“Porque derramarei água sobre o sedento e rios, sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha bênção, sobre os teus descendentes” (Is 44.3).
Avivamento: Retorno de algo à sua verdadeira natureza e propósito.
Da mesma forma que Deus avivou Daniel Berg e Gunnar Vingren a trazerem ao Brasil o Movimento Pentecostal, Ele desperta-nos, agora, a levar a flama do Pentecostes aos confins da terra, na direção, no poder e na unção do Espírito Santo. Submetamo-nos, pois, à sua vontade e roguemos-lhe por um avivamento que nos impulsione a expandir o seu Reino dentro e fora de nossas fronteiras. Jesus Cristo não mudou. Ele é o mesmo que, há cem anos, acendeu a chama do Pentecostes em nosso país. Cabe-nos, agora, manter acesa e ardente essa flama.
I. BUSCANDO O AVIVAMENTO
1. O Livro da Lei é encontrado. Ainda bem jovem, o rei Josias foi despertado a restaurar a vida espiritual de Judá e a reformar o Santo Templo. Durante a reparação da Casa de Deus, o sumo sacerdote Hilquias encontrou o Livro da Lei que se havia perdido (2 Cr 34.8-17). Pondo-se a ouvir a Lei de Deus, o monarca, num gesto de profunda dor e contrição, rasgou as vestes, expondo toda a sua dor (2 Cr 34.19). Conscientiza-se ele de que Israel havia transgredido os mandamentos divinos, pecando contra o Senhor (2 Cr 34.20,21). E o castigo divino fez-se inevitável. Constrangido, ajuntou o povo, a fim de que ouvisse a Palavra de Deus e, arrependido, renovasse o seu conserto com o Eterno (2 Cr 34.29-33). Aquele avivamento trouxe maravilhosos resultados ao Reino de Judá. Puseram-se os judeus, temerosos, mas com o coração pleno de júbilo, a celebrar as festas do Senhor (2 Cr 35.18).
Por conseguinte, nenhum avivamento é possível sem um retorno incondicional à Palavra de Deus.
2. Quando a Palavra de Deus é ensinada. Os judeus haviam apostatado de sua fé e se rebelado contra o Senhor (Ed 10.2,3). Por causa disso, Deus os expulsara de sua boa e ampla terra, exilando-os em Babilônia durante setenta anos. Terminado o período de disciplina, Jeová usa diversos reis gentios para reconduzi-los à terra de seus ancestrais (Ed 1.1; 7.1-28). Deus, então, instrumentaliza o sacerdote e escriba Esdras para constranger o povo a estabelecer um novo concerto com o Senhor, através do qual seriam restaurados mediante um grande avivamento.
O avivamento no tempo de Esdras também teve início com a volta incondicional de todos ao estudo e à obediência da Palavra de Deus (Ed 7.10). Nessa tarefa, Esdras foi auxiliado pelo sábio administrador Neemias que, além de restaurar os muros de Jerusalém que Nabucodonosor havia derribado, proporcionou-lhe as condições necessárias para que ensinasse ao povo a Palavra de Deus.
3. Os frutos do avivamento. Juntamente com Esdras, Neemias iniciou um processo de reorganização nacional que culminaria com a restauração moral e espiritual da nação judaica (Ne 8.12-18). Os frutos do avivamento não tardaram a aparecer: estudo da Palavra de Deus, oração, adoração (Ne 8.1-18), confissão de pecados (Ne 9.1-38) e o desejo de cumprir e obedecer os estatutos do Senhor (Ne 10.29). Observe que tudo começou com o estudo da Palavra de Deus. Você quer realmente um avivamento? Volte ao ensino da Palavra e os tempos de refrigério não tardarão a chegar.
II. O CLAMOR DO PROFETA HABACUQUE
1. Um homem preocupado com o estado espiritual de seu povo. Habacuque, apesar de seus questionamentos, sempre demonstrou uma fé inabalável na soberania divina (Hc 2.4; 3.17-19). Profeta de Deus, tinha ele consciência do pecado de seu povo e do juízo que estava prestes a abater-se sobre a sua gente. O que isto significava? Somente um avivamento poderia salvar a Casa de Judá de uma tragédia nacional. Por isso, clama ao Senhor para que desperte a sua obra enquanto ainda havia esperança (Hb 3.1,2).
Clamemos e intercedamos por nosso povo; roguemos por um autêntico avivamento. Que o Senhor tenha misericórdia e torne a manifestar o seu poder sobre nós, trazendo-nos o renovo espiritual.
2. A restauração virá. Mesmo em meio a lutas e adversidades, Habacuque sabe que o Deus que livrara Israel no passado (Êx 14.1-31) agirá mais uma vez, trazendo salvação no presente (Hb 3.18,19). Em seu coração, havia a plena certeza de que um remanescente fiel não haveria de perecer diante de Babilônia. Essa convicção trouxe-lhe alegria e ânimo: “Todavia, eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação” (Hc 3.18).
