Título: A Missão Integral da Igreja — Porque o Reino de Deus está entre vós
Lição 9: Preservando a identidade da Igreja
Data: 28 de Agosto de 2011
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mt 16.18
Jesus edifica sua Igreja
Terça - At 20.28
A Igreja é universal
Quarta - At 15.4
A Igreja local
Quinta - Ef 2.20; 1 Co 3.11
Cristo: o fundamento da Igreja
Sexta - Ap 2.4,5a
O primeiro amor e as boas obras
Sábado - 2 Co 11.3
Não podemos perder a simplicidade
“Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos e se apartem da simplicidade que há em Cristo” (2 Co 11.3).
Só existe um meio de a Igreja de Cristo preservar a sua identidade como a agência por excelência do Reino de Deus: obedecer amorosa e incondicionalmente a Bíblia Sagrada.
O QUE É A IGREJA
1. Definição. No grego, o vocábulo igreja é ekklēsia. O termo, literalmente, refere-se à reunião de um povo, assembleia ou igreja local (Mt 18.17; At 15.4). A “igreja é um organismo místico composto por todos os que, pela fé, aceitaram o sacrifício vicário de Cristo”. Ao estabelecer a Igreja, Jesus tinha um propósito: levar os salvos a adorarem a Deus, proclamando-O, através do testemunho e da pregação do Evangelho.
2. As duas principais dimensões da Igreja. A Igreja não é uma mera organização, mas um organismo vivo. O Novo Testamento mostra que ela é divina e terrena. Vejamos:
a) Divina. O Mestre amado disse: “[...] edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). Jesus Cristo é a pedra, isto é, o único e o profundo alicerce da Igreja (1 Co 3.11). Portanto, a característica divina da Igreja está na pessoa de Jesus Cristo (Ef 2.20). Ele a fundou, edificou-a e conserva-a através do Espírito Santo para nossa consolação (Jo 14.16; 15.26).
b) Terrena. O Corpo de Cristo é composto por judeus e gentios. Antes do advento da Igreja, ambos os povos estavam separados. Todavia, mediante a cruz de Nosso Senhor, passaram a constituir uma só grei (Ef 2.14). Isto denota a diversidade étnica e cultural da Igreja, pois esta é formada por pessoas oriundas de todas as nacionalidades, culturas e etnias. É a assembleia universal dos santos.
3. Sua identidade. A Igreja, como instituição divina, tem o seu manual de regra e conduta: a Bíblia Sagrada ’ a Palavra de Deus. Portanto, tudo o que o Senhor quer daqueles que crêem em Jesus Cristo e fazem parte da sua Igreja é:
a) Um amor devotado ao Pai: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento” (Mt 22.37b).
b) Amar ao próximo: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.39b).
A Igreja Primitiva procurava com reverência e zelo cumprir este ensino de Jesus: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” (At 2.42). Os crentes, além de pregar o Evangelho de Jesus, acolhiam as pessoas com amor e compaixão. A Igreja de Cristo ama a Deus e ao próximo.
A PRESERVAÇÃO DA IDENTIDADE DA IGREJA
1. Na pregação e no ensino do evangelho. A Igreja do Senhor tem uma missão a cumprir neste mundo: anunciar a Palavra de Deus, viver de acordo com os mandamentos de Jesus Cristo e ensinar a toda a criatura a Palavra de Deus (Mt 28.19). Como Igreja, temos responsabilidade com a educação dos crentes e não-crentes. Jesus dedicou grande parte do seu ministério ao ensino. Ele pregava e ensinava a fim de que vidas fossem transformadas. Na Igreja Primitiva, os crentes “perseveravam na doutrina dos apóstolos”, mas também “na comunhão, e no partir do pão” (At 2.42-44).
2. No amor cristão. Jesus ensinou aos seus seguidores que o amor evidencia a comunhão com Ele e com o Pai: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13.35). Somente através de Jesus Cristo o amor de Deus é derramado em nossos corações, levando-nos a cumprir o conselho do apóstolo João de amarmos uns aos outros (1 Jo 3.23).
3. Na defesa da fé. Cada crente deve preservar a doutrina de Cristo, lutando contra as várias distorções e heresias que surgem a cada dia (2 Jo vv.9,10; 1 Tm 6.3-5). A doutrina bíblica não pode ser modificada, substituída ou anulada por supostas revelações, visões e profecias (At 20.27-30; 1 Tm 6.20). Tudo tem de ser devidamente aferido pelas Sagradas Escrituras. Façamos a defesa dos fundamentos de nossa fé, sem arrogância ou dissimulação, mas sobretudo com amor, respeito e mansidão (1 Pe 3.15).
