando Esaú chegou a seu pai trazendo-lhe o guisado saboroso, o engano foi descoberto e Esaú entendeu que Jacó havia enganado seu pai (cf. Gn 27.30-36). Esaú suplicou a seu pai que ele lhe concedesse sua bênção, porém Isaque lhe disse: “Eis que o tenho posto por senhor sobre ti, e todos os seus irmãos lhe tenho dado por servos; e de trigo e de mosto o tenho fortalecido; que te farei, pois, agora a ti, meu filho?” (Gn 27.37). Esaú ainda insiste com seu pai e com lágrimas ele busca a sua bênção, porém Isaque não poderia voltar atrás naquilo que já estava estabelecido sobre a vida de Jacó e seus descendentes (cf. Gn 27.38). Diante do choro de Esaú, Isaque responde a seu filho, mostrando-lhe o futuro que lhe estaria reservado com as seguintes palavras: “Eis que a tua habitação será longe das gorduras da terra e sem orvalho dos céus. E pela tua espada viverás e ao teu irmão servirás. Acontecerá, porém, que, quando te libertares, então sacudirás o seu jugo do teu pescoço” (Gn 27.39,40). Conforme pode-se perceber, as palavras de Isaque proferidas diante de Esaú sugere que os descendentes de Esaú viveriam em lugares desertos, fato este que se cumpre mais tarde por sua possessão da região menos fértil que tornou-se conhecida como Edom, e além disto eles seriam guerreiros. Eles tornar-se-iam vassalos dos israelitas, o que vem a se tornar realidade no reinado de Davi (cf. 2 Sm 8.14), porém um dia se rebelariam contra esse domínio, fato este que também vem a se tornar realidade no reinado de Jeorão, rei de Judá (cf. 2 Rs 8.20-22). Vendo Esaú a bênção que seu pai havia outorgado a Jacó, ele planeja matar Jacó assim que Isaque morresse e se cumprisse os dias de seu luto: “E aborreceu Esaú a Jacó por causa daquela bênção, com que seu pai o tinha abençoado; e Esaú disse no seu coração: Chegar-se-ão os dias de luto de meu pai; então, matarei a Jacó, meu irmão” (Gn 27.41). As palavras de Esaú são denunciadas a Rebeca que sugere então que Jacó se refugiasse em casa de Labão, conforme as seguintes palavras descritas em Gn 27.42-45: “Eis que Esaú, teu irmão, se consola a teu respeito, propondo-se matar-te. Agora, pois, meu filho, ouve a minha voz: Levanta-te e acolhe-te a Labão, meu irmão, em Harã; e mora com ele alguns dias, até que passe o furor de teu irmão, até que se desvie de ti a ira de teu irmão, e se esqueça do que lhe fizeste. Então, enviarei e te farei vir de lá. Por que seria eu desfilhada também de vós ambos num mesmo dia?” (Gn 27.42b-45).
NOTA: Quando Esaú e Jacó nasceram Isaque tinha 60 anos (Gn 25.26). Por ocasião do casamento de Esaú com mulheres hetéias, Esaú tinha 40 anos. Então nesta ocasião Isaque já estava com 100 anos. Jacó tinha 130 anos quando ele encontrou com José no Egito (Gn 47.9). Neste período José devia ter 39 anos, pois ele tinha 30 anos quando se apresentou a Faraó (Gn 41.46) e depois disto passaram-se 7 anos de fartura (Gn 41.53) e 2 anos de fome (Gn 45.6). Isto significa que quando José nasceu, Jacó tinha 91 anos. Por ocasião do nascimento de José já tinha passado 14 anos que Jacó estava na casa de Labão (Gn 31.41). Então quer dizer que Jacó tinha de 77 a 78 anos quando fugiu de Esaú. A idade de Isaque neste período era então de 137 a 138 anos (60 anos + os 77 ou 78 anos de Jacó).
1.2 Jacó foge para Padã-Arã – Jacó estava indo para Padã-Arã, a terra do irmão de sua mãe por ordem de seu pai (Gn 28.2). Estava começando a segunda fase de sua vida, pois até agora, Jacó conseguira tudo que queria não importando os meios utilizados, desde que o fim fosse alcançado. Deve-se aprender com as atitudes de Jacó para que os mesmos erros não sejam cometidos, pois os aparentes sucessos, quando não são pelos caminhos de Deus, podem tornar-nos crentes fugitivos.