3. Avivamento gera mudança de vida. Habacuque estava ciente de que o povo pecara contra o Senhor. Havia injustiças, violência e idolatria entre o povo de Deus (Hc 2.9-11,17-19). Por conseguinte, fazia-se urgente uma mudança de vida entre os filhos de Israel. Então, o profeta clama por um avivamento (Hc 3.2). Pois somente o Espírito Santo poderia quebrantar aqueles corações e levá-los a arrepender-se de suas iniquidades. Era preciso confissão e abandono dos pecados, para que viessem a se reconciliar com o Senhor. À semelhança de Habacuque, clamemos a Deus para que a igreja destes últimos dias empenhe-se por uma vida de justiça, pureza e santidade e, assim, venha a desfrutar de um genuíno avivamento (1 Jo 1.9).
III. É TEMPO DE BUSCAR A FACE DE DEUS
1. Buscando e conhecendo a Deus. Muitos, por estarem interessados apenas em milagres, curas e prosperidade material, já não buscam a Deus pelo que Ele é. Na verdade, não querem conhecer a Deus, mas somente barganhar com o Senhor. A Bíblia, contudo, através do profeta Oséias, ensina-nos que devemos agir piedosamente: “Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor: como a alva, será a sua saída; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra” (Os 6.3). Que possamos ter fome e sede de Deus. Se nos achegarmos a Ele, certamente Ele a nós se achegará (Tg 4.8; Sl 24.3-6).
2. Consagrando-se e entregando-se a Deus. Vivemos num mundo onde as riquezas são cultuadas como se fossem mais importantes do que aquele que é o dono da prata e do ouro (Ag 2.8). Devemos entender, porém, que Deus não está interessado em nossos bens, mas em que atendamos pronta e plenamente as reivindicações de sua Palavra (Mq 6.6). Ele demanda que nos santifiquemos e nos consagremos integralmente a Ele, porque dEle somos (Lv 20.26). Não nos conformemos, pois, nem com a vida nem com o modo de pensar deste mundo (Rm 12.2). Dediquemo-nos à oração, entregando-nos como “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Rm 12.1), para continuarmos como sal da terra e luz neste mundo que jaz do maligno.
3. Confessando e abandonando os pecados. Mostra-nos a Bíblia que os avivamentos experimentados pelo povo de Deus foram marcados por contrição, confissão e abandono de pecados, e principalmente pela volta à Palavra de Deus (Ne 9; 2 Cr 34.19,30-33; Ed 8.21; Jl 2.13). Sem corações contritos e quebrantados não há avivamento (Sl 51.17). Deus revela-se compassivo e misericordioso com aqueles que o buscam e arrependem-se de seus pecados e iniquidades.
A exemplo de Habacuque, clamemos por um avivamento. Que o nosso clamor seja uníssono: “Ouvi, Senhor, a tua palavra e temi; aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da misericórdia” (Hc 3.2). Sim, aviva, ó Senhor, a tua obra. Amém.
Subsídio Devocional
“Deus estabelece condições
Alguns jogam sobre Deus toda a responsabilidade pela renovação espiritual. Sendo humanos, não podemos fazer nada a respeito — simplesmente precisamos esperar no Senhor. Essa ideia realça corretamente a absoluta soberania de Deus. Mas se a soberania de Deus serve para justificar a indiferença, então não está sendo bem compreendida. É certo que os avivamentos são enviados por Deus. Sendo demonstrações da graça soberana, são inteiramente sobrenaturais. Mas Deus não viola sua integridade quando os envia. Os avivamentos precisam estar em harmonia com a Palavra de Deus.
Se as condições divinas são preenchidas, podemos confiar que o avivamento virá. Como disse Charles Finney: ‘O avivamento é o uso correto dos meios adequados. Os meios que Deus prescreveu [...] produzem avivamento. Caso contrário, Deus não os teria prescrito’. Portanto, se precisamos ser renovados, a nossa tarefa é sermos renovados. Se é nossa tarefa, é possível. Billy Graham salienta o mesmo princípio quando afirma: ‘Creio que podemos ter um avivamento sempre que preenchemos as condições de Deus. Creio que Deus é fiel à sua Palavra e que Ele fará chover a justiça sobre nós, se preenchermos suas condições’. Portanto, não é uma questão de Deus ter a capacidade ou o desejo de enviar um avivamento. A questão é: Queremos que se cumpra a vontade de Deus? Se ousarmos pensar sim, então nos comprometeremos a remover de nossa vida todos os obstáculos que poderiam impedir o avivamento. [...] A vontade de Deus é clara. O próximo passo cabe a nós” (COLEMAN, R. A Chegada do Avivamento Mundial. 1.ed., RJ: CPAD, 1996, pp.37-8).