Jeremias 28.5-12,16,17
Introdução
I. O que é o profeta
II. O falso profeta Hananias entra em cena
III. Cuidado com os falsos profetas
Conclusão
O PROFETA E SUA FUNÇÃO
“O profeta e a teocracia. A afirmação de que existia uma grande separação entre o sacerdote e o profeta, era praticamente um axioma[1] da escola superior de crítica de Wellhausen. O sacerdote era o representante formal e oficial da religião, enquanto já o profeta fora chamado para um tipo mais espiritual de religião. Estabeleceu-se uma reação contra essa falsa disjunção[2], e atualmente os estudiosos afirmam que a ênfase ao sacerdote e ao profeta não era necessariamente antagônica. Na verdade, existiam alguns (por exemplo, A. R. Johnson) que até mencionavam profetas ligados a seitas, afirmando que o profeta era, muitas vezes, um empregado da seita de que fazia parte.
Do ponto de vista bíblico-teológico, podemos dizer que o profeta era um guardião da teocracia [grifo nosso]. De acordo com o costume da época, ele realmente tinha acesso à presença dos reis. Quando os reis teocráticos precisavam de algum encorajamento ou censura, o profeta estava sempre presente para oferecer ajuda (Is 7.3ss.; 37.5-7; 21.35). Era seu dever mostrar o curso de ação que Deus desejava que a nação adotasse [grifo nosso]. Portanto, os profetas não eram simples figuras políticas, mas pronunciavam-se sobre questões políticas, porque elas poderiam influir no futuro curso da teocracia.
Profetas falsos e verdadeiros. Era de se esperar que a verdadeira profecia sofresse a oposição dos imitadores (Dt 13.1-5). Alguns homens falavam em nome de outros deuses, mas alguns falavam falsamente em nome de Jeová. Um exemplo notável desses últimos foi Hananias, que falsamente profetizou a respeito do exílio (Jr 28).
Para distinguir o verdadeiro profeta do falso que declarava falar em nome de Deus, havia o teste do cumprimento da profecia: seu cumprimento versus seu não-cumprimento (Dt 18.20-22; cf. Jr 28). No caso daqueles profetas que prenunciavam eventos em um futuro tão distante que não poderiam ser avaliados pelo teste do cumprimento, eles eram julgados pela sua doutrina, além de quaisquer eventos que pudessem ocorrer durante sua vida (cf. Jr 25.12; Dn 19.37).
Às vezes, os falsos profetas eram apenas homens enganados (Lm 2.14; Ez 13.2-7), mas, em sua maioria, eram homens embriagados cuja principal preocupação era o dinheiro e os ganhos que poderiam auferir [grifo nosso] (por exemplo, Is 28.7; Dn 19.37).” (Texto extraído do “Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro, CPAD, p. 1608, 09).
Reflexão: “Não são os falsos profetas adivinhadores que leem a palma da mão, cartas de tarô ou falam segundo as estrelas os que entristecem profundamente aqueles que anseiam por ver a Deus glorificado. Na verdade, são aqueles que ministram em nome de Jesus nas nossas igrejas e conferências, os que partem o coração dos justos. Eles se entristecem porque, embora o ministério seja apresentado no nome de Jesus, não é desempenhado pelo seu Espírito.”
(John Bevere)
[1] É uma sentença ou proposição que não é provada ou demonstrada e é considerada como óbvia ou como um consenso inicial necessário para a construção ou aceitação de uma teoria, ou seja, é uma verdade evidente por si mesma (máxima, sentença).
[2] Separação, desunião, divisão.
Fonte: CPAD
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