Conforme foi visto na lição anterior, nem Rebeca, nem Jacó confiaram em Deus quanto a promessa feita em relação a Jacó, o que os levou a tomarem atitudes precipitadas. Rebeca pensou que Jacó permaneceria na casa de Labão em Harã, apenas alguns dias, até que o furor de Esaú passasse, e então ela traria Jacó de volta. Rebeca, porém nunca pode fazer isto, o que indica que Esaú alimentou seu ódio durante muito tempo ainda (cf. Gn 27.42-45), e diante disto Jacó permaneceu distante por um longo período de 20 anos. Tal é a conseqüência na vida de Rebeca e de Jacó, provavelmente eles não mais se viram já que depois disto a Bíblia silencia-se a respeito de Rebeca. É uma grande lição para todos os cristãos, para que estes não venham, em quaisquer circunstâncias, utilizar-se de meios escusos para conseguir aquilo que desejam, mas que saibam esperar e confiar no Senhor.
Sl 13.5: “Mas eu confio na tua benignidade; na tua salvação, meu coração se alegrará”.
Sl 37.3-5: “Confia no Senhor e faze o bem; habitarás na terra e, verdadeiramente serás alimentado. Deleita-te também no Senhor, e ele te concederá o que deseja o teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo fará”.
Pv 16.20: “O que atenta prudentemente para a palavra achará o bem, e o que confia no Senhor será bem-aventurado”.
Jr 17.7: “Bendito o varão que confia no Senhor, e cuja esperança é o Senhor”.
1 Pe 3.10: “Porque quem quer amar a vida e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem mais engano; aparte-se do mal e faça o bem; busque a paz e siga-a. Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos, atentos às suas orações; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem males”.
1.3 Jacó foge com a bênção do pai – Isaque abençoou e despediu Jacó começando uma dolorosa separação de membros da família. A bênção paterna acompanhou Jacó e ele tornou-se o portador da bênção de Abraão e ficou satisfeito pela bênção, mas sofrendo pelas dificuldades da viagem. O ato de abençoar Jacó quando estava saindo de casa, revelou que Isaque parecia concordar com que o portador da bênção divina seria Jacó e não Esaú. Jacó passou a ser o veículo da bênção de Abraão, a promessa de uma numerosa posteridade e a posse da terra prometida. O livro de Provérbios diz: A bênção do Senhor é que enriquece; e não traz consigo dores” (Pv 10.22), mas no caso de Jacó vieram muitas dores por causas das atitudes tomadas por ele.
Para justificar a necessidade de Jacó partir, Rebeca diz a Isaque que não gostaria de ver Jacó casado com uma mulher hetéia, como fizera Esaú (cf. Gn 26.34,35; 27.46). Isaque então chama Jacó e lhe dá sua bênção. Em seguida ele o envia a Padã-Arã, região situada na Mesopotâmia, para ali ele encontrar esposa para si entre os parentes de sua mãe que ali habitavam e não entre os cananeus. Jacó segue debaixo da bênção paterna, sendo-lhe confirmado que seria através de seus descendentes que a promessa de Deus feita a Abraão teria seu cumprimento.
Gn 28.1-4: “E Isaque chamou a Jacó, e abençoou-o, e ordenou-lhe, e disse-lhe: Não tomes mulher de entre as filhas de Canaã. Levanta-te, vai a Padã-Arã, à casa de Betuel, pai de tua mãe, e toma de lá uma mulher das filhas de Labão, irmão de tua mãe. E Deus Todo-poderoso te abençoe, e te faça frutificar, e te multiplique, para que sejas uma multidão de povos; e te dê a bênção de Abraão, a ti e à tua semente contigo, para que em herança possuas a terra de tuas peregrinações, que Deus deu a Abraão”.
2. O sonho de Jacó (Gn 28.10-17) – Uma das metáforas da vida espiritual em direção a Deus é a jornada. Mas para se encontrar com o Eterno é necessário mais do que se mover geograficamente. Em essência, todos são peregrinos. Mas nessa peregrinação, homens como Jacó buscaram muito mais que um lugar; eles ousaram e foram mais além, “pois ele esperava a cidade que tem alicerces, cujo arquiteto e edificador é Deus” (Hb 11.10).
Hb 11.8-10: “Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. Pela fé, habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa. Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus”.
O texto em apreço de Hb 11.8-10 diz respeito a Abraão e não a Jacó. Apesar de Abraão ter recebido a promessa quanto a terra prometida, ele contemplava pela fé, que sua jornada não estava limitada a possessão desta terra, pelo contrário, ela ia além, ia de encontro a cidade celestial, o local da habitação de Deus, e é diante disto que ele aceita e se conforma em habitar na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó.
Jacó, herdeiro das promessas de Deus feita a Abraão, crê no cumprimento destas promessas, no entanto em sua jornada ele seria ainda levado a compreender que sua vida não estava limitada ao seu retorno à terra das suas peregrinações e à sua possessão, mas ela deveria ir além, deveria ir, em primeira instância, ao encontro do conhecimento de Deus, o Deus de Abraão e de Isaque que estaria com ele em toda sua jornada, não por seus próprios méritos, nem tampouco por aquilo que ele poderia lhe dar em troca, mas unicamente por sua graça a qual aprouve a Ele manifestar em sua vida.
2.1 Um travesseiro de pedra – Uma entrega ao cansaço. Esta é a cena do capítulo vinte e oito do primeiro livro da Bíblia. Após viajar dois ou três dias, saindo de Berseba, Jacó encontrou uma pedra e a fez como seu travesseiro. Essa foi a trajetória que Jacó teve de fazer para encontrar a si mesmo e a Deus.
Gn 28.10,11: “Partiu, pois, Jacó de Berseba, e foi-se a Harã. E chegou a um lugar onde passou a noite, porque já o sol era posto; e tomou uma das pedras daquele lugar, e a pôs por sua cabeceira, e deitou-se naquele lugar”.
O texto de Gn 28.10,11 mostra o total desamparo em que se encontrava Jacó em sua jornada, sendo que ele nada mais teria, senão pedras em seu caminho, se não fosse a manifestação da graça de Deus em sua vida. A pedra que ele toma daquele lugar e a põe por sua cabeceira não lhe traria conforto algum, pelo contrário, ela com certeza lhe traria dores em seu corpo físico e angústia na sua alma; o conforto, em meio as dores no entanto viria de Deus, que já naquele momento manifesta-se a Jacó revelando-lhe toda sua bondade para que assim, Jacó prosseguisse em sua jornada.
2.2 Uma escada que toca no Céu (Gn 28.12) – Jacó tem um sonho e na primeira parte de sua visão ele vê uma escada. Em seguida vê anjos subindo e descendo nesta mesma escada e na última parte da visão vê o Senhor no alto da escada (Gn 28.13). Na visão, Deus promete sustentar a fé de Jacó, promete protege-lo e garante o retorno para seu lar (Gn 28.15). Jacó é homem de sonhos e visões. Na Bíblia ele é o primeiro a ter sonhos claramente descritos. Para muitos, o significado dos sonhos pode estar intrinsicamente relacionado às ocupações de nosso dia a dia. O que Sigmund Freud chama de “resíduos do dia”. No entendimento do pai da psicanálise, os sonhos expressam desejos não satisfeitos e pulsões instintivas originadas na mais tenra infância ou por desejos reprimidos. Portanto os sonhos para ele são o melhor caminho para o inconsciente. Mas o sonho de Jacó, apesar de trazer à superfície, boa parte dos resíduos da sua alma, também era a revelação de Deus a ele e de si mesmo ao mesmo tempo.
Gn 28.12-15: “E sonhou: E eis que era posta na terra uma escada cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela. E eis que o Senhor estava em cima dela e disse: Eu sou o Senhor, o Deus de Abraão, teu pai, e o Deus de Isaque. Esta terra em que estás deitado ta darei a ti e à tua semente. E a tua semente será como o pó da terra; e estender-se-á ao ocidente , e ao oriente, e ao norte, e ao sul; e em ti e na tua semente serão benditas todas as famílias da terra. E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores e te farei tornar a esta terra, porque te não deixarei, até que te haja feito o que te tenho dito”.
O texto de Gn 28.12-15 descreve o sonho de Jacó, sendo que neste Deus revela a Jacó seus propósitos a seu respeito e a respeito de sua descendência. Jacó vê uma escada cujo topo tocava nos céus, e os anjos de Deus que subiam e desciam por ela. Em Jo 1.51, Jesus se refere a esta escada através de suas palavras dita a Natanael quando então Ele diz: “Na verdade, na verdade vos digo que, daqui em diante, vereis o céu aberto e os anjos de Deus subirem e descerem sobre o Filho do Homem”. A escada do sonho de Jacó mostra, portanto o elo de ligação entre o céu e a terra que se daria a partir da descendência de Jacó, o que literalmente se cumpre com a vinda de Jesus Cristo à terra, pois é Ele, o único elo entre a terra e o céu, ou por assim dizer, o único meio do homem chegar ao céu. A presença dos anjos subindo e descendo a escada tem dupla referência. Ela evidencia a proteção de Deus que seria outorgada a Jacó, e ao mesmo tempo evidencia a presença dos anjos a serviço de Jesus em seu ministério terreno. Deus confirma a Jacó o seu concerto com Abraão e Isaque, sendo este estendido a ele e a sua descendência e lhe garante também a sua presença junto a ele para lhe guardar, dando-lhe ainda a garantia de seu retorno à terra das suas peregrinações.
2.3 Deus de Abraão de Isaque e de Jacó (Gn 28.15) – As mesmas promessas que o Senhor havia feito a Abraão e a Isaque, neste episódio, foram feitas a Jacó. Porém, na relação que Deus passaria a ter com Jacó, não seria suficiente ser chamado de filho de Abraão e filho de Isaque; chegara a hora de Jacó também ser reconhecido como filho (Jo 1.11,12).
Conforme visto anteriormente, no sonho de Jacó, Deus revela seus propósitos a seu respeito e a respeito de sua descendência. Deus confirma seu concerto com Abraão e Isaque e firma seu concerto também com Jacó e sua descendência. A partir de então Deus seria conhecido como o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, nome este que enfatiza a graça de Deus sobre os homens, pois tanto Abraão, como Isaque e também Jacó eram homens falhos e imperfeitos, porém Deus cumpriria seus propósitos através de suas vidas; e a fidelidade de Deus, pois Deus cumpriria suas promessas na vida dos descendentes de Abraão, Isaque e Jacó, a despeito da infidelidade que seria demonstrada ao longo da história do povo de Israel.
2 Tm 2.11-13: “Palavra fiel é esta: Que, se morrermos com ele, também com ele viveremos; se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará; se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo”.
3. O testemunho de Jacó – O salmista tinha razão quando escreveu, momentos depois, que o sofrimento tem um tempo específico na história de um servo de Deus. “Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida; o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã” (Sl 30.5). Naquele dia o Senhor o Senhor revisitou a humanidade.
O Sl 7.11 diz que Deus é um juiz justo, um Deus que se ira todos os dias. A Bíblia mostra que a ira de Deus pode-se acender, mas também ela diz que Deus é tardio em irar-se e que a sua ira é passageira. Assim, a ira de Deus é uma realidade mostrada ao longo de toda Escritura, mas também o é a sua misericórdia.
Sl 103.8,9: “Misericordioso e piedoso é o Senhor; longânimo e grande em benignidade. Não repreenderá perpetuamente, nem para sempre conservará a sua ira”.
3.1 Testemunhando em Betel (Gn 28.16-18) – Quando Jacó acordou do sono, percebeu a visão e testemunhou que aquele lugar se tornara a casa de Deus; era o início de uma nova história para ele. Aquele local se tornou o eixo entre o céu e a terra, e então ele rebatizou o lugar de Betel – casa de Deus – antes conhecido com o nome de Luz.
Gn 28.16-19: Acordado, pois, Jacó do seu sono, disse: Na verdade o Senhor está neste lugar, e eu não o sabia. E temeu e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a Casa de Deus; e esta é a porta dos céus. Então levantou-se Jacó pela manhã, de madrugada, e tomou a pedra que tinha posto por sua cabeceira, e a pôs por coluna, e derramou azeite em cima dela. E chamou o nome daquele lugar Betel; o nome, porém, daquela cidade, dantes era Luz”.
Quando Jacó acorda do sono, ele reconhece aquele lugar como sendo a “Casa de Deus”, porque ali ele teve uma visão da presença de Deus. Também ele reconhece aquele lugar como sendo a “porta dos céus” porque a escada chegava dos céus até aquele lugar. Jacó toma então a pedra que tinha posto por cabeceira e a põe por coluna, como um memorial à experiência que ele tinha tido ali com Deus. Depois disto, Jacó derrama azeite em cima daquela pedra consagrando aquele lugar a Deus, o que indica seu desejo de que aquele lugar viesse a ser um local separado para a eterna comunhão de Deus com o seu povo.
3.2 Testemunhando com um voto (Gn 28.20-22) – Então Jacó motivado pela revelação que lhe alcançou, fez um voto: Ele diz que se Deus cuidar dele, der comida e roupa, protege-lo da ânsia que seu irmão tinha de matá-lo, então Deus será o seu Deus. E a pedra que ele estava erguendo como um memorial seria um local onde seria uma Templo Sagrado; e por fim seria um dizimista de tudo que ele tivesse. Muitos estudiosos da Bíblia criticam este voto de Jacó por ser condicional. No entanto, vale a pena ressaltar que Deus não criticou o voto de Jacó. O filho de Isaque esteve profundamente impactado pelas promessas de Jeová; e foi sobre a força dessa promessa que ele respondeu. Sua intenção não foi de barganha, mas uma resposta aos favores de Deus sobre sua vida.