ALGUNS PERIGOS QUE AMEAÇAM A IGREJA
1. A perda e o esfriamento do amor. Muitos crentes, diante dos cuidados e seduções deste mundo, acabam perdendo o primeiro amor (Ap 2.4). De que adianta ir aos cultos, conhecer as doutrinas bíblicas e evangelizar, se o amor por Cristo e por sua obra já não é mais o mesmo do início de nossa fé? Nosso amor por Jesus deve ser puro, sincero e ardente (Mt 15.8). Voltemos imediatamente ao primeiro amor.
2. A perda do temor a Deus. Num mundo onde impera o relativismo moral e ético, corremos o perigo de perder o temor e a reverência ao Altíssimo. Temer a Deus é honrá-Lo como o Senhor de nossas vidas. Quando o homem perde o temor a Deus, acaba cometendo toda a sorte de iniquidades.
A violência que vitima a sociedade é o resultado da falta de temor a Deus. Tema ao Senhor, pois a Bíblia Sagrada promete que há recompensas para aqueles que honram e amam ao Pai: proteção da morte (Pv 14.26,27), provisão (Sl 34.9) e uma vida longa (Pv 10.27).
3. A perda da humildade. Jesus é o nosso exemplo perfeito de humildade (Jo 13.1-20; Fp 2.5-8). O Mestre não buscava a glória deste mundo. Se fosse preciso, ia para o deserto ou até para outra cidade, a fim de fugir da glória passageira deste século (Mc 1.45).
Muitos são os que permitiram o orgulho tomar conta de seus corações. Eles se esquecem de que tudo neste mundo é efêmero: riqueza, fama e poder. A mensagem e o estilo de vida de Jesus eram simples. Por conseguinte, quando o crente perde a simplicidade cristã torna-se orgulhoso e insuportável inclusive para o próprio Deus. Vigiemos para que jamais venhamos a perder a humildade, pois a “soberba do homem o abaterá, mas o humilde de espírito obterá honra” (Pv 29.23).
CONCLUSÃO
A Igreja de Cristo deve preservar o amor, a simplicidade e o temor a Deus a fim de que o mundo conheça a Cristo através do nosso testemunho. Conservemos a sã doutrina, pois o Inimigo tenta macular a Noiva de Cristo mediante as heresias, modismos e costumes mundanos. Sigamos o conselho de Paulo a Timóteo: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem” (1 Tm 4.16).
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
MENZIES, W. W.; HORTON, S. M. Doutrinas Bíblicas: Os fundamentos da nossa fé. 1.ed., RJ: CPAD, 2005.
ZUCK, R. B. Teologia do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2008.
EXERCÍCIOS
1. Defina o termo ekklēsia.
R. O termo refere-se à reunião de um povo, assembleia ou Igreja local.
2. Quais são as duas principais dimensões da Igreja?
R. Divina e Terrena.
3. Como a Igreja pode preservar a sua identidade?
R. A Igreja pode preservar a sua identidade anunciando a Palavra de Deus e vivendo-a, amando uns aos outros e defendendo os fundamentos da nossa fé.
4. Cite alguns perigos que rodam a Igreja na atualidade.
R. Os perigos que rondam a Igreja de Cristo atualmente são: a perda e esfriamento do amor, a perda do temor a Deus e da humildade.
5. Em, sua opinião o que acontece quando a igreja perde a simplicidade que há em Cristo?
R. Resposta pessoal.
Subsídio Teológico
“A Palavra ‘Igreja’ traduz o vocábulo grego ekklesia, que se deriva de ek, ‘para fora’, e de kaleo, ‘chamar’. Entretanto, na Bíblia, é usado para indicar qualquer assembleia. O uso bíblico mostra que se havia perdido o sentido de ‘chamados’. ‘Assembleia’ é a melhor tradução. Ekklesia era comumente usada no Oriente Próximo e Médio antigos para descrever uma assembleia de cidadãos — uma reunião oficial ou um ajuntamento precipitado, como a turba (At 19.32,39,41). Na versão grega da Septuaginta (Antigo Testamento), a palavra grega foi usada para indicar a assembleia ou congregação de Israel, particularmente quando o povo estava reunido perante o Senhor, nas ocasiões religiosas (por exemplo, Dt 9.10; 18.16; 23.1,3). Nos tempos do Novo Testamento, entretanto, os judeus preferiam o termo ‘Sinagoga’ para designar tanto o edifício quanto a congregação que nele se reunia. Por conseguinte, para distinguirem-se dos judeus e se declararem o verdadeiro povo de Deus, tanto Jesus quanto os primitivos cristãos usavam o termo ekklesia. A Igreja é, portanto, a família espiritual de Deus, uma comunidade criada pelo Espírito Santo, baseada na obra expiatória de Cristo” (MENZIES, W. W.; HORTON, S. M. Doutrinas Bíblicas: Os fundamentos da nossa fé. 5.ed., RJ: CPAD, 2005, p.133).