Gn 28.20-22: “E Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer e vestes para vestir, e eu em paz tornar à casa de meu pai, o Senhor será o meu Deus; e esta pedra, que tenho posto por coluna, será Casa de Deus; e, de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo”.
O texto de Gn 28.20-22 mostra o voto que Jacó fez a Deus depois que ele erigiu a pedra por coluna naquele lugar onde o Senhor tinha se revelado a ele. Jacó não precisaria fazer aquele voto, pois Deus já lhe havia dado a garantia de estar com ele em quaisquer circunstâncias. Apesar de Deus não criticar o voto de Jacó, mais tarde, o próprio Senhor ensinaria a Jacó a respeito de seu caráter e de sua fidelidade, que não está condicionada àquilo que o homem pode lhe dar. Jacó, no entanto, faz o voto. Em troca de tudo o que o Senhor já se comprometera a fazer em sua vida, o Senhor seria o seu Deus, a pedra que ele tinha posto por coluna seria um Templo dedicado ao Senhor, e ele lhe entregaria o dízimo de tudo. Mackintosh (2001, pp. 246,247) faz o seguinte comentário acerca do voto de Jacó:
“Observe-se “se Deus for comigo”. Ora, o Senhor havia acabado de dizer enfaticamente: ‘... estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra’. E contudo o pobre coração de Jacó não pode ir além de um “se”, nem tão-pouco nos seus pensamentos de Deus pode elevar-se acima de ‘pão para comer, e vestidos para vestir’. Tais eram os pensamentos do homem que acaba de ter a visão magnificente da escada cujo topo tocava nos céus, com o Senhor em cima dela, e prometendo-lhe uma semente inumerável e um possessão eterna. Jacó era evidentemente incapaz de entender a realidade e plenitude dos pensamentos de Deus. Julgou Deus por si próprio, e deste modo falhou completamente em compreendê-lo. Numa palavra, Jacó não havia ainda chegado ao fim de si próprio; e por isso não havia começado realmente com Deus”.
3.3 Testemunhando com os anjos – Depois de décadas de materialismo e cientificismo, na comunidade ocidental, o interesse pelos anjos estão de volta. Os cristãos já entendem e experimentam essa realidade há muito tempo. Os anjos são mensageiros invisíveis de Deus para assistir os homens e mulheres em tempos difíceis (Hb 1.14). Jacó teve a alegria de contemplá-los de forma milagrosa, em seu sonho, e o resumo dessa experiência, foi que se percebeu que há uma linha de comunicação aberta na terra entre Deus e os homens. O extraordinário foi encontrado, aqui, no ordinário. Este lugar comum foi uma janela do céu para Jacó; foi um lugar temível (Gn 28.17); mas que mudaria para sempre sua história.
Acerca dos anjos o comentário feito na revista Jovens e Adultos Dominical (F. L. V. Alves, 2012, p. 26) é interessante de ser considerado:
“Os anjos são seres espirituais criados, dotados de juízo moral e alta inteligência, mas desprovidos de corpos físicos. Eles não existem desde sempre; fazem parte do universo que Deus criou (Ne 9.6; Sl 148.2,5; Cl 1.16). Há anjos que as Escrituras dão nomes a eles, a saber: Os Querubins (Gn 3.24; Sl 18.10; Ex 25.22); os Serafins (Is 6.2-7), e os Seres Viventes (Ez 1.5-14; Ap 4.6-8). Eles também não se casam (Mt 22.30; Lc 20.34-36) e só dois anjos são denominados na Bíblia: Miguel (Jd 9; Dn 10.13) e o anjo Gabriel (Dn 8.16; 9.21). É lamentável que muitos crentes têm afirmado conhecer os outros nomes por revelação pessoal. É mister ter muito cuidado com tais revelações e cultos que são orientados nesta direção (Cl 2.18; Ap 19.10)”.
Hb 1.14: “Não são, porventura, todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação”.
Cl 2.18: “Ninguém vos domine a seu bel prazer, com pretexto de humildade e culto aos anjos, metendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão”.
Referências Bibliográficas:
C.H. Mackintosh, Estudos Sobre o Livro de Gênesis, 2001, 3ª Ed., Depósito de Literatura Cristã, Diadema, SP.
F. L. V. Alves, Jovens e Adultos Dominical, Professor, 2012, n. 82, Ed. Betel, Rio de Janeiro, RJ.
Fonte - Portal de Sião - EBD